SHEDD, Russel P. Lei, graça e santificação. São Paulo: Vida Nova, 2012. 105 p.
O livro propõe uma forma de viver longe do legalismo, tradicionalismo, libertinagem etc. A leitura bíblica mal feita ainda traz distorções que geram estes desvios.
Prefácio Shedd: Não é uma resposta definitiva, mas embasamento bíblico
Prefácio editores: O desafio consiste em como viver a graça de forma comprometida
Cap. 1 – a obrigação da Lei
- Deus criou o homem para o bem e este caiu. Não é correto pensar que ele não deseje que o homem aprenda o que é certo ou errado. A Bíblia afirma o que é certo ou errado com as leis
- Deus, mesmo no Antigo Testamento, já operava sua graça e sua misericórdia para que seus servos o obedecessem
- Não faz sentido, mesmo no Antigo Testamento, que o bom viva como quer ou que confie ou se baseie no próprio coração
- Por isto, desde o Antigo Testamento, Deus fala de um novo coração com suas leis e de como desagrada a Deus a desobediência, o falso culto e a autoconfiança humana
Cap. 2 – Jesus Cristo e a lei
- A lei serve de base para a Graça de Deus, mas não pode ser confundida com ela
- Ele é composta por um grupo de regras que, sozinhos, não podem justificar e salvar o homem
- Cristo cumpriu a lei em vários aspectos: sendo o preço pago por ela, sendo o modelo de como viver plenamente a vontade de Deus e retirando dos homens obrigações legais, civis, cerimoniais e festivas sem sentido em si mesmas
- No encontro com Zaqueu, aquele cumpriu a lei por estear consciente de seu erro pelo amor de Cristo
- À mulher samaritana, por exemplo, nada foi pedido além de crer
- Na parábola do fariseu e do publicano fica evidente que o mau uso da lei não justifica enquanto um coração verdadeiro justifica o homem diante de Deus
- O Sermão do Monte é o maior ensino disto porque mostrou o quanto o mero formalismo, cerimonialismo e aparência são insuficientes para seguir a vontade de Deus porque ela depende de uma convencimento num coração verdadeiramente transformado que precisa buscar as coisa mais elevadas e profundas do Reino
Cap. 3 – As consequências da Graça
- Parece razoável esperar que tamanha graça exija algo de nós
- Antinomistas e libertinos desprezam totalmente a lei
- A parábola do credor incompassivo mostra o caso de alguém que não entendeu a graça
- O irmão mais velho do filho pródigo também não entendeu o amor do pai
- Gratidão, arrependimento e obediência são as respostas produzidas pela graça
Cap. 4 – O tradicionalismo
- O tradicionalismo é caracterizado por grupos ou pessoas que mantém hábitos e ideias que podem ter sido uteis no passado e não são mais úteis.
- O tradicionalismo tem um série de defeitos muito graves: divide o povo de Deus entre nós e eles, a santidade do tradicionalista está vinculada apenas aos atos exteriores, constitui-se numa forma de controle sendo imutável e sem mudanças, coloca sua confiança na prática da lei e não em Cristo, engana quem se aproxima da igreja pensando estar seguindo os ensinos de Cristo.
Cap. 5 – O formalismo
- É a prática cristã sem alma e coração, sem expressão, sem vitalidade.
- O formalismo é focado no dever e não no prazer, sem entusiasmo, focado na aparência, marcado por fórmulas rígidas de culto, centrado no ritual, hierarquizado, sem o primeiro amor..
- Falta a presença atuante do Espírito Santo dando vida.
- A casca e o esqueleto nunca são nada sem a alma para lhes dar vida.
Cap. 6 – O legalismo
- O legalismo é caracterizado pelas proibições sob a falsa ideia de piedade.
- Traz a falsa ideia de que livra os crentes dos rudimentos do mundo, de que o crente continua preso ao mundo como antes.
- Como se constitui em algo que depende do homem, sempre será uma prisão.
- Fugir do pecado é apenas parte da vida que deve ser a glória de Deus, Deus não se torna devedor de quem pratica tudo perfeitamente, somente para o homem que o exterior é o que importa – Deus também vê o interior, o legalismo ofende a justiça de Deus porque é um falso código humano para a comunhão entre irmãos e com Deus, o amor pelas regras diminui o amor por pessoas, e não pode realmente combater o pecado levando ao arrependimento e mudança que acontecem no fundo do coração.
Cap. 7 – O caminho da santificação
- Ser santo é ser distinto do restante, separado.
- Tentativas humanas de santificar geram frustração porque dependem apenas de Cristo.
