Sobre os PGs (pequenos grupos) e outras atividades além de comportamentos
É um textão, mas deixe a preguiça de lado
Sempre foi um desafio a manutenção dos pequenos grupos de jovens e adolescentes da igreja. E continua sendo um desafio. Hoje nós temos dois pequenos grupos de jovens e um pequeno grupo de adolescentes. Não temos mais aquelas diferenças que dividiam os jovens. Estamos juntos e misturados. Algumas diferenças pontuais ainda existem e devem acabar porque somos cristãos, filhos de Deus e algumas divergências não podem se sustentar: perdão, compreensão e amor é coisa necessária em nossos corações.
Alguns jovens e adolescentes são um mistério (ou acham que são). Não participam de quase nada e eu acho isto muito estranho. Sei que alguns, para mostrar que são espertos e pensam fora da caixa (toda vez que a gente pensa fora de uma caixa nós estamos dentro de outra – pense nisto!), procuram se afastar. Muitos participam de atividades de outras igrejas quando estamos realizando atividades nossas. Não há problemas em participar de atividades de outras igrejas. Eu mesmo faço isto. Várias vezes estive em programas de jovens de outras igrejas, mas quando não tinha atividades nossas. Este intercâmbio é muito bom, mas temos que ter sabedoria. Alguns estão em crise e com Deus e com a igreja e outros querem pecar mesmo! (o que vocês estão aprendendo hoje a gente que é mais velho já esqueceu faz tempo!).
De vez em quando me vejo conversando com alguém comparando as gerações passadas e as atuais. Temos a impressão de que hoje, pelo menos entre nós, as coisas são melhores, mas acho que depende do ponto de vista. A minha geração, cerca de 20 ou 25 anos atrás tinha de tudo: namoricos e pegação, gravidez antes do casamento, jovens que bebiam escondidos (já vi mocidades inteiras, ou quase inteiras, que saíam para beber depois do encontro de jovens, isto em 1996 – deu um rolo enorme!), jovens desinteressados, etc. As gerações mais recentes, que acompanho como pai e pastor, são mais dissimuladas, sabem se esconder melhor – esta é a verdade! Pensam que eu não sei? É muito comum ver adolescentes, por exemplo, criticando os pecados dos jovens, mas fazendo o mesmo quando chegam lá. Vejo pais escandalizados com coisas que alguns fazem até que na sua casa aconteça o mesmo, mas nosso teto de vidro não pode calar nossa boca pela verdade. Eu e a Vera sofremos muito com o desinteresse do Cris pela igreja, e seguramos as pontas aqui com todas as nossas forças. A maturidade e nossa segurança em Cristo, além de uma espiritualidade construída ao longo de anos, nos permitem a capacidade de não misturar as coisas. Mas, a gente é gente. Alguns foram batizados muito cedo e não sabiam o que estavam fazendo. Não tinham ideia do tamanho da responsabilidade que estavam assumindo com a igreja e não apenas com Deus (se é que dá para separar as coisas – eu acho que não!). Mas agora não dá para viver no universo paralelo, nas sombras da igreja e do seu grupo.
Como pastor, quero que saibam: quando não observamos as coisas, eles chegam até nós ou descobrimos perguntando e conversando. Minha postura não é condenatória, nem mesmo da igreja. É lógico que toda igreja tem um grupo de carniceiros moralistas que querem o fim dos outros. Eles sempre existem, mas nossa postura (e falo da igreja) é perdoar, orientar e ajudar a retomar o caminho.
Então, temos por um lado o desinteresse e falta de comprometimento, por outro o pecado mesmo, e por outro a falta de orientação (ou de entendê-la). Então segue algumas coisas pontuais.
- Temos muitas atividades para vocês que incluem EBD, Pequenos grupos, oração no primeiro e terceiro domingos do mês, acampamento (este ano não teve por causa de dinheiro, mas ano que vem tem – talvez viajemos mais de uma vez!), União de Treinamento (ainda sei que alguns estão na igreja, mas não entram), cultos do MJA todo quarto sábado. Além disto, há outras atividades não oficializadas, mas importantes como o futebol de sábado. Ainda sim tem gente que quer que eu crie mais atividades – será que dá? Será que precisa?
- Se você está com alguma dificuldade na vida me procure. Sou um cara aberto e paciente e posso ajudar bastante.
- Alguns reclamam do jeito da igreja, mas você pode estar confundindo as coisas. Somos uma família sim e queremos o teu bem. Há espaço para os jovens e adolescentes sim, mas não vamos permitir excessos e nem nos vender aos modismos que tem por aí.
- Muitos jovens de outra igreja nos admiram e gostariam de ter uma juventude como a nossa. Ouço isto direto.
- Você pode sugerir mudanças e atividades, mas tem que se envolver e se empenhar nelas. Dar ideias simplesmente não é legal. Tem que se envolver.
- Ao contrário de algumas igrejas, não ocupamos todos os sábados do mês para que vocês possam sair, descansar, mas acho que deveriam estar presentes nos pgs e no culto do MJA.
- Temos orado por todos vocês sempre.
- A fase adulta de vocês chega em breve e se a visão de muitos continuar assim teremos uma igreja muito complicada no futuro.
- Crises sobre quem é Deus, o papel da igreja, etc. são comuns e muitos passam por isto. Eu mesmo passei. Vocês têm com quem conversar sobre isto, incluindo eu. Seus pais entram em desespero com as suas perguntas. Eu sei disto! Mas continuem obedecendo a seus pais. Tem um momento que a gente acha que eles não podem nos ajudar e não nos entendem, mas a verdade é: eles já passaram pelo mesmo, e é a nossa avaliação sobre nossos pais que geralmente está errada. Mais tarde descobrimos isto.
- Não deixe seus irmãos pecarem sem repreensão. Quando você sabe que alguém está pisando na bola, chame a atenção. Avalie se o que está acontecendo não é grave a ponto de informar os pais e até mesmo os pastores da igreja.
- Confirmem a fé uns dos outros, ou seja, procurem se certificar de como está a fé dos outros. Se estão firmes. Nem todo mundo dá sinal de que está mal.
- Alguns são fechados e não pedem ajuda mesmo. Estes são difíceis, mas não impossíveis.
- Queremos o seu bem, mas também pensamos na proteção do grupo e no presente e futuro da igreja.
- Muitos de vocês nasceram na igreja e se lamentam por não ter certas experiências. Vai aqui o senso comum de novo: você não precisa transar antes do casamento, usar drogas, beber e fumar, ir para baladas, ¨ficar¨ com um monte de gente para saber que estas coisas não são boas física, emocional e espiritualmente. Na verdade pensar assim é idiotice mesmo!
- A vida cristã permite um monte de coisas boas: divirta-se com seus amigos, passei, viaje, estude, durma até mais tarde quando for preciso. Vá a almoços, festas e jantares, mas se comporte, veja com quem vai, veja em qual ambiente está.
- Nosso grupo é grande e é fácil dispersar. Temos que aprender a cuidar uns dos outros.
Para variar, teria muito mais a dizer, mas acho que o recado para começar a semana está dado.
Se quiser, e eu quero que façam isto, comentem.
Pr Júnior Martins