ADORAÇÃO BÍBLICA: RUSSEL P. SHEDD.

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SHEDD, Russel P. Adoração bíblica: os fundamentos da verdadeira adoração, 2ª Edição. São Paulo: Vida Nova, 2007. 208 p.

O livro trata da verdadeira adoração conforme a Bíblia porque, segundo o autor, a igreja contemporânea perdeu a compreensão deste princípio.

Prefácio: A adoração faz parte da vida do cristão. Toda semana podemos estar nos preparando para simplesmente reproduzir atos de culto sem nenhum entendimento. Por isto é necessário buscar este conhecimento.

Cap. 1 – O culto e a adoração que Deus almeja

  1. Definir culto e adoração é muito difícil, mas ele caraterizado pela consciência da presença de Deus e de que ele seja louvado, elogiado, reverenciado. Quem entra em culto de adoração muda por sabe diante de quem está. A igreja se enche de muitas variáveis que prejudicam a adoração verdadeira.
  2.   Os cultos podem ter diversos focos que podem destoar do propósito. Pode ser carismático (em torno dos dons e da emoção), didático ou pedagógico (centrado no ensino das Escrituras), eucarístico (focado nos sacramentos), querigmático (de pregação), body life (corpo vivo ou na comunhão), e diaconal (focado no serviço ao outro e no reconhecimento do outro como da presença da Deus).   
  3. Os culto de hoje falham por dois excessos: formalismo e espontaneidade.
  4. A adoração é o transbordamento de um coração grato impulsionado pelo favor divino (p. 18).

Cap. 2 – O vocabulário bíblico

  1. Adorar significa render-se, começando por beijar, ou prostrar-se no chão como submissão reconhecendo que é pequeno e o outro maior. O local perde a importância. O diabo deseja ser adorado.
  2. Adorar significa servir com grande frequência na Bíblia. Moisés queria levar o povo para o deserto para servir ao Senhor (latréia). Com o uso do corpo santificado integralmente a Deus. A atividade comunidade redimida é de serviço no Apocalipse.
  3. Adorar é um ato de reverência como temor diante da majestade divina. Deus atende o que lhe são reverentes. A vida de temor é base da adoração.
  4. Religião e adoração têm pouca diferença. O que cuida dos proscritos e adora faz serviço a Deus.
  5. Adoração também significa fazer o serviço sacerdotal, ou serviço religioso. Como o serviço litúrgico dos sacrifícios de animais do passado e hoje de louvor. O povo em culto se torna o sacrifício aceitável a Deus.

Cap. 3 – A essência do culto na Bíblia

  1. Adorar a Deus com toda mente e coração. Amor a Deus como base para tudo isto sendo Ele inacessível de outra forma.
  2. Coração e alma representam o todo do interior do homem ao dar-se inteiramente.
  3. Considera que Deus nos percebe e se revelou a nós como filhos.
  4. É uma comunhão por meio da experiencia e gratidão com grade sede.
  5. A adoração verdadeira é o momento em que o homem encontra perfeito uso e descanso da sua alma.
  6. Acontece quando o verdadeiro adorador expressa seu arrependimento e desejo compatível com sua vontade.
  7. É também o amor integral da mente: bater-ponto e medo do que deve fazer e não faz não são bons motivos.
  8. Mais uma vez o formalismo e o simples medo não adoram a Deus. É necessário lembrar que ele é Pai.
  9. Culto verdadeiro também acontece com grande esforço: gastar energias do corpo em adoração com lealdade (Romanos 12.1-2).
  10. Outros deuses exigem muito: dinheiro, trabalho, sexo, etc.
  11. Todo o investimento em igrejas hoje pouco ou nada tem a ver com a adoração a Deus.
  12. A dicotomia de culto e vida é uma distorção.

