REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO E ILUMINAÇÃO

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O processo é muito complexo e há diferenças na forma como o Antigo Testamento e o Novo Testamento chegaram a nós. A primeira coisa que não podemos perder de vista é que a Bíblia é um livro especial e sobrenatural e que certos conceitos se aplicam somente a ela. Estes conceitos são: REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO E ILUMINAÇÃO.

Revelação é um  ato de Deus de fazer conhecidas coisas que doutra forma não saberíamos. Existe a Revelação Geral feita pela natureza e a Especial como Jesus Cristo (que é maior Revelação de Deus – Deus conosco) e a Bíblia. Nosso estudo se concentrará na Bíblia.

Inspiração é um ato misterioso no qual sabemos que Deus soprou todas as palavras da Bíblia.  A Bíblia não é um ditado, não é resultado da interpretação humana. Não sabemos exatamente como Deus usou Moisés, Paulo, Pedro, João e todos os demais para escrever, mas sabemos que a inspiração é plena, ou seja, todo o texto é inspirado palavra por palavra, e verbal, ou seja, Deus inspirou palavras compreensíveis que são as palavras que lemos. Dai dizemos que a Inspiração é Plenária-verbal.

Iluminação é um processo no qual o Espirito Santo faz com que os crentes possam entender a Revelação.

Outro conceito importante é o de AUTÓGRAFOS. Autógrafos é um nome técnico para designar os originais escritos por Moisés, Davi, Paulo, etc., não temos nenhum deles mais. O conceito de inspiração diz respeito somente aos autógrafos. As copias não são consideradas inspiradas.

Além disto, falamos de PRESERVAÇÃO, que nada mais é o que o cuidado de Deus ao manter este texto que chegou até nós. Aqui, precisamos separar o Antigo Testamento do Novo porque o processo é diferente. O Antigo Testamento começou a ser escrito por Moisés cerca de 1520 a.C. Seus textos eram guardados no tabernáculo e na Arca da Aliança. No período dos juízes e dos Reis outras pessoas escreveram outros textos e ficavam guardados no templo e nos palácios reais. O exilio, que aconteceu em cerca de 586 a.C. foi fundamental para que Esdras juntasse todos os documentos e chegasse perto do Antigo Testamento que temos hoje. O material que foi produzido neste tempo todo é muito maior do que o que temos no Antigo Testamento e muitos não foram escritos por profetas reconhecidos pelo povo de Israel, nem contavam historias razoáveis quando comparadas ao texto que conhecemos e foram chamados de apócrifos, e por isso não são aceitos como livros inspirados por Deus. Alguns destes livros ainda estão a nossa disposição e traduzidos para o Português. A Bíblia católica contem alguns deles como Macabeus, Judite e capítulos adicionais de Daniel, entre outros (teremos uma aula apenas sobre isto).

Quanto ao Novo Testamento, temos outra dinâmica. Paulo foi o primeiro a escrever as cartas como orientação para as igrejas. As cartas não circulavam apenas nas igrejas para as quais foram enviadas, mas eram copiadas e lidas em outras igrejas porque eles já consideravam como Palavra de Deus. Os Evangelhos foram escritos entre 60-70d.C. quando os crentes já sofriam muita perseguição. Neste tempo não havia papel e processos gráficos como conhecemos hoje, e tudo era copiado a mão. Os cristãos não podiam contar com papiros de qualidade por não terem dinheiro para tal e para não chamarem a atenção comprando este material. Assim, o material que usavam era de baixa qualidade e logo se estragavam. Lembre-se que os cristãos fugiam, eram mortos, eram presos, e diante disto, não podiam copiar algo com cuidado e qualidade, era sempre feito escondido e com pressa. Os romanos e outros povos não apenas matavam os cristãos, mas também destruíam seus documentos. Foi apenas em 313. d.C. quando Constantino se converteu que os cristãos puderam começar a copiar o Novo Testamento em paz. Os cristãos não eram um grupo unanime e possuía diferenças. Havia um grupo que chamamos de gnósticos (falaremos deles outra aula) que produziram muito material neste mesmo tempo, mas que não foi escrito por apostolo nenhum, traz contradições sérias com os textos que conhecemos e que não foram citados ou tidos como verdadeiros pelos Pais da Igreja.

Os Pais da igreja é o nome que damos a um conjunto de homens que viveram entre os anos de 110d.C. e 500d.C. que eram pastores, lideres e bispos que tinham autoridade nas Escrituras, sabiam ler e escrever e eram responsáveis pelas cópias e pela interpretação do Novo Testamento. Alguns nomes são Policarpo, Atanásio, Orígenes e Agostinho. Eles citaram em seus escritos o Novo Testamento inteiro e ainda o interpretaram, mas os livros apócrifos dos gnósticos, por exemplo, nunca citaram.

A Bíblia não foi apenas copiada, mas traduzida. A primeira tradução do Antigo Testamento se chama Septuaginta, foi feita em 290 a.C. para a biblioteca de Alexandria. Depois do Exílio e de diversas invasões a Israel, os judeus foram espalhados e depois de algum tempo estes judeus já não falavam mais hebraico ou aramaico, mas apenas grego. E esta versão foi feita para estes judeus que não falavam mais hebraico ou aramaico, mas apenas grego. Chamou Septuaginta (LXX = 70 em algarismo Romanos)  porque foi feita por 70 ou 72 judeus em 70 dias. A primeira fase foi apenas o Pentateuco, primeiros cinco livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Mais tarde o restante do Antigo Testamento foi traduzido também.

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