Tenho cada vez mais certeza, apoiada cada vez mais pelas ocorrências cotidianas, de que os próprios cristãos são responsáveis, por um lado, pelo desinteresse daqueles que ainda não receberam Cristo como Senhor e, por outro lado, daqueles que já tendo recebido, não parecem ter desenvolvido, nem para si nem para este mundo, uma vida que seja interessante.
Fomos chamados para brilhar, ser luz e ser sal. Mas não quero aqui pensar no que cada um destes símbolos possa queira dizer pois há uma lógica e um sentido que estas palavras já trazem consigo, mas dizer o quanto deste brilho, o quanto desta luz e o quando deste sabor podemos, se é que não devemos, ter: o máximo possível. Pena que ao invés de brilho (energia, destaque com beleza), luz (contraste que elucida em meio às trevas) e sal (que traz nova forma de sentir e perceber o que já existe), somos apenas produtores de uma cortina de fumaça (tóxica, escura, sufocante) e que esconde o próprio Jesus.
Quem nunca viveu um dia como o da Comissão dos Setenta? Aquele dia em que tudo conspira para a Glória de Deus e o bem das pessoas? Um dia de Evangelização, de ajuda aos necessitados, de visita aos doentes e encarcerados, de abraço as crianças? Já tive vários dias assim. Dias em que até somos confrontados pela nossa fé, ofendidos, humilhados, ignorados, mas que são dias também gloriosos porque sofremos por causa do bem que queremos aos que o recusam. Dias em que nos unimos a pessoas de diversas denominações e formas de viver a vida cristã e, unidos por Cristo, prestamos serviço a Deus servindo outras pessoas. Não são dias de fumaça, são dias de brilho, de luz e de sal.
Pena que os dias de fumaça ainda prevaleçam. Uma espécie de poluição espiritual. Pessoas que lutam por cargos, destaque e liderança. Discussões infindáveis e improdutivas por causa de interpretações de textos e expressões que mesmo após compreendidas pouco resultado trarão. Briga por causa da aparência e dos acessórios desta aparência. Revelações, profecias, profetadas e profetagem com pouco ensino, pouco encorajamento e sem direção. Muita fumaça, nenhum brilho, nenhuma luz e nenhum sabor.
Pastor José Martins Júnior
27 de abril de 2013