Cap. 4 – A adoração e os sentidos

  1. A adoração é uma experiência religiosa marcada no interior e exterior e da união de ambas.
  2. A adoração exige esta integração.
  3. Ninguém jamais viu a Deus. Ver a Deus significa ser sua manifestação através do seus atos como Moisés, Jó, Davi. Deus percebido em culto pela fé. Ver através do filho que é Jesus. Quem o busca de coração irá encontrá-lo. Deus também se revelou por teofanias e visões antropomórficas de si mesmo. A imagem de Cristo é formada no adorador. Alguns adoram sem ver o que é central: o próprio Deus através da contemplação, da consciência.
  4. Adorar é ouvir Deus falando conosco, os homens, como fez com muitos no passado. Cristo é o Logos, a Palavra que devemos ouvir. Cristo ouviu e ensinou ao mundo. Adorador é quem discerne a voz do Senhor. Na adoração Deus fala. Deus cumpriu o que prometeu a Jeremias de imprimir suas palavras no coração do seu povo. É o que o Espírito Santo faz hoje no crente. Adoração deve fornecer as condições para que a voz do Senhor seja ouvida através do dom de profetizar biblicamente utilizado (1 Coríntios 14).
  5. A adoração é o enchimento do Espírito que se expressa pelo relacionamento amável entre os irmãos, alegria entre os crentes, submissão de uns aos outros, transformação de vidas no culto.
  6. A voz do Senhor é renovada nas Escrituras porque ouvimos o que Deus falou a outros no passado e sabemos que também são palavras para nós. Deus nem sempre falará diretamente, mas mediado através da sua Palavra aos outros.
  7. Adorar é provar o Senhor no sentido de experimentar o seu amor e sua presença num movimento crescente além do leite genuíno porque outorga vida. É a essência do culto. Por isto devemos ter sede. A realidade da adoração é entendida pelo pão e pela água. Cristo alimenta seu povo até que volte. Estes alimentos são essenciais e mais importantes que os alimentos físicos como Cristo disse na tentação. Quem está saudável reconhece os bons alimentos.
  8. Uma boa adoração é como um bom perfume significando que Deus aceitou o culto dos seus. Cultuar é alegrar ao Senhor. O que o povo oferece é importante a partir do coração de quem o cultua. Fruto dos lábios que confessam o nome de Jesus. Conforme o sacrifício do sangue de Jesus, mas este é incomparável. Bom testemunho, vida consagrada, de anúncio da mensagem, de identificação com Cristo. Um culto que remeta a Cristo e seu sacrifício. Inclui as ofertas e finanças como os macedônios. Um investimento eterno com um sacrifício de aroma suave e bom.

Cap. 5 – O preparo para a adoração

  1. Quase tudo precisa de preparo e treinamento. Adoração também. Focamos apenas naqueles que dirigem a música, mas deveria ser para todos.
  2. O passo da busca significa estar preparado para buscar. Ele não será encontrado se não for buscado de todo coração. Deve ser algo voluntário. Os adoradores genuínos são assim. Adão e Eva por causa do pecado se esconderam de Deus.
  3. O passo da autoavaliação que leva ao arrependimento. Saul não podia cultuar corretamente porque não se avaliava. Davi procurou desculpas para seu pecado e isto impediu seu culto. Ofertas e holocaustos não agravam a Deus sem arrependimento. Pecadores purificados são aceitos. Ananias e Safira revelam o quanto Deus considera os pecados ocultos. Metanóia, transformação, é necessária. Deus está sempre certo e nós errados. Por isto a confissão é importante como preparo para a adoração. A iniquidade também gera comodismo para não se resolver. 
  4. O passo da meditação é um passo posterior porque prepara o coração para o que vai acontecer (a pressão não é do diabo, ela é o próprio diabo – Jung). A meditação é um lugar de encontro com Deus. A hora que o homem cala para ouvir a Deus. A meditação antecipa as alegrias futuras porque é um encontro espiritual. Ajuda a conhecer os valores prioritário da vida, para quem se matricula nesta escola! O mundo quer ocupar com lixo o espaço de nossas mentes e a meditação é uma forma de limpar isto.
  5. O passo da expectativa que, no caso do livro, é sinônimo de esperança. O desejo expectante de que algo vai acontecer. O momento em que se prevê uma alegria indizível. Culto é menos serviço do que celebração. Isto pode abafar a expectativa nos crentes. Não é diversão, mas satisfação no pai. O culto enfadonho é um problema para isto porque não motiva a buscar ainda mais a Deus. Culto tem motivo para acontecer. Muita solenidade é um problema para isto, inclusive para a imagem que se cria de Deus. O perigo de um culto à moda da Mical – sem sentimentos, sem alegria e julgando os outros. A vida dos crentes também reflete aquilo que eles recebem no culto.

