PERFIS DESEJÁVEIS – 2 CORINTIOS 8.1-9

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Sermão pregado em 19 de janeiro de 2014 no culto noturno da IBVB

Estendendo nossas mãos aos necessitados do pão e de Deus

Expressando nossa fé e nossa fidelidade a Deus

Em Cristo podemos além das nossas forças

Introdução

Tenho o desafio de pensar um projeto para igreja. Jesus é o Senhor e Cabeça da Igreja. Impera sobre a igreja o desafio de avançar com o Evangelho e lidar com as dificuldades impostas pelo mundo e pelo pecado, que no final, é a maior doença a ser curada no homem.

O texto escolhido não é um texto normativo, mas nele Paulo dá orientações sobre uma coleta que espera receber dos Coríntios para ajudar irmãos de Jerusalém que passam um período de grande fome e privações. No centro da questão temos duas outras igrejas e/ou comunidades e/ou cidades: Macedônia e Corinto. As duas contrastam fortemente entre si no momento. Os macedônios estão privados de seus bens e passam por necessidades muito grandes também por causa de perseguições e conflitos com os Romanos, no entanto, mesmo privados de bens materiais, pedem a Paulo que possam participar da coleta e, para surpresa de Paulo, levantam um oferta expressiva e se alegram muito com isto. Os Coríntios, por sua vez, já se mostram cheios de dons e da graça de Deus, vivem com certo conforto. Paulo não duvida de sua generosidade, mas teme que os coríntios não sejam tão expressivos e prestativos quanto os macedônios. Paulo não hesita em compará-los e claramente pede aos mesmo que não sejam menos generosos e que usem de tudo que receberam de Deus para contribuir.

É certo que o texto não fala apenas, ou principalmente, sobre ofertar ou contribuir, ainda que este assunto esteja evidente, mas trata de generosidade, do poder de Deus na vida dos creem, em Deus como o verdadeiro provedor de recursos, sobre o poder da fé, entre outros assuntos que o Espirito Santo possa nos apontar na leitura e estudo do texto e do contexto.

Podemos fazer paralelos entre a fome e as privações dos judeus de Jerusalém, para quem as ofertas estão sendo levantadas, e mesmo as privações dos macedônios, entre a pressão que o pecado e o mundo fazem sobre nós nos querendo fazer sucumbir. Por outro lado, nos pressiona a, quando providos de recursos e materialmente mais abençoados, estendermos nossas mãos aos necessitados, o que vale ao pecado e perdido, desprovido do amor e da graça de Deus, que podem ser recebidos por meio de nosso testemunho e pregação.

Desenvolvendo

I) O que nos limita não é a falta de fé ou do poder de Deus, mas muitas vezes, nossa frieza, fraqueza, falta de visão e boa vontade v.3 – penso na fé, neste contexto, com o Dom dado por Deus a sua igreja para ir além e pensar além das circunstâncias, problemas e ocasião. Todo crente mais vivido e que tenha envolvimento concreto com sua igreja, é capaz de testemunhar milagres e maravilhas de Deus por meio de sua fé e de sua coragem ou de sua igreja, ou mesmo de grupos distintos de irmãos na igreja diante de desafios que sejam justos, honestos, cristãos. Nossa vontade, nossa ¨alma¨, nosso coração podem muito quando colocados em Deus. Os macedônios pobres puderam fazer muito, isto poderia vir a ser vergonhoso diante dos ricos coríntios. Sou totalmente alheio a irresponsabilidades. No nosso meio temos os chamados ¨atos de fé¨, ¨viver pela fé¨, que são manifestações da preguiça e da desorganização de muitos – sei do que falo. Assumir compromissos sem ter como arcar com os mesmos é irresponsabilidade, mas diante de problemas reais que põe em risco a integridade e a dignidade das pessoas, a igreja e cada um individualmente, tem que se mexer e agir. Pense no desafio que temos como igreja: pregar aos pecadores, edificar a vida dos salvos e convertidos, cooperar com a comunidade na qual está inserida, manter suas doutrinas, suas atividades, seu foco, manter patrimônio, etc. Desafios grandiosos. Alcançáveis pela fé, pela boa vontade, pelo envolvimento de cada um.

