ENTRE VÓS NÃO SERÁ ASSIM – MARCOS 10.32-45

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Mensagem pregada na IBVB em 11 de setembro de 2022 no culto matutino

INTRODUÇÃO

  1. Continuamos a série do Evangelho de Marcos e segundo os estudiosos, chegamos ao seu trecho onde o propósito do livro e de todas as narrativas convergem: Jesus é o Servo Sofredor que morre para resgatar muitos. Na Teologia nós falamos dos dois estados de Cristo: humilhação e exaltação. Sim, Jesus teve um estado de completa e profunda humilhação. Como ninguém mais já viveu.
  2. Cada história contada até aqui mostra um pouco do perfil de Jesus. Do ponto de vista humano, um homem de família simples, obediente e cercado de pessoas por quem mostrou amor e misericórdia. Do ponto de vista divino, aquele que tem poder sobre as trevas, que perdoa, que reconcilia, que anda sobe as águas, que cura, liberta e ressuscita. Agora é hora do ponto alto da missão e da dor. Já é demais o que vimos até aqui, mas o mais importante da sua vinda está por vir e seu central ensino aos discípulos ainda precisa ser dado.
  3. Jesus até este ponto havia ensinado sobre fé, sobre salvação, sobre perdão, pregado contra a mentira, contra a hipocrisia e contra o pecado. Agora é hora de estabelecer uma nova relação entre os discípulos a partir do seu próprio exemplo.
  4. Ao que parece à primeira vista, e o texto confirma, é que não deve haver diferenças entre os discípulos, de que não deve haver disputas e nem atritos. E por que? Pelo fato de que diferenças reais não existem, o Reino se sustenta também na unidade dos seus servos e Ele mesmo não nos criou assim. É interessante relacionar isto à criação do homem, por exemplo. Guardadas as devidas proporções, Deus nos fez conforme a sua imagem e semelhança. Ele compartilhou da sua natureza conosco.

O TEXTO

  1. JESUS MOSTRA PARA OS DICÍPULOS QUE SERVIR É UMA QUESTÃO DE DETERMINAÇÃO E QUER SER LEMBRADO E ADMIRADO POR ISTO: 32A E iam no caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante (a frente) deles. E eles maravilhavam-se e seguiam-no atemorizados. – Jesus sobe determinado e firme para cumprir a vontade do Pai diante dos seus discípulos e isto deverá lhes servir de exemplo. Do ponto de vista da cronologia, a história narra o início da última semana quando Jesus sobe a Jerusalém e será capturado, julgado falsamente, crucificado, morto e ressuscitaria. Marcos não dá detalhes de toda a conversa ao longo do caminho, mas os discípulos parecem confusos porque o Messias deveria ser vitorioso, mas o discurso de Jesus fala de vergonha, dor e morte. Os discípulos estão impressionados e admirando Jesus profundamente. O sentimento deles é bom, mas não é maduro e nem muito espiritual. Jesus também tem temor no coração como saberemos mais a frente, mas nada pode impedi-lo. Os discípulos sabem que a pessoa mais admirável, impressionante e poderosa que jamais existiu está diante deles e eles sabem disto.
  2. JESUS MOSTRA PARA OS DICÍPULOS QUE SERVIR EXIGE CLAREZA E COMPREENSÃO EM CADA AÇÃO: 32BE, tornando a tomar consigo os doze, começou a dizer-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir, 33 dizendo: Eis que nós subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, e o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios, 34 e o escarnecerão, e açoitarão, e cuspirão nele, e o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará. – Jesus não esconde nenhum detalhe dos seus discípulos mesmo que não possam entender bem. Ele ainda não reinaria como eles imaginavam. Os discípulos conversavam entre si sobre como as coisas seriam. Mas conclusões dos irmãos Tiago e João são baseadas em ideias falsas. Eles tinham uma percepção viciada das coisas pelos anos que ouviram coisas sobre o Messias e seu Reino. Eles achavam que Jesus tomaria o poder assim que chegasse a Jerusalém. O nível de detalhamento que os discípulos ouviram foi impressionante. Ele narra tudo sem firulas e verborragias, mas mesmo assim não foram capazes de entender.
  3. JESUS MOSTRA PARA OS DICÍPULOS QUE OPORTUNISMO E DESCONHECIMENTO SÃO PERIGOSOS PARA O REINO: 35 E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que pedirmos. 36 E ele lhes disse: Que quereis que vos faça? 37 E eles lhe disseram: Concede-nos que, na tua glória, nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda. 38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu bebo e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? 39A E eles lhe disseram: Podemos. – Os discípulos mostram um oportunismo sem precedente e não sabem o que estão pedindo. Jesus teria, em poucos dias, não João e Tiago ao seu lado, mas dois bandidos. Por que João e Tiago queriam posição de destaque entre no Reino de Jesus? Não há dúvidas que João e Tiago ainda se consideravam superiores aos outros discípulos e por isto em condição de liderá-los. Além de desconhecerem o que irá acontecer, mostram pressa em conseguir o melhor lugar no Reino que julgavam prestes a ser instalado. Fizeram planos para isto? Provavelmente já tinham um plano de governo em mente, que era subjulgar os outros e provavelmente serem cruéis com romanos, fariseus, saduceus, samaritanos.
  4. JESUS MOSTRA PARA OS DICÍPULOS QUE HÁ COISAS NO REINO QUE ULTRAPASSAM OS SIMPLES DESEJOS DO CORAÇÃO: 39BJesus, porém, disse-lhes: Em verdade vós bebereis o cálice que eu beber e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado, 40 mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo, mas isso é para aqueles a quem está reservado. – Beber o cálice tem duas aplicações: participar da intimidade de alguém e receber a ira de Deus. As duas estão ali. Batismo, neste caso, é a maior identificação de Jesus com os pecadores. Ele fez isto quando se batizou nas águas e faria naquela semana quando seria morto no lugar dos pecadores. Isto estava claro para Jesus que ele deveria fazer. Mas, assim como pediu aos discípulos, o próprio Jesus estava sujeito a vontade do Pai que é quem decide quem estará ao seu lado em seu Reino. Jesus também não sabia o tempo certo da sua volta porque isto é prerrogativa do Pai.  
  5. JESUS MOSTRA PARA OS DICÍPULOS QUE ASSIM COMO ELE, TODOS DEVEM SERVIR: 41 E os dez, tendo ouvido isso, começaram a indignar-se contra Tiago e João. 42 Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; 43 mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal. 44 E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. 45 Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. – No mundo, homens dominam sobre os homens. No Reino de Deus não é assim. Jesus usa duas palavras no texto: diáconos e doulos. Servos e escravos. Palavras que costumamos dar mais atenção nas cartas de Paulo, mas que já estavam presentes na ética do Reino estabelecido por Cristo. Não é um Reino de Senhores e Governantes. No nosso caso, parece fácil de entender, somos todos pecadores comprados pelo sangue de Jesus, temos limitações, dificuldades e precisamos sempre um dos outros.   

APLICAÇÕES / CONCLUSÕES

  1. Entre nós, a mesma determinação de Jesus ao servir
  2. Entre nós, ações claras, transparência e respeito
  3. Entre nós, admiração pelos que servem e não pelos que governam
  4. Entre nós, nada de oportunismo
  5. Entre nós o cálice da comunhão e o batismo que nos faz um
  6. Entre nós, saber que nem tudo que queremos teremos
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