Cap. 6 – A prática da adoração

  1. Na saída do Egito o povo recebeu detalhes sobre como cultuá-lo. Deus planejou todo o trabalho levítico.
  2. Os apóstolos também orientaram: “preservavam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e das orações”.
  3. O conhecimento da doutrina implica no conhecimento de Deus. Era o ensino dos apóstolos sobre a vida cristã. Implicava em conhecer Jesus Ressurreto que merece e exige adoração. O tema da doutrina era Jesus. O culto levava à maturidade. O Espírito Santo garante que o povo entenda o que é ensinado. Por isto o pastor deve ser um mestre habilidoso.
  4. A comunhão perseverava. Os crentes estavam constantemente juntos e as barreiras entre os irmãos tinham desaparecido. A pobreza e vida pregressa de uns não era problema porque eram supridos e aceitos. A refeição era um ponto alto (a Ceia) da igreja porque simbolizava a vida comum entre os irmãos. Koinonia é usada até no compartilhar das bênçãos financeiras.
  5. O partir do pão significa compartilhar a refeição. As refeições de Jesus com os discípulos significavam celebração. Maranata significa o desejo de que Jesus venha encabeçar a mesa de comunhão do seu povo num grande banquete. Paulo condenou os coríntios porque a manifestação espiritual da Ceia não se encontra nos elementos que estão sobre ela, mas nos que estão a sua volta.
  6. Não havia culto sem oração e nem deve haver. O lugar de culto sempre foi conhecido como lugar de oração. A oração também prevê a reunião do povo com a concordância de Jesus. Orar é abandonar a rebelião e abraçar a reconciliação. Orações são como incensos como o altar do propiciatório no templo. Confiança em Deus é a base da oração. Oravam para que a pregação fizesse efeito sobre os ouvintes. Princípios da oração: dependência, união do povo, comunhão do povo que eleva sua voz, reconhecimento da grandeza de Deus, paralelismo nas Escrituras – de acordo com elas, prioridades nos pedidos de oração (não fechar as boca dos servos de Deus). Matias não foi escolhido por democracia, mas por oração.
  7. Jesus ensinou a sempre orar e nunca esmorecer. Ou esmorece, ou ora. Na oração do Pai Nossa mostra que oração depende do Espírito Santo, que Deus está nos céus, que o nome de Deus é santificado, o desejo de que seu reino venha porque seremos seus súditos. Já iniciamos isto através do discipulado. O Reino virá com grande poder quando Cristo vencer de vez satanás que está solto para testar o amor ao santos. A petições respondidas dão glória a Deus. Pedidos sinceros do seu povo são atendidos. A igreja faz parte do papel da igreja. O perdão é passo necessários daqueles que se aproximam de Deus com pedidos que pretendem que sejam ouvidos.
  8. O cântico no Novo Testamento: há poucos deles no Novo Testamento como Jesus e os apóstolos e Paulo e Silas. Paulo também recomenda como forma de encher o Espírito. Há também no Apocalipse. Tinham referência no Antigo Testamento. Salmos, hinos e cânticos são expressões usadas. Também serviam para ensinar, o e orientar e admoestar. Os mártires eram fortalecidos com música. Outros textos que não eram músicas tinham estrutura poética que podia dar um tom diferente no culto. 1 Timóteo 3.16 era um cântico com seis ensinos ou frases poéticas, assim como Filipenses 2.5-11. O adorador não deve ter uma voz, mas um cântico.  Também Apocalipse 5.9-10 é um cântico com grande confissão de fé. A música envolve o corpo, os sentidos e toda a alma do adorador. Assim como deve haver harmonia na oração, a raiz de harmonia que é mesma de sinfonia, deve haver no louvor. Pecamos quando prestamos mais atenção no cantor e na melodia do que na mensagem da música.
  9. A adoração e os dons: só através do exercício dos dons a adoração será verdadeira. O crente separado do corpo não pode adorar adequadamente. Os dons de apóstolos, profetas, mestres, doutores e professores devem contribuir para dirigir a igreja na perfeita adoração. O culto deve ser uma resposta alegre ao Deus vivente. Quando isto não acontece a igreja avalia o que cada um faz como juízes, mas não como participantes da adoração pela fé e pelo uso dos seus dons. Todo dom usado dentro e fora da igreja deve glorificar a Deus. Na adoração a profecia e o ensino tem papel muito importante porque os discípulos ali recebem orientação, mas sem o Espírito Santo não compete para o ensino. A exortação na adoração serve para encorajar para a adoração assim como para incentivar os que pecam a mudar. A exortação é um elemento do verdadeiro culto de adoração. A parte da contribuição também faz parte do culto como obrigação, o que é correto, mas também como um dom que expressa a generosidade e um espírito que corresponde à compreensão das necessidades da igreja. O dom de presidir é importante porque organiza o que acontece na igreja para evitar o caos gerado pela carnalidade, evita divagações e une todos num mesmo espírito. A misericórdia é uma expressão daqueles que se assemelham ao Senhor. A misericórdia não acontece em relacionamentos superficiais que podem ser caracterizados na contribuição financeira simplesmente porque envolve o coração.

