A LEI DOS CRENTES – MARCOS 7.1-23

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Mensagem pregada no culto matutino IBVB em 31 de outubro de 2021

INTRODUÇÃO

  1. Os mais antigos devem se lembrar de quando diziam que alguém que se convertia tinha passado para “a lei de crente”.
  2. A expressão é interessante, mas na boca do incrédulo era uma forma de dizer que a pessoa estava presa a regras muito duras de comportamento, vestimentas, vocabulário, etc. Tudo isto é válido, mas ser crente é isto e muito mais profundas e exigentes. 
  3. Um crente é elogiado ou criticado porque segue ou porque não segue certas as regras visíveis da sua fé.
  4. É fato que nem toda regra é de fato bíblica e que muitos poderiam seguir mesmo não sendo crentes e isto não os faria crentes. O que faz alguém crente é a fé em Jesus Cristo e seguir seus mandamentos.  
  5. As últimas décadas têm sido marcadas por uma inversão perigosa: todo mundo sendo convidado a sair da caixinha, abandonar as regras, a se preocupar apenas com o interior, ser crente sem parece que é. Hoje em dia é um elogio para muitos: você é crente? Nem parece.
  6. Recentemente fiz uma palestra e afirmei que temos uma religião e somos religiosos e uma pessoa da plateia estranhou que eu dissesse aquilo, mas facilmente foi convencida do contrário.
  7. Mais uma vez, não estou propondo um equilíbrio entre a rigidez do passado e a fluidez do presente. A proposta é ficar radicalmente do lado de Jesus e entender qual é a lei dele e mão dos homens.

O TEXTO

  1. V.1-5: Os líderes estavam procurando motivos para acusar Jesus de algo e perceberam que seus discípulos não lavavam as mãos conforme entendido pelos judeus de outrora. Lavar as mãos foi ordenado aos sacerdotes ao oferecer as ofertas, de fato, era algo espiritual e simbólico, mas ele estenderam o mandamento exigindo quantidade certa de água, a forma certa de fazer, etc. O medo da impureza era tanta que até a sombra de um gentio contaminava a comida, por exemplo. Pedro passou por algo desafiador no caso de Cornélio quando viu um lençol descer com todo tipo de animal considerado impuro e o Senhor ordenou que comesse. Aquele caso era parecido com o sábado: o sábado foi feito para o homem e não o homem para sábado. A comida foi feita para o homem e não o homem para a comida.  
  2. V. 6-8: os líderes religiosos adaptaram a lei de Deus ao seu próprio entendimento e se tornaram os juízes dos outros. Jesus os acusa de três coisas muito graves diante disto: v.8: negligenciam a lei de Deus – deixavam de ir no cerne da lei que é conciliar o homem com Deus e fazer o homem viver sob sua vontade, v.9: rejeitam a lei de Deus – quando você modifica algo é porque não aceitou como estava, v.13: invalidam a lei de Deus – ou seja, se a lei de Deus é para trazer santidade e paz, eles não deveriam ser impuros e briguentos como eram.
  3. 9-13: Jesus então cita o Corbã. Se o filho oferecesse a Deus algo, aquilo não era entregue necessariamente ao templo, mas impedia que seus pais usassem o bem mesmo que estivessem desesperados. Assim, quebravam o mandamento de honrar pai e mãe que significa cuidar dos pais e zelar por eles nas necessidades e na velhice. Os líderes que queriam impedir que Jesus curasse no sábado estavam indo contra os mandamento resumidos em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com ao si mesmo.
  4. 14-16: Jesus não se contentou em parar ir aí e aprofundou a questão com seus discípulos e a multidão que o seguia ensinando sobre obediência a lei e a vontade de Deus por meio da sua Palavra. Agora ele vai na fonte da real impureza: o que está dentro do homem e sai por meio de atos e palavras. Isto não foi tão óbvio aos discípulos no primeiro momento. Há vários textos para referenciar, mas sempre me recordo de Tiago 4.1 que diz:  Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
  5. 17-19: isto não foi tão óbvio aos discípulos porque Jesus contou uma parábola que não fez sentido de imediato: Como assim? O que o entra de fora no homem não o contamina? Ué, se eu comer algo impuro não vou ficar impuro, se eu comer algo estragado não vou passar mal? Ou seja, não forma no cerne da questão que é espiritual. Quando Deus ordenou certas regras ao seu povo ele visava que sou povo fosse santo e não hipócrita fazendo as coisas santas sem ter o coração nelas. Jesus não estava falando de comida, mas de santidade verdadeira, de obediência verdadeira. Tanto que Marcos afirma que Jesus declarou puros todos os alimentos. Paulo escreveu para Tito 1.15 afirmando que para os puros tudo é puro porque a pureza está nos crentes e não nas coisas. É por isto que oramos por objetos, por carteiras de trabalho, ou unção de bens materiais como casas e carros, mas sempre oramos por pessoas. Pessoas santas é que santificam o lugar onde vão. Paulo, por exemplo, afirmou que a esposa crente santifica o marido e os filhos não crentes, o mesmo para os maridos. Doutra forma seriam impuros.    
  6. 20-23: ele encerra enumerando coisas que brotam do coração e são ruins na prática: maus pensamentos, adultérios, prostituições, homicídios, furtos, avareza, e outras que podem permear o coração humano: maldades, engano, dissolução, inveja, blasfêmia, soberba, loucura. Eles contaminam o homem e o fazem impuro para si mesmo, para o próximo e principalmente para Deus.

CONCLUSÕES

  1. Devemos ser governados pela lei e pela vontade de Deus – A Lei de Deus tem regras, mas o seu princípio é baseado no amor (que ama cumpriu a lei) a sabedoria (que nos conduz em todo pensamento e ação) e a misericórdia (que faz o nosso coração ser semelhante ao de Jesus) – podemos nos tornar permissivos com muita facilidade se não vigiarmos, mas podemos ficar privados do amor de Deus se fizermos coisas que ele não ordenou  
  2. Erramos mesmo quando queremos exceder aquilo que foi ordenado – Na verdade, toda vez que o homem tentou ir além do que está ensinado ficou aquém da vontade de Deus, este foi o motivo da Queda, do pecado, o homem foi além do que Deus ordenou. Sempre que ouvimos algo devemos perguntar: onde está escrito na Palavra de Deus isto? 
  3. O que guardamos no coração é o que determina se somos santos e puros ou não e, obviamente é o que conduz todas as nossas ações – por isto, Provérbios 4.23 diz: Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida. Ou fazer como o salmista Davi e conversar com nosso próprio interior para compreender o que se passa no nosso coração. 
  4. Quanto mais ouvirmos a Palavra de Deus e menos dos homens, mais puros seremos – a palavra dos homens contamina, divide, confunde, etc. A palavra de Deus corrige, exorta, fortalece, dirige, consola. 
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