Insurreições Pentecostais no meio Batista
(Uma resenha mal feita!)
Estou enganado ou os Pentecostais devem a nós Batistas sua existência?
Acabei de ler esta semana ¨Os Batistas: Controvérsias e Vocação para a Intolerância¨ do meu querido professor PhD Jorge Pinheiro e do Marcelo Santos, estou lendo, também, a tese de Doutorado do Gedeon Alencar sobre as Assembleias de Deus e ele diz isto também (não com tanta ênfase, considero!), estou lendo o ¨Centelha em Restolho Seco¨ da Betty Antunes de Oliveira e a conclusão é uma só: se por nossa incompetência, se por obra de Deus e seu Espírito, se por obra do ser humano ou qualquer outra explicação (e nem tenho coragem de ir além destes comentários) parece que os Batistas são o útero do Pentecostalismo. Se foi um parto ou um aborto também não me arrisco. Aliás, aqui não quero dar aula de historia, nem de Ortodoxia e nem de nada. Só tagarelar.
Parece que a gente tem mesmo vocação para Pentecostalidade. Não sou pastor há muito tempo, mas já cansei de ver igrejas batistas sofrendo com ataques pentecostais e, pasmem, não vem de fora, mas de dentro. Aí é um ¨deus nos acuda¨. Reunião para cá, reunião para lá, fofoca para lá e para cá, um medo de ver a igreja rachando no meio e por aí afora. O resultado disto tudo é que cada vez mais vamos cedendo de modo que coisas que outrora julgávamos até diabólicas, começamos a aceitar sem problemas (com este comentário não faço juízo de valor, apenas constato). Também passei por isto na igreja e foi duro para vencer. Acho que superamos. Acho!
Ainda pensando nos comentários que li e no Foucault, concluo que mais do que um Avivamento no meio da igreja, ou sua pentecostalização, o que sempre assistimos é uma guerra de poder (trocando em miúdos e simplificando: picuinha de gente infantilizada que não tem o que fazer). Novas estruturas e alianças de poder se formando a partir de teses de renovação espiritual, de que ¨Deus está presente no nosso meio pronto para fazer maravilhas e que alguns se negam a ver e se põe como pedra de tropeço¨ (e neste sentido já fui uma! – sinceramente já me bastou uma, Deus me livre de uma segunda! Estou me recuperando até hoje).
E mais uma vez: Deus me livre!
Pastor Júnior Martins
26 Abril de 2013
3 comentários
Pastor, muito boa a sua reflexão. Realmente, o que destrói e fragiliza as instituições é a vontade de poder enraizada nas mentes, corações e práticas sociais – de crentes e não crentes. O pior é quando essa vontade de poder é apresentada para a Igreja como um desejo de Deus e, portanto, não pode ser contestada.
E é por causa da subjetividade deste elemento ¨vontade de Deus¨ que uma contestação fica complicada. Mas deve ser feita.
Gostei demais do texto. Mais uma vez parabéns.