Cap. 7 – Os efeitos da adoração

  1. Todo esforço para adorar a Deus é pouco diante do que recebemos. Quem cultua outras coisa gasta seu tempo e dinheiro com elas. Aprendemos do Deus que adoramos o nosso modo de viver.
  2. A adoração gera uma verdadeira segurança no coração do crente distanciando da loucura e incerteza do dia a dia que pode abater quem não tem esperança. A adoração é um apelo à confiança no Deus Vivo. E deve ser renovado sempre pagando os seus dividendos aos que o fazem.
  3. Comunhão e reconhecimento mútuos.
  4. Santificação porque é o resultado na vida de quem se aproxima do Senhor.
  5. Visão transformada é o resultado na vida do homem que vive sempre diante de Deus. Ele aprende a examinar aos olhos de Deus o mundo a sua volta.
  6. Evangelização porque é o que gera o coração do que está sempre diante de Deus vendo suas maravilhas e poder. As igrejas pararam de evangelizar como resultado de uma adoração falha.
  7. Preocupação com a alegria de Deus, ou seja, por encontrar verdadeiros adoradores. Somente o convívio com alguém pode revelar além da casca de um ser complexo. A adoração permite ir além da casca. Até casais cristãos solidificam o casamento através da adoração. Há vários exemplos na Bíblia de cultos que não agradaram a Deus.  