II) O texto mostra que devemos nos entregar a Deus e uns aos outros de modo honroso v. 5-6: gosto muito de filmes como os japoneses de samurais e lutadores porque questões de honra a tradição, aos mestres e companheiros sempre está inserido. Vi, recentemente o filme ¨Aposentados¨ com Bruce Wyllis, e mostra um grupo de ex terroristas e guerrilheiros que voltam a se unir em torno de um proposito comum, ainda que tenham diferenças ¨mortais entre si¨. Mesmo no mundo real, vemos isto na disciplina militar em mesmo entre bandidos, traficantes e outros infratores. Ora, se aqueles fazem por motivos torpes, banais, sem grande significado, por que não o fazemos do mesmo modo, já que temos tanta significação no que fazemos? Boa pergunta. Sempre entendi a união e o amor da igreja como o grande sinal aos incrédulos. Muito mais do que milagres, curas e sinais. Foi a clara sensação que tive ao entrar na igreja evangélica pela primeira vez. Todos unidos, alegres, sorridentes, em torno do livro, em torno do proposito. Foi de tal modo atraente para mim que foi o que Deus usou para me ganhar para Cristo – eu queria aquilo para minha vida. Devemos pensar, também, que este é o grande exercício diário que devemos fazer. Lembro quando Paulo diz que: ¨o exercício físico é pouco proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa¨. Ora, devemos incluir a comunhão, o amor e a união da igreja como expressão desta piedade, ou pelo menos, como parte contingente e necessária dela.

III) Alerta para que procuremos uma vida cada vez mais completa diante de Deus v. 7:- a provocação de Paulo para que os Coríntios contribuam é baseada em outras expressões da vida cristã dos mesmos. Podemos fazer um paralelo com o jovem rico em Mateus 19: 21, que dizia ter seguido a lei em seus detalhes durante a vida e Jesus pede a ele que venda tudo, dê aos pobres e o siga para ter a vida eterna, ou seja, ainda lhe faltava alguma coisa. Fez-me lembrar de conversas recentes com irmãos lembrando-me dos primórdios de suas igrejas e até da minha experiência com igrejas novas, onde quando pessoa tem que se desdobrar nas atividades para atender todas as demandas. Ser completo é de fato difícil de definir, talvez fosse necessário sê-lo primeiramente. Mas quem concluirá isto sobre si mesmo? Talvez completo nos dons – Paulo nos chama a buscar os melhores dons. Completos no amor: amando os de perto e os de longe, os justos e os ímpios, amigos e inimigos. Completos no serviço: ensinando, administrando, contribuindo, evangelizando, pregando. Obviamente ninguém tem todos os dons, e entraríamos em atrito na igreja, usurpando lugares que não são nossos neste afã de fazermos tudo, mas devemos sim buscar a ¨completidão diante de Deus¨, para sermos aptos para todo serviço e para toda e qualquer ocasião.

IV) Sempre olhando o exemplo de Cristo, neste caso especifico do texto e contexto, no seu auto esvaziamento e empobrecimento. TODO PODEROSO MISERÁVEL! V. 8-9– uma cenas que mais me marcaram foi a de um debate entre dois funcionários da empresa que trabalhei. Os vi ao longe falando calorosamente. Como tinha a responsabilidade da fábrica tive que me aproximar para ver o que estava acontecendo porque os gestos e movimentos davam a entender uma grande discussão. Ao me aproximar pude ouvir o motivo do debate, um deles dizia: ¨estes evangélicos não vêm que estão errados. Jesus é Deus e rico, dono de tudo, mas quando viveu entre nós se fez pobre e morreu humilhado¨. Confesso que nunca vi um cristão falando de Cristo com tanta energia e indignação. O cristão deve, antes de tudo, ser um servo obediente ocupando lugares e condições que lhe são designadas por Deus, ocupando com humildade e se esmerando por fazer o melhor. Hoje é comum as pessoas quererem funções de liderança e comando logo ao chegarem. Enganam-se achando que a igreja é lugar para lideres, quando na verdade é lugar para servos. Ignoram que o conhecimento humano é palha diante de Deus, e os que se orgulham da aparência serão brevemente abatidos. De um modo muito claro e explicito, o Evangelho ter calores contrários aos valores humanos e os paradoxos são evidentes e fazem muito sentido: o rico se fez pobre para fazer dos pobres ricos, o maior será aquele que for menor e servo dos outros.

Concluindo

Uma visão de igreja, no meu modo de pensar passa pelos seguintes pontos: I) ela sempre deve agir pela fé e entender que seu desafio é muito grande e não podemos nos inibir neste processo olhando nossas limitações, II) igreja é lugar de comunhão e nesta comunhão fazemos nosso trabalho e ganhamos os pecadores que verão nossas boas obras e glorificarão a Deus, III) a igreja deve equipar os  crentes para toda sorte de demandas e necessidades que surgem para agir de modo sábio, cristão e eficiente, IV) ainda que rica a igreja deve ser humilde e não se gloriar na aparência, mas se gloriar em ser parecida com Jesus, buscando o bem de todos os homens.

Pastor Junior Martins

30 de janeiro de 2014

 

 
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3 comentários
  1. Seria interessante extrair pelo menos o áudio diretamente da mesa para distribuição na igreja após o acúmulo de uma certa quantidade de sermões. É bom para a igreja conhecer a si mesma e os rumos que tomará uma vez que os pregadores são pastores e lideres da igreja em sua maioria. Para os próprios pregadores serve como referencia para crescimento e avaliação.

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