- Acontece pela fé em que há um disposição para permitir ser mudado por Cristo.
- Não acontece antes que o homem perceba sua situação desesperadora no pecado e que somente Cristo pode ajudá-lo.
- O Espírito Santo é quem age, mas a partir daí o homem tem um caminho a trilhar fazendo escolhas corretas e fugindo do pecado e do que o pode conduzir a ele.
- Para santificar-se o homem deve se levantar do mortos, procurar andar com sabedoria, remir o tempo, procurar conhecer a vontade do Senhor e fugir dos vícios, louvar a adorar a Deus.
Cap. 8 – Aspectos da doutrina bíblica da santificação
- Depende da união com Cristo.
- É um processo contínuo de identificação com Cristo.
- É uma forma de viver e não uma simples adesão a alguns princípios.
- Não será alcançada na Terra, mas é um processo em constante acontecimento.
- É uma realidade para ser completada no fim, ou seja, escatológica.
Cap. 9 – Alguns sinais da santificação
- É uma luta contra o mundo e o secularismo.
- É uma dinâmica relacional nem sempre programa ou programável. Jesus mesmo era surpreendido com vários acontecimentos na sua vida,
- A consagração é um sinal como manifestação daquilo que nos atrai e agrada e pelo que nos dedicamos. Ela pode, por isto, ser atraente para alguns e repelente para outros. A Bíblia não distingue dedicação a Deus de dedicação a Deus e dedicação a família.
- A oração também mostra santificação, mas há duas: uma passiva e outra de combate. A passiva é a que pede perdão, busca aprender, etc. A de combate se assemelha a da viúva pobre na porta do juiz. É um pedido para contemplar a glória de Deus e sua bondade ativa. É a coragem de se dedicar inteiramente. Ele lembra a palavra do Sr. Paiva em Lisboa a uma mãe desesperada com a doença terminal do filho por leucemia: “Seu não vai morrer”, disse ele. De fato, foi milagrosamente curado. Não é confissão positiva, mas uma certeza inexplicável guiada por Deus, Um impulso irresistível que vem do céu.
Cap. 10 – A santificação e a Palavra de Deus
- Quem lê a Bíblia sai na frente do processo de santificação
- O Sola Scriptura é princípio fundamental, mas não pode ser uma simples obrigação porque que lê a Bíblia deve se sentir motivado e tocado por ela, percebendo a vontade de Deus e querendo vive-la.
- A Bíblia nos ensina coisas contra o pecado: como identificá-lo, revelando o estado dos filhos de Adão, apresentando listas que especificam o que é o pecado, mostrando suas consequências, que Cristo na Cruz levou a culpa pelos nossos pecados e mostrando que Deus espera santidade de seus filhos.
Cap. 11 – A santificação e o testemunho pessoal
- Ela faz parte da vida integral de um discípulo.
- É o perfume de Cristo sendo espalhado na Terra através dos exemplos de vidas sendo cuidadas e preservadas por Cristo
- A santificação impulsiona a evangelização porque o crente quer compartilhar o que lhe agrada.
- Não deixa de ser e funciona como uma recomendação ao pecador por ver algo que é agradável como alguém que sugere um médico bom a um enfermo.
- Exerce grande força contra o pecado.
- Mune o crente da sabedoria e impulso para evangelizar o mundo em pecado. Isto é para o crente uma grande alegria.
Cap. 12 – A disciplina da santidade
- O desejo humano de mudar nem sempre vem acompanhado de sua realização.
- Outros acreditam que acontecerá mesmo que não façam nada, mas como um pomar, os frutos do Espírito Santo precisam ser regados.
- Acontece no convívio da fé e por imitação.
- Acompanhando o manual inspirado com planejamento, dedicação e reflexão.
- Cuidando para que os pequeninos também se mantenham no caminho.
- A igreja tem um papel fundamental a incentivar isto como através da oração, por exemplo.
- Estabelecendo alvos com prazos para alcançá-los como: economizar dinheiro, usar melhor o tempo, saber quem está sob nossa responsabilidade, decorar versículos, etc.
- Disciplina e santidade são parceiras inseparáveis.
Conclusão
- Deus na se agrada com o legalismo, tradicionalismo, formalismo e nem com a graça barata tipo “água com açúcar”.
- “O que a lei demanda, a graça outorga” (p. 104).
- Caminhar com Deus é como andar sobre dois trilhos: o da dependência dele e o da submissão a Ele.
- Espiritualidade é mais do que concordar com a verdade. Deveras, é uma luta da fé dentro de um clima de honestidade (p. 105).
- Santidade é algo dentro do nosso relacionamento com Deus a ser perseguido.