Cap. 8 – Exemplos de adoração

  1. A Bíblia também é um manual de adoração: forma e conteúdo.
  2. Salmo 96: incentivo a um cântico novo, por todos os homens, anunciar a todos os povos as maravilhas de Deus. Tributar a Deus glória e força é a forma. Glória significa peso e valores reconhecíveis. Adorar é colocar-se como servo prostrado. Os sinais da presença de Deus devem levar a adoração e ao sentimento de juízo iminente.
  3. Enoque é um exemplo de adoração porque andou com Deus: obediência, comunhão, exemplo de fé, forma agradável a Deus sem outros interesses espúrios, devoção a Deus.
  4. Jacó quando lutou com Deus e o ser divino em Peniel. Ele foi resistente em busca de sua bênção. A bênção era necessária também. Deu certo porque YHVH se tornou o seu Deus. Jacó agarrou-se a Deus como a uma corda para não se afogar e isto é adoração.
  5. Moisés quando clamou a presença de Deus no caso do Bezerro de Ouro porque queria a garantia de que Deus não os iria abandonar. Um homem de Deus com uma tarefa quer a presença de Deus.
  6. Isaías no tempo no capítulo 6. Ele se conscientizou da presença de Deus e vi coisas grandiosas. O temor de Deus é parte da adoração. Entrar no templo atento, desejoso e munido desta consciência pode aproximar o adorador de Deus. Os verdadeiros adoradores experimentam coisas no culto que outros não percebem. Isaias estava convicto, confessou seus pecados e pediu purificação tanto quanto se purificou através da brasa trazida pelo querubim. Aquilo gerou comunhão.
  7. Maria quando ungiu os pés de Jesus cultuou profundamente. Ela deu o melhor presente para Jesus. Não era para impressionar ninguém, mas como forma de demonstrar que Jesus ocupava lugar de honra na sua vida.  Davi não oferecia a Deus algo que não lhe custasse algo. Maria foi além de qualquer um na sua adoração. Ela derramou tudo e não apenas parte. O perfume derramado cheirou em toda casa e envolveu todo mundo naquela adoração. Cristo também ofereceu tudo que tinha na Cruz.

Cap. 9 – Obstáculos à adoração

  1. Frieza.
  2. Incompatibilidade entre a oferta e o coração, como no caso de Caim.
  3. A exterioridade e o tradicionalismo. Muitas vezes nasceram da boa ideia de oferecer o melhor para Deus, mas geraram distorções quando as pessoas começaram a se apegar a forma e não ao conteúdo. O tradicionalismo produz exterioridades.
  4. A rotina também é um obstáculo. Neste caso são hábitos viciosos e sem sentido. Nem mesmo nós homens gostamos de receber carinhos monótonos ou frases sem alma e coração mesmo que seja um “eu te amo”. Igreja morta do Apocalipse é exemplo das igrejas de hoje.
  5. Mundanismo também apaga a espiritualidade e o fervor cristão. Mundano é tudo que constitui ou caracteriza uma vida longe de Deus. Cristo mesmo disse que ele e seus discípulos não são do mundo. As coisas espirituais deveriam nos alegrar e nos ocupar. Aparências enganam. Tudo que chama a atenção para si mesmo é mundanismo.
  6. Pecado não confessado. Estar livre do pecado abre caminho livre para a presença de Deus. O Espírito seleciona aqueles que podem entrar na presença de Deus porque prescruta os corações.
  7. A preguiça e negligência também criam obstáculos para a adoração. Uma dieta adequada para a mente pagará os seus dividendos. Sono, atraso, pensamento disperso e até quando se gasta indevidamente energia vital que deveria ser dispensada no culto, caracterizam  preguiça e negligência.

