1. Estes é um dos textos estranhos na Bíblia em que Jesus parece elogiar um pecador miserável. Uma homem chamado Juliano, o apóstata, disse que nesta parábola Jesus ensinava os discípulos a serem desonestos e ladrões.
2. A incompreensão da vida cristã e dos ensinos de Jesus é muito comum é muito em parte por causa da própria igreja. Veja o problema da luta entre carne e espírito. Durante muito tempo esta dicotomia foi feita. Carne é o mal e espírito é bom. João Crisóstomo levou isto tão a sério que não dormia, comia só pão e água e ficava a maior parte do tempo em pé. Isto o levou a doenças sérias e a uma morte prematura. Quando a Bíblia diz que a carne não herdará o reino de Deus deve se entende que é a carne manchada pelo pecado e não o corpo em si, já que receberemos, como nos diz a Palavra de Deus, novos corpos.
3. Este texto, por exemplo, seria um texto para autorizar a desonestidade entre nós desde que fosse por boas finalidades? Claro que não. A vida reta e a moralidade fazem parte da fé cristã como princípios indiscutíveis.
4. O primeiro detalhe a nos chamar a atenção é que esta história vem logo após o filho pródigo e guarda semelhanças com ela: as duas tem um senhor gracioso, as duas tem protagonistas gastadores, os dois são confrontados em sua sua vida dispendiosa, em ambos os casos são algo da misericórdia de seu senhor, as duas parábolas tem a ver com a falta de confiança devido o pecado de cada um. Ou seja, as duas devem ser lidas juntas e o tema das parábolas não é honestidade, mas pecado, perdão e salvação.
1. Primeiramente o senhor recebe a notícia de que está sendo enganado de uma fonte confiável da comunidade, provavelmente não de seus servos. Ele é alguém respeitado na comunidade.
2. Confrontado ele não diz nada. O senhor pede o livro de prestação de contas e ele é demitido na hora por justa causa.
3. Despedido, ele já não tem mais nenhuma obrigação com o seu senhor, mas tem ainda os livros dos devedores nas mãos.
4. Ele poderia ter discutido com o senhor alegando fidelidade, alegando as dificuldades que teria, apelado ao bom senso do patrão ou mesmo chamado seus acusadores e alegando que estavam mentindo e que deveriam provar, mas não faz nada disto. Poderia até solicitar a defesa dele por outros da comunidade. O silêncio dele, no entanto, é uma confissão de culpa. Não é normal acontecer isto no oriente médio. Sempre há uma tentativa de barganha.
5. Segue um monólogo em que ele afirma que não tem força para trabalhos pessoa e nem limitações físicas que justificassem a mendicância, quando vem a grande ideia.
6. Ninguém sabe que ele está demitido. No seu plano está inclusa a ideia de roubar ainda mais o seu patrão e seu propósito é ser recebido na casa dos outros para trabalhar.
7. Ele não convoca uma reunião com os devedores, mas fala pessoalmente com cada um deles.
8. O que ele propõe é o seguinte: você deve cem, escreva 80 e por aí agora. Desta forma, todos se tornaram cúmplices dele e não poderiam dedura-lo. Quem poderia contar o que aconteceu tendo falhado também?
9. Para fechar ainda mais o circuito ele pede que cada um escreva e desta forma fique comprometido com tudo documentado. As dívidas são enormes e os descontos dados também.
10. Isto causa uma alegria nos devedores e um sentimento de dívida e comodidade entre as partes.
11. Há um outro elemento: o senhor poderia ter vendido o administrador como escravo e ter pago a dívida ou podia ter desmoralizado públicamente. Assim, o administrador ainda conta com a misericórdia de seu patrão mesmo quando ele descobre seu plano sujo já que ele trouxe alegria para a cidade. A comunidade perde a confiança no administrador, mas ficará com ele pelo favor recebido e pela inteligência dele.
12. O seu patrão o elogia e depois deste golpe ambos são os heróis da comunidade.
13. Note que Jesus o chama de filho deste mundo em comparação com filhos da luz.
14. Logo há uma disfarça entre dizer: eu aplaudo o administrador porque agiu com desonestidade e aplaudo o administrador porque agiu com inteligência.
15. A moral dele é deplorável, mas ele aposta todas as suas fichas na misericórdia do seu senhor. O filho pródigo também apostou nisto: meu pai é bom e pelo menos como empregado me receberá.
1. Deus é justo, misericordioso e íntegro. E ele quem paga o preço da dívida de todos.
2. Os pecados são expostos pela presença do reino de Deus e serão punidos, a não ser que haja arrependimento.
3. A natureza do ser humano é de pecar sempre, como aconteceu com nosso administrador. Ele resolve seus pecados pecando mais.
4. Devemos conhecer a deus da mesma forma que aquele administrador conhecia seu senhor, é esta a exortação de Jesus.
5. Devemos conhecer o mundo à nossa volta e as pessoas e aprender a agir no meio delas, sem truculência, mas com sabedoria.
6. Finalmente, vem de um ímpios o modelo de coragem para agir de acordo com suas convicções.
1 comentário
Sou a Rafaela Barbosa, achei seu artigo excelente! Ele
contém um conteúdo extremamente valioso. Parabéns
pelo trabalho incrível! Nota 10.