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CRISTO OU CÉSAR? – MARCOS 12.13-17

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Mensagem pregada no culto matutino IBVB em 13 de novembro de 2022 – mensagem gravada sem áudio

INTRODUÇÃO

  1. Jesus é a medida certa para todo pensamento e todo comportamento. Muitas perguntas e conflitos que temos hoje já foram resolvidos e respondidos por ele. Hoje veremos mais um deste casos. A relação entre o crente e o Estado e as autoridades humanas. 
  2. Um dos princípios batistas é a separação entre a igreja e o Estado. Hoje se fala muito disto por causa do protagonismo e exagerada participação de muitas denominações religiosas na vida pública e política exatamente porque não entenderam qual é o papel da igreja e sua real participação neste mundo. A igreja é uma instituição divina que deve estar protegida da direção das organizações humanas pecaminosas. O propósito da igreja é ser uma comunidade divina guiada pela Palavra de Deus e isto não combina com poder, dominação e disputas ideológicas de nenhuma natureza. Isto significa que os crentes individualmente não devam ter posicionamento e envolvimento político? Pelo contrário. Individualmente devemos. Quando falamos de pastores, por exemplo, acho justo que deixem a função caso queiram prosseguir com uma possível vocação política. As coisas não devem se misturar.
  3. Mas nosso tema hoje é ainda mais abrangente e profundo que isto: o que é de César e o que é de Cristo.        

O TEXTO

  1. Fariseus e herodianos procuraram Jesus. É uma segunda delegação enviada pelo Sinédrio para tentar pegar Jesus nalguma falha. Os dois grupos que foram eram muito distintos e partilhavam de diferenças políticas e religiosas, mas para tentar Jesus se juntaram. Aqui já temos um princípio interessante: o mundo, mesmo com todas as suas diferenças internas, tem um inimigo comum: Jesus.
  2. Sobre os fariseus sabemos muito, mas quem eram os herodianos? Os herodianos eram apoiadores da dinastia de Herodes. Eles formavam um grupo político, sem motivação religiosa, que era favorável à aliança do governo judeu com Roma. Os herodianos são citados apenas na Bíblia e provavelmente na obra de Flávio Josefo – embora Josefo se refira a eles simplesmente como “aqueles do partido de Herodes”, ao invés de aplicar a designação “herodianos”. Apesar de serem um grupo pequeno pouco citado no Novo Testamento, era influentes e poderiam criar grandes problemas para Jesus. E qual era o problema? Se Jesus recusasse pagar o imposto ou se pusesse acima de César seria preso imediatamente. Os irmãos devem se lembrar que Jesus, quando foi crucificado, recebeu o título de Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus, e não dos Romanos. Além da zombaria, marcava o fato de que estava sendo recusado como Rei. Aqui temos uma outra diferença e que configura um princípio: o mundo não deseja o domínio de Cristo. Não deseja seguir os seus princípios. Se o homem não nascer de novo da água e do Espírito não pode aceitar o Evangelho por imposição por mais que ele seja bom em verdadeiro em todos os seus princípios. 
  3. A maneira como abordam Jesus merece consideração. Eles dizem a mais pura verdade: Jesus é verdadeiro homem e não faz acepção de pessoas, mas as intenções por trás das palavras verdadeiras e lisonjeiras são terríveis. Aquela abordagem foi pensada, calculada e ensaiada. Eles estavam certos de que Jesus cairia na pegadinha e poderia ser acusado. Aqui surge mais uma diferença entre o Evangelho e o Mundo, ou entre a Igreja de Cristo e as Instituições humanas ou de Estado: o Evangelho é uma verdade simples e transparente. O mundo é uma mentira elaborada para parecer verdade.   
  4. E realmente era uma pergunta difícil. Se ele simplesmente dissesse que era lícito estaria, de alguma forma, aceitando o domínio romano e sendo colocado contra o povo que era oprimido por Roma com altos impostos e que o seguia, colocando-se ao lado dos herodianos e amontoando ainda mais inimigos do que já tinha. Se ele respondesse que não era lícito seria preso imediatamente como um rebelde e inimigo de Roma. No mundo de César, pouco importa se o homem está correto ou não, ele vai pagar caro por isto. Não há misericórdia e graça. No Evangelho é exatamente o contrário, quando o homem assume que está errado e já não sabe mais o que fazer, o que pensar, para onde ir, é que o Evangelho pode entrar em sua vida e transformar.
  5. O texto afirma que Jesus conhecia a hipocrisia daqueles homens porque eram dissimulados e porque, principalmente os fariseus, pagavam o imposto não porque tinham convicção disto, mas porque tinham outros interesses. Ele os chama de hipócritas também porque suas palavras são dissimuladas e não expressavam seus reais pensamentos e intenções. O mundo de César é o mundo da retórica e das belas palavras para convencer e não da verdade. No mundo a forma e o conteúdo andam separados. O que importa é o que parece e não o que realmente é. No Evangelho é o contrário: a forma como fazemos e a intenções caminham juntas aos olhos de Cristo. O Sermão do Monte, que toda igreja estudará neste ciclo, mostra isto: além daquilo que é aparente, Deus julga o coração e a intenção de cada um de nós.      
  6. Jesus pede a moeda e mostra a quem pertence: a César. Tudo que tem a marca de César pertence a César. Assim, reconhece que o povo tem obrigações diante dos governantes. Percebam que contraponto interessante: Cristo reconhece o poder e autoridade humanas sobre os homens, mas o mundo rejeita o domínio e autoridade de Cristo sobre todas as coisas. Este desequilíbrio no mundo e na vida das pessoas é um grave problema.  
  7. A Deus o que é de Deus porque o homem foi feito à sua imagem e deve representá-lo e obedecê-lo. Este segundo recado foi mais direto aos fariseus. Jesus define algo fundamental. Erramos quando divinizamos o Estado e quando humanizamos o Reino de Deus. O Estado é uma instituição humana e o Reino de Deus é divino. Havia uma espécie de idolatria a César por parte dos herodianos e uma evidente falta de honra a Deus por parte dos fariseus e também dos herodianos.  
  8. Mais uma vez ficaram assustados com sua sabedoria e não puderam mais discutir. E não podia ser diferente.

APLICAÇÕES

  1. Temos uma dupla cidadania. Ambas devem ser vivida na sua plenitude.
  2. Devemos distinguir as coisas que são deste mundo daquelas que são de Deus.
  3. O Reino de Cristo não é deste mundo. Portanto, há questões que estão muito acima das picuinhas deste mundo e que são eternas.
  4. Finalmente, se a César devia ser pago o imposto, o que devemos dar a Deus? Nosso louvor, nossa adoração, nossa fé, nossa confiança, nosso futuro.
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