Cap. 10 – A adoração na igreja contrastada com a do Antigo Testamento

  1. O cristianismo tem dois polos: conteúdo da fé e a adoração prática. A glória anunciada contrasta com a prática de hoje. O culto virou uma simulação. Permanecem as formas, mas o conteúdo não existe mais. Senhorio de Cristo separado do dia a dia.
  2. A maneira de adorar e a liberdade podem ser corrompidas pela formalidade e o excesso de informalidade. Adoração é a ocupação do coração. A forma é secundária ainda que deva ser correspondente.
  3. A adoração e o tempo: o sábado era especial como dia santo. Era uma parte do pacto. Como mandamento era um lembrança de que o homem deveria cultuar para sempre. Circuncisão e outros atos aconteciam ali. A sinagoga reforçou esta prática do sábado. O sábado marcava dia para outras festas. Para os crentes em Cristo o tempo é fundamental agora e para o futuro. Lá era um teste de lealdade, como hoje é de domínio pleno de Cristo sobre o crente. O tempo na igreja do Novo Testamento é universalizado, deixando de ser sacro especificamente, mas todo de Cristo. Se mantivesse o calendário judaico cairia no seu formalismo e perderia este sentimento do domínio de Cristo que reinaria apenas em momentos específicos. Os pais da igreja reforçaram a quebra com estas regras do judaísmo.  Teologicamente o tempo está sob o controle e domínio do mundo e a igreja deve conquistar para si este domínio do tempo sob o senhorio de Cristo. Jesus afirmou que estaria conosco todos os dias até o fim. Até a Páscoa, uma festa anual, passou a ser comemorada sempre na Ceia. A festa do Pentecoste como uma símbolo da presença constante do Espírito Santo. Reservar tempo é necessário, mas agora toda vida é um culto a Cristo.
  4. O templo: no antigo Israel o espaço era sagrado. Aconteceu isto com o tabernáculo e o Templo por causa da Arca. Ambos eram extensões históricas do que Deus fizera por Israel. O fim do templo é marcado pelo rasgar do templo. A presença de Deus está em Cristo e não em lugares geograficamente determinados. Os crentes unidos são a casa de Cristo. Por isto não podemos individualizar ou reduzir a presença de Deus a indivíduos, mas sempre ao seu povo reunido. Isto universaliza a presença de Deus na Criação. O edifício de Deus se edifica com boas obras como diz Paulo em 1 Coríntios 3. Nosso corpo é o templo de Deus e deve ser santo.
  5. O sacrifício na igreja: a oferta queimada como oferta que sobe demonstrando satisfação do culto, a oferta de manjares como uma dádiva e convite a Deus, a oferta pacífica era símbolo de alegria diante do Senhor, e a oferta pelo pecado buscando aceitação. Comparados com Cristo, ele cumpriu cada uma delas perfeitamente. Os crentes seguem o mesmo. Uma obediência voluntária, alegria na presença de Deus, demonstração na paz desta relação. Os sacrifícios de hoje demonstram gratidão e não buscam aceitação por nós mesmos e nem o perdão porque ambos são atributos dados por Cristo. Por isto Cristo deve crescer em nós. O sacrifício de Jesus é que torna o homem aceitável a Deus. O que antes era queimado, corpo de animais, é agora o corpo dos homens oferecidos em serviço a Deus. No culto os crentes santificados oferecem esta santificação aos que estão ali. Um santo contágio, ou um contágio de santificação. Por isto pessoas carnais não podem dirigir as reuniões e cultos da igreja.
  6. O sacerdócio dos crentes: o sacerdócio era específico e ponte entre Deus e os homens. Mas a ideia era consagrar toda a nação, ou seja, todo o povo de Deus. O povo era o primogênito de Deus. No caso dos sacerdotes esta relação era expressa por funções, roupas e consagrações. Herdavam o Senhor. Em Cristo é todo aquele que o busca pela fé crendo. Só há um sumo-sacerdote agora: Cristo. Sua intercessão por nós continua. Somos sacerdotes porque fomos purificados e lavados por seu sangue. A união da Igreja com Cristo é tal que exerce este papel desafiando o mundo a reconhecer o sacerdócio de Cristo sobre toda Criação. Tudo que a igreja faz para executar a sua vocação pode ser considerado adoração. A Ceia também dramatiza este sacerdócio. Entretanto, não há base para aplicar individualmente o sacerdócio, mas sempre coletivamente. O véu removido também aponta para isto. Santidade ligada ao legalismo não faz o menor sentido para a igreja. As anomalias e pecados na adoração dos crentes devem ser corrigidas. Tudo deve ser feito por amor a Deus e nunca para impressionar os homens. Adoração é o que a igreja faz junta. Batismo e Ceia também são atos públicos. A nossa união como povo de Deus é vital para a adoração. A igreja é o templo de Cristo em constante edificação. A Igreja perde vitalidade quando não se compromete com o culto sempre. A igreja tem tanto tempo livre quanto qualquer escravo.
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