TU ÉS O NOSSO PAI – ISAÍAS 63.15-19

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Mensagem pregada no culto matutino de 14 de agosto de 2022 na IBVB no dia dos Pai

INTRODUÇÃO

  1. Hoje é o dia dos pais. A importância que cada um dá para este dia varia de acordo com a relação que cada um teve com seu pai: próxima, distante, de respeito, de medo, de admiração, de amizade, de indiferença, de vergonha.
  2. De modo geral, muitos têm a consciência de que poderiam ter aproveitado melhor esta relação mesmo reconhecendo as limitações que todo pai tem.
  3. Por outro lado, também tem a percepção de quem é pai. Ter filhos se constitui numa das maiores experiências que um homem pode ter. Acompanhar e ser responsável pela formação de uma pessoa é uma responsabilidade enorme para a qual nunca nos sentimos preparados, mas de modo geral, os bons pais são aqueles que mais acertam do que erram. ]
  4. Mas hoje vamos olhar como filhos de Deus para o próprio Deus como nosso pai num dos mais belos textos do Antigo Testamento. A primeira leitura pode assustar um pouco Isaías se coloca numa condição de total desespero e abandono, mas quando entendemos o que está em jogo nos identificamos, aprendemos e desejamos aprofundar nossa relação como Deus, o nosso pai.
  5. Este texto se assemelha a parábola do filho pródigo e o filho mais velho. Um que esbanja a riqueza do pai longe dele e se arrepende enquanto outro está tão longe que não enxerga o cuidado divino. Já fica uma pergunta: como nos identificamos como filhos de Deus: aqueles consciente de que Deus é nosso pai e que vivem na sua presença? Aqueles que querem as bênçãos, mas não querem compromisso? Ou aqueles que, mesmo tendo todo o cuidado e amor divino, preferem continuar com o coração duro? 

O TEXTO

ANTES, UMA VISTA GERAL NO TEXTO

  1. Engana-se quem acha que a ideia de Deus como Pai aprece apenas no Novo Testamento como se fosse um novidade. Não! O Antigo Testamento nos mostra esta relação entre Deus e o seu povo Israel.
  2. Filhos sois do SENHOR vosso Deus; não vos dareis golpes, nem fareis calva entre vossos olhos por causa de algum morto. – DEUTERONÔMIO 14.1.
  3. Recompensais assim ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu pai que te adquiriu, te fez e te estabeleceu? – DEUTERONÔMIO 32.6.
  4. Mas eu dizia: Como te porei entre os filhos, e te darei a terra desejável, a excelente herança dos exércitos das nações? Mas eu disse: Tu me chamarás meu pai, e de mim não te desviarás. – JEREMIAS 3.19.
  5. O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome? – MALAQUIAS 1.6.
  6. Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão, profanando a aliança de nossos pais? – MALAQUIAS 2.10.
  7. Atenta desde os céus e olha desde a tua santa e gloriosa habitação. Onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas? A ternura das tuas entranhas e das tuas misericórdias detém-se para comigo! – Isaías se queixa porque o povo está sofrendo. Do ponto de vista humano parece que foram abandonados por Deus porque ele é Todo Poderoso, mas permite que o seu povo sofra. Ainda que seja por pouco tempo.
  8. Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão nos não conhece, e Israel não nos reconhece. Tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome. – Isaías reconhece que são filhos de Deus e que poderiam ser esquecidos até por Abraão e Jacó, mas que Deus não os abandonaria. Este é aquele elemento que às vezes falta em nossas orações: faze bem ao teu povo porque ele é teu!   
  9. Por que, ó Senhor, nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos? Faz voltar, por amor dos teus servos, as tribos da tua herança. Só por um pouco de tempo, foi possuída pelo teu santo povo; nossos adversários pisaram o teu santuário. – Do ponto de vista de hoje parece uma acusação muito séria: como Deus poderia fazer seu povo errar e pecar? Na linguagem do homem do Antigo Testamento significa que o povo sabe que errou e que o Senhor não impediu que sofressem as consequências dos seus erros. No fundo é um clamor para que o Senhor aja e os coloque de volta no caminho correto.
  10. Tornamo-nos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste e como aqueles que nunca se chamaram pelo teu nome. – Aqui está o mais profundo lamento: se tornaram como são os ímpios e os povos idólatras que andavam nas trevas.

APLICAÇÕES

Mas a pergunta-chave é a seguinte: o que, segundo Isaías, faz de Deus nosso verdadeiro pai e de nós seus verdadeiros filhos? Esta relação é tão importante que o logo no início do Evangelho de João 1.12 está escrito: “mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de deus: aos que creem no seu nome”.

  1. Sua presença abençoadora: o templo era sinal da presença de Deus no meio do povo. Com o exílio o templo foi destruído e o povo levado para longe. Antes disto, o próprio povo tinha deixado de adorar de verdade e ter prazer na casa e na presença de Deus. Este é um resgate a seu feito: Deus, o nosso pai, está no meio de nós! Isto começa quando o coração de cada um de nós se dá conta desta presença e começa a busca-lo de todo o coração.
  2. A eleição: por causa de certas correntes teológicas perdemos a beleza e pureza de uma expressão bíblica tão importante – Deus nos escolheu para sermos seus filhos.Israel perdeu de vista que sua escolha não se baseou em seus méritos. Aliás, se os méritos fossem importantes o povo de Israel não teria sido escolhido. Nenhum de nós teria sido escolhido! Somos adotados? Somos. Mas somos aqueles que Deus olhou com amor e compaixão e nos trouxe para o seu reino para estar com ele.
  3. Somos sua família: Isaías fala de ternura das estranhas e das misericórdias divinas. Ele sabia o que é ser cuidado diariamente por Deus. É uma referência a este cuidado sempre presente. Hoje as pessoas banalizam o termo família e aplicam a pessoas fora do seu círculo verdadeiramente familiar só porque possuem alguma afinidade. Mas conosco não será assim. Se somos a família de Deus, devemos saber que Ele cuida de nós. Sempre! Por isto, irmãos tenhamos sempre tranquilidade em tudo: Deus está cuidando de nós. Nada fora da vontade Dele nos acontecerá.   
  4. Seu cuidado real: a proteção dos inimigos externos e a sua direção na vida em todos os seus aspecto. Não há nada pior para alguém que é filho de Deus viver e sofrer como um ímpio à mercê do mundo. Jesus orou por nós: não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal. Quando evitamos o mal, as más amizades, as más conversações, decisões moralmente ruins estamos fazendo o que um filho de Deus faz. E é nossa obrigação. Mas é o seu cuidado que realmente nos protege do mal.    
  5. Seu nome: Deus nos Deus o seu nome, somos filhos de Deus e reconhecidos assim. Se devemos honrar nossos pais terrenos, quanto mais a Deus. É justo quando alguém se queixa: diz que é crente, mas age assim e assim! Por sermos portadores do nome de Cristo, muito se espera de nós. Espera-se que a nossa justiça exceda a de todos.

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