UM MUNDO ESQUIZOFRÊNICO

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O ambiente de sala de aula é riquíssimo. Realmente é lamentável que poucas pessoas cheguem a este entendimento. Parte desta riqueza são as avaliações e insights de alunos e professores quando expostos a temas e ao conhecimento. Neste caso me refiro a uma aula de psicanalise há uns 10 anos atrás.

O professor, contrariando a ideia da validade das ideias freudianas para nosso contexto, afirmou que parte da teorias se encaixavam bem no mundo neurótico de então. Era um mundo no qual os valores (questionáveis) estavam muito bem estabelecidos. Havia verdade e senso comum. A inadequação psíquica era a incapacidade de se encaixar no padrão, pelo menos em parte. Eis a fonte das neuroses.

No entanto, em um mundo pós-verdade e relativista, onde as pessoas ancoram seus barcos? Em lugar nenhum. Ou, na pior das hipóteses, em si mesmas. Cada um com sua verdade. Cada um com seus problemas. Isto, no entanto, não é gerador de isolamento social, pelo contrário. A sociedade se reorganiza em inúmeros guetos de pensamento e tendências. Os loucos se unem em seus manicômios. Não há mais fatos, mas narrativas e interpretações.

O conceito de certo e errado está mais associado ao pertencimento daquele que acerta ou erra segundo o conceito deste mesmo gueto. O que outro faz é errado, mesmo sendo certo, se ela não faz parte do meu grupo. O que outro faz é certo, mesmo sendo errado, se faz parte do meu grupo. Há relativismo moral, ético e ideológico, mas não há relativismo relacional. Seria isto uma forma de amor? Neste mundo esquizofrênico sim.

As redes sociais manifestam este desequilíbrio mental. O conflito está presente. Tudo pode ser interpretado de forma diferente. A verdade não está no objeto, no texto, no fato, mas na interpretação do sujeito. Subjetivismo que rompe as raias do bom sendo, do racional.

Alguns conhecem esta esquizofrenia como dissonância cognitiva. Dissonância vem de dois sons, mas sons inadequados, intervalos desagradáveis ao ouvido. Desagradáveis ao bom senso.

Diz respeito a atacar alguém mesmo quando este alguém está certo. Diz respeito a distorcer a todo custo o que se diz e escreve se outrem não faz parte de nosso gueto. Diz respeito a acusar o outro daquilo que somos. Diz respeito a romper relações, desrespeitar nossos pares e lutar até a morte porque questões de segunda grandeza. Diz respeito a negar fatos. Diz respeito a atacar o outro mesmo antes que dê um motivo.

Os relacionamentos estão cada vez mais difíceis. Não se tem direito mais a opinião e nem mesmo a reconsideração de ideias. A discordância é pecado mortal.

Mas precisamos viver. Precisamos uns dos outros. É necessário ter paciência e muita sabedoria. Em um mundo de loucos é preciso ser são. É preciso medir palavras e atos, mas não se pode negar a verdade. Contra fatos não há argumentos, mas estes são diferentes de simples opiniões. É preciso admitir que nós não somos especialistas em tudo, ou talvez em nada. É preciso ouvir com atenção e com o coração. É preciso deixar que alguns partam. É preciso lembrar que há sempre joio misturado com trigo.

O ambiente de sala de aula é riquíssimo. Realmente é lamentável que poucas pessoas cheguem a este entendimento. Parte desta riqueza são as avaliações e insights de alunos e professores quando expostos a temas e ao conhecimento. Neste caso me refiro a uma aula de psicanalise há uns 10 anos atrás.

O professor, contrariando a ideia da validade das ideias freudianas para nosso contexto, afirmou que parte da teorias se encaixavam bem no mundo neurótico de então. Era um mundo no qual os valores (questionáveis) estavam muito bem estabelecidos. Havia verdade e senso comum. A inadequação psíquica era a incapacidade de se encaixar no padrão, pelo menos em parte. Eis a fonte das neuroses.

No entanto, em um mundo pós-verdade e relativista, onde as pessoas ancoram seus barcos? Em lugar nenhum. Ou, na pior das hipóteses, em si mesmas. Cada um com sua verdade. Cada um com seus problemas. Isto, no entanto, não é gerador de isolamento social, pelo contrário. A sociedade se reorganiza em inúmeros guetos de pensamento e tendências. Os loucos se unem em seus manicômios. Não há mais fatos, mas narrativas e interpretações.

O conceito de certo e errado está mais associado ao pertencimento daquele que acerta ou erra segundo o conceito deste mesmo gueto. O que outro faz é errado, mesmo sendo certo, se ela não faz parte do meu grupo. O que outro faz é certo, mesmo sendo errado, se faz parte do meu grupo. Há relativismo moral, ético e ideológico, mas não há relativismo relacional. Seria isto uma forma de amor? Neste mundo esquizofrênico sim.

As redes sociais manifestam este desequilíbrio mental. O conflito está presente. Tudo pode ser interpretado de forma diferente. A verdade não está no objeto, no texto, no fato, mas na interpretação do sujeito. Subjetivismo que rompe as raias do bom sendo, do racional.

Alguns conhecem esta esquizofrenia como dissonância cognitiva. Dissonância vem de dois sons, mas sons inadequados, intervalos desagradáveis ao ouvido. Desagradáveis ao bom senso.

Diz respeito a atacar alguém mesmo quando este alguém está certo. Diz respeito a distorcer a todo custo o que se diz e escreve se outrem não faz parte de nosso gueto. Diz respeito a acusar o outro daquilo que somos. Diz respeito a romper relações, desrespeitar nossos pares e lutar até a morte porque questões de segunda grandeza. Diz respeito a negar fatos. Diz respeito a atacar o outro mesmo antes que dê um motivo.

Os relacionamentos estão cada vez mais difíceis. Não se tem direito mais a opinião e nem mesmo a reconsideração de ideias. A discordância é pecado mortal.

Mas precisamos viver. Precisamos uns dos outros. É necessário ter paciência e muita sabedoria. Em um mundo de loucos é preciso ser são. É preciso medir palavras e atos, mas não se pode negar a verdade. Contra fatos não há argumentos, mas estes são diferentes de simples opiniões. É preciso admitir que nós não