PÁSCOA

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Insistimos bastante na tese de que a Páscoa não é bem representada por Coelhos e nem por Ovos de Chocolate. Parece até um consenso entre todos de que a Páscoa é muito mais do que isso, ainda que muitos insistam em manter a tradição do Coelho e dos Ovos de Chocolate.

Se for por falta de simbolismo ou de significância, devemos atentar para o fato de que a Páscoa Cristã (porque existe a Páscoa Judaica também, não se esqueça!), é de uma riqueza enorme.

Sob a liderança de Moisés, como conclusão das Dez Pragas Divinas sobre o Egito, vemos, como nos narra a Bíblia, uma das mais terríveis manifestações da Ira e do Poder de Deus sobre os homens. Coisa igual creio eu, só tem correlação no Dilúvio, em Sodoma e Gomorra, e o seu paralelo futuro, como também pregamos, no Juízo Final. Sangue nos umbrais das Portas, o Anjo da Morte passando sobre o Egito, ervas amargas, fugir com a maior pressa possível, levar tudo o que puder, ouvir a lamentação dos egípcios pelos seus primogênitos mortos, são apenas alguns dos muitos detalhes daquele dia, por um lado Maravilhoso, por outro lado, tenebroso.

O Senhor ordenou que este dia jamais fosse esquecido e que, anualmente, fosse comemorado como convém.  No entanto, algo extraordinariamente maior aconteceria depois.

Já sob o domínio Romano, os judeus, agora totalmente diversos daqueles primeiros fugidos do Egito, ainda comemoravam a Páscoa, sua libertação do cativeiro egípcio para a peregrinação em direção a Terra Prometida a Abraão. Desta vez um novo personagem está presente na história para dar, em si mesmo, todo o significado desta festa. A passagem do Anjo da Morte no Egito, a Grande Libertação, ainda que eventos magnânimos eram apenas símbolo, e pasmem por isso, de algo ainda muito maior.

A prisão agora não é apenas o Egito, mas todo o mundo onde há sequer um ser humano.  A escravidão e o cativeiro não é apenas a prestação forçada de serviços a um dominador humano, mas a cadeia que todo homem carrega no coração: o pecado. As mortes no Egito foram pranteadas e mesmo os que escaparam ainda continuavam mortos de alguma maneira, hoje se morre também, mas se morre para Nascer de Novo. A Terra Prometida já não é mais um lugar bonito na Terra, onde ainda tudo é perecível, mas uma Pátria de Além onde Deus é Soberano: Uma Nova Jerusalém. Agora não é mais um Anjo que passa causando mortes sem piedade e sem retorno, mais um Rei que decide habitar corações tornando-os eternos: Jesus.

O preço pago na sexta-feira para tornar real todas estas aspirações foi alto: a Própria Vida. Tal fato só não foi maior do que a Vitoria do Terceiro Dia, onde a Morte se torna novamente Vida. A Sexta-Feira nos faz lembra nossos pecados e a dor da Separação de Deus. O Sábado nos remete ao túmulo, a desesperada presença da derrota e do Vapor que cada um de nós é. O Domingo é Dia de Vitória, uma vez que não há Vitória sem luta.

Seria ainda estranho pedir que pensássemos na Páscoa como uma realidade Divina? Seria ainda muito pedir que o lado meramente comercial do momento na visão de outrem, fosse substituído por um sentimento mais religioso. Seria estranho, também, pedir que ao contrário da festa, pelo menos na Sexta e no Sábado, ao invés de nos alimentarmos apenas com Peixe e Chocolate, tivéssemos a Palavra à Mão? Talvez fosse.

Uma coisa, no entanto fica: esta é sem dúvida a Data mais importante para cristãos de todo o mundo.

Pastor José Martins Júnior

Abril de 2006

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