QUEM SERÁ CONTRA NÓS? MARCOS 9.38-41

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Mensagem pregada no culto matutino IBVB em 01 de maio de 2022

INTRODUÇÃO

  1. A conversa de hoje é a continuação da anterior em que Jesus chamou a atenção dos discípulos que começavam a disputar entre si sobre quem seria o maior no seu Reino. Jesus tinha tomado uma criança como modelo que quem o aceita e de quem não o aceita. E agora os discípulos demonstram preocupação com outros que não andavam com eles.
  2. É uma demonstração clara de como o egoísmo e as limitações humanas dificultam nossa compreensão da extensão da vontade de Deus e do seu poder de fazer com que todos os seus planos sejam alcançados em sua plenitude. Nada pode parar os planos de Deus, nem mesmo quando os seus discípulos não entendem bem o que Ele está fazendo.
  3. Por outro lado, também é uma exortação para que consideremos quem são os inimigos e os amigos do Evangelho. Ou contra o que se opor radicalmente e contra o que não se opor. Contra o que você é e a favor do que você é? Um tempo que exige posicionamento.
  4. No Evangelho de Marcos parece que duas perguntas estão sempre sendo feitas, sendo mal respondidas e mal compreendidas pelos discípulos, mas sempre sendo corrigidas por Jesus: Quem é Ele e, portanto, quem está do seu lado e quem não está. E o que é o Evangelho e, portanto, o que ele ensina e espera dos que o seguem.
  5. Marcos apresenta Cristo como o servo de Deus que salva o homem. Segundo Paulo (Rm 1.16), o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nele crê; primeiro do judeu, assim como do grego.

TEXTO

  1. 38 E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que, em teu nome, expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. – João é o porta-voz do grupo quando as questões são poder e autoridade. Como o desejo por um domínio particular e pessoal falhou, agora há uma tentativa de domínio pelo grupo. João estava certo de ter prestado um bom serviço a Cristo e já tinha mandado o homem parar de expulsar demônios. Este mesmo João se tornaria o mais amoroso de todos os discípulos e ao mesmo tempo o mais radical opositor dos hereges que negavam a humanidade de Jesus como vemos em suas 3 cartas quase no final do Novo Testamento. Na Terceira carta ele se opõe a um homem chamado Diótrefes que resiste receber e seguir os ensinamentos do apóstolo, mas defende Demétrio que esperava que fosse bem recebido por aquela igreja. Uma coisa importante que chama nossa atenção nas palavras de João é que um homem que não era do grupo estava sendo mais bem-sucedido no trabalho de expulsar demônios do que os discípulos diretos de Jesus. O texto não diz, mas será que os discípulos ficaram com inveja, inseguros, ou foi apenas um zelo sem a correta medida?
  2. 39 Jesus, porém, disse: Não lho proibais, porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. 40 Porque quem não é contra nós é por nós. – Segundo as palavras de Jesus aquele homem estava fazendo tudo certo: expulsando em nome de Jesus e o poder de Jesus estava atuando através da vida dele. Era um homem com verdadeira fé em Jesus realizando a sua obra. Não há indício nas palavras dos apóstolos, e Jesus confirma isto com sua aprovação, de que aquele homem fizesse algo fora da vontade de Deus, por exibição, por vanglória, por dinheiro, etc. Tenho certeza de que a presença de qualquer um destes elementos traria a imediata reprovação de Jesus. De fato, aquele homem cujo nome não sabemos, era o resultado da obra do próprio Jesus que estava se espalhando. Não era uma ovelha desgarrada, um rebelde agindo por conta própria. Alguém que nos faz lembrar este homem é o próprio apóstolo Paulo que se denominou um filho de última hora, escolhido para ser o mensageiro de Deus de um modo totalmente diferente dos outros apóstolos. Era um recado de que a obra de Deus demanda muitos obreiros e, mesmo quando alguns falham, a sua obra não deixa de ser realizada. Isto é a soberania divina. O homem falha, mas isto não interrompe, não atrasa e não diminui o avanço do Reino.
  3. 41 Porquanto qualquer que vos der a beber um copo de água em meu nome, porque sois discípulos de Cristo, em verdade vos digo que não perderá o seu galardão. – Nesta última parte há várias questões envolvidas. A primeira é que Jesus está dizendo que esperava que seus discípulos tratassem bem outros discípulos, assim como esperava que outras pessoas tratassem os seus discípulos muito bem e, para isto, garante que haverá recompensa. Mas, da mesma forma, ele afirma que quem trata mal os seus discípulos será punido. Em Mateus 12.30 Jesus faz uma declaração no mesmo sentido: Aquele que não está comigo, está contra mim; e aquele que comigo não ajunta espalha. Neste contexto de Mateus ele fala inclusive de condenação eterna aos seus opositores. No trabalho missionário e na evangelização, Jesus ensinou que os discípulos deviam procurar um homem ou um lar de paz. Ou seja, uma casa que os recebesse para que pudessem pregar e que seria abençoada por Ele por causa disto. Por outro lado, também falou que nem mesmo o pó deveria ser levado de uma cidade que o rejeitasse. Suas Palavras também são tão preciosas que não deveriam ser ditas para opositores, desinteressados, pessoas que distorcem e que deliberadamente rejeitam. Ou seja, Jesus não aceita uma posição de neutralidade. Aquele homem condenado pelos discípulos e ficar calado realmente estava ao lado de Jesus e fazendo a sua vontade. Ele era um discípulo de verdade. A Bíblia, como sabemos, também é um livro que orienta sobre com que os povo de Deus deve se associar e com quem não deve. Veja, por exemplo, o cuidado que os hebreus deviam ter ao entrar em Canaã. 

APLICAÇÕES

  1. O primeiro ensino é que qualquer pessoa que estiver realmente pregando e vivendo o Evangelho é nosso irmão. E, por outro lado, nos confronta com o compromisso se sermos pessoas que vivem e pregam o Evangelho. Um discípulo de Cristo até pode durante um período de sua vida assumir posições equivocadas, mas ele logo se corrigirá sua vida e se voltará para a verdade. O próprio Cristo está empenhado em nos fazer andar em sua vontade.  
  2. Jesus estende o entendimento do que seria o seu Reino e prepara o coração dos discípulos que em breve seriam encorajados a irem por todo mundo pregando a todos e conviveriam com diferenças enormes, mas deveriam ser hospitaleiros e receptivos não julgando verdadeiros irmãos. No campo missionário sempre houve o desafio transcultural, ou seja, de pessoas de outras nacionalidades pregando em países estrangeiros. Os missionários deveriam aprender a língua, a cultura, os costumes, etc. Entretanto, os maiores avanços acontecem quando se tem missionários autóctones, ou seja, aqueles que nasceram ali e se converteram a Cristo. Da mesma forma, o maior missionário para sua família é você mesmo. Um dia fomos estranhos e inimigos do Evangelho, hoje somos testemunhas de Cristo. 
  3. O que sobra disto? Que qualquer um, mesmo fora da igreja e da vontade de Deus pode operar milagres em nome de Jesus? De forma alguma, o que resta afirmar é que qualquer que realmente seja de Jesus será usado por ele na sua obra. Não se pode dizer que a atitude daquele homem é um modelo para que pessoas vivam fora da igreja servindo a Deus de verdade porque a igreja ainda não havia sido constituída (perceba a nuance: constituída não significa que não foi instituída!). É exatamente o contrário, aqueles que fazem a vontade de Deus são facilmente identificados por suas vidas e por suas obras e não pela posição que ocupam dentro de um grupo.
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