COMPREENDES O QUE VÊS? – MARCOS 6.45-56

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Mensagem pregada no culto matutino IBVB em 24 de outubro de 2021

INTRODUÇÃO

  1. Sim, há um jogo de palavras com a passagem em Atos 8 quando Felipe se encontra com o eunuco e este afirma que não consegue entender o que está lendo. Cristo está preocupado com a nossa compreensão das coisas? Sim, está.
  2. A passagem está cercada de uma narrativa de milagres: são curas e Jesus andando sobre as águas e acalmando os ventos. Mas, como sempre, nada é sem propósito. Cristo queria ensinar algo aos seus discípulos e, ainda mais, reforçar e dar o correto entendimento do que tinha acontecido anteriormente quando ele multiplicou os pães e peixes e alimentou uma multidão composta por 5.000 homens.
  3. As perguntas por trás da reflexão desta passagem são: quanto tempo levamos para aprender algo de verdade? O que é aprender de verdade? Cristo tem paciência conosco quando estamos aprendendo? É possível que não aprendamos algo importante? E como fica? Por que é difícil aprender? O que prejudica o nosso aprendizado? Estamos prontos para servir? Temos compaixão pelos outros? 

O TEXTO

A narrativa é breve, mas cheia de pequenos detalhes muito importantes.

  1. 45 E logo obrigou os seus discípulos a subir para o barco, e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. 46 E, tendo-os despedido, foi ao monte para orar. – Os discípulos foram obrigados por Jesus a viajar para Betsaida. Por que? Cansados? Desinteressados? Apenas preguiçosos e desobedientes? A multidão foi mandada para casa e Jesus foi orar. Sua oração incluía, sem nenhuma dúvida, os discípulos. Para que fossem corajosos, para que fossem dispostos, para que compreendessem as coisas espirituais, para que aprendessem a ter misericórdia dos outros, para que cumprissem suas tarefas até com fim com êxito.   
  2. 47 E, sobrevindo a tarde, estava o barco no meio do mar, e ele, sozinho em terra. 48 E, vendo que se fatigavam a remar, porque o vento lhes era contrário, perto da quarta vigília da noite, aproximou-se deles, andando sobre o mar, e queria passar adiante deles, – Mesmo estando ainda em terra, Jesus está atento ao que acontece aos seus discípulos na água e sabe o quanto estavam lutando contra os ventos que já tinham enfrentando antes. E, mesmo tendo visto o que Jesus fizera, apavoraram-se novamente. Na primeira vez Jesus dormia tranquilamente no barco. Agora ele não está no barco, mas não era preciso, ele continuava cuidando dos discípulos mesmo assim. Jesus estava preparando seus discípulos para quem estivessem prontos para quando ele não estivesse mais presente fisicamente após sua ressurreição e subida aos Céus.
  3. 49 mas, quando eles o viram andar sobre o mar, pensaram que era um fantasma e deram grandes gritos. 50 Porque todos o viram e perturbaram-se; mas logo falou com eles e disse-lhes: Tende bom ânimo, sou eu; não temais. 51 E subiu para o barco para estar com eles, e o vento se aquietou; e, entre si, ficaram muito assombrados e maravilhados, 52 pois não tinham compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido. – Jesus não precisou de um barco para aproximar-se, veio andando sobre as águas. Cansado de navegar, assustados com os ventos, ficaram apavorados ao ver Jesus e suas superstições e medos irracionais surgiram: pensaram que era um fantasma. Jesus mais uma vez acalma o vento, sobe a um dos barcos e Marcos narra o motivo de tudo aquilo: não tinham entendido o milagre dos pães. O que o milagre dos pães ensina? 1. Que Jesus é quem provê o alimento espiritual e físico para todos; 2. Que Ele é soberano e tem o controle de tudo, que ele vê as multidões aflitas com muita misericórdia; 3. Que ele espera que seus discípulos sejam cooperadores da sua obra tendo fé e boa vontade; 4. E que pode exigir obediência dos seus discípulos.  
  4. 53 E, quando já estavam no outro lado, dirigiram-se à terra de Genesaré e ali atracaram. 54 E, saindo eles do barco, logo o reconheceram; 55 e, percorrendo toda a terra em redor, começaram a trazer em leitos, onde quer que sabiam que ele estava, os que se achavam enfermos. 56 E, onde quer que entrava, ou em cidade, ou em aldeias, ou no campo, apresentavam os enfermos nas praças e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste, e todos os que lhe tocavam saravam. – E, como sempre, após uma bela lição com um momento tenso, Jesus chega onde pretende e executa a sua obra curando e ajudando muitas pessoas que precisam dele e tem fé.

APLICAÇÕES

Tudo o que os discípulos ouviram e viram naqueles dias entre a multiplicação dos pães e ao verem Jesus andando sobre as águas era, ao mesmo tempo, a obra sendo realizada e um aprendizado através do exemplo que deveriam seguir. O que estavam vendo deveria ser entendido e posto em prática. A escola de Jesus não tem os mesmo parâmetros de nossas escolas. É na prática.

  1. Primeiramente, é exigido que compreendamos o que está acontecendo a nossa volta e quem de fato governa tudo que existe. – Estamos todos nós em missão para servir a Cristo, mas alguns seguem desobedientes, preguiçosos, cheios de desculpas, incapazes de dominar a própria vontade e seguir em frente. Quem não conhece o Jesus dos Evangelhos dificilmente sabe que ele pede, mas às vezes manda e obriga – vai e faz! Ele é o exemplo claro desta obediência e de alguém que lutou contra a própria vontade ao chegar o momento de ser julgado e crucificado. Ou seja, é olhando o exemplo dele que vencemos a dificuldade de ler a Bíblia, de orar, de ir à igreja, de nos envolvermos com a igreja, de vencermos as barreiras que nos impedem de servir.   
  2.  Em segundo lugar, Jesus está constantemente intercedendo por nós porque sabe que nossas tarefas e desafios da vida são maiores que nós e só com ele para vencermos, mas isto não faz com que ele evite que passemos pelos sufocos, mas nos livra deles – Ou seja, devem apenas aprender a não temer e seguir em frente servindo e vivendo conforme o Evangelho. Ninguém progride e aprende novas coisas no Evangelho se deixar-se dominar pelo medo. O medo faz parte da natureza humana, mas é vencido pela fé, pelo desejo de servir a Cristo e pela obediência. Do que cada um de nós tem medo?
  3. Em terceiro lugar, Jesus deseja que, assim como ele, tenhamos real compaixão pelos outros anunciando-lhes o Evangelho – Se Jesus aceitasse a resistência do discípulos de fazer aquela pequena viagem de barco, um multidão do lado de Betsaida não ouviria o Evangelho, não seriam curados de doenças e continuariam presas do diabo. As dificuldades de uma obra ou da obediência nunca são maiores do que o prazer e os resultados que ela traga. Eu me lembro até hoje de um trabalho de Evangelismo de rua que fizemos com a Associação numa praça próxima a igreja do Centenário de Piraporinha: palco da prefeitura, bandas tocando, uma agitação enorme. E naquela dia apenas uma criança se converteu com todo aquele trabalho. Para muitos foi frustrante aquele dia, mas eu entendi que Cristo moveu o mundo para levar o Evangelho para aquele pequeno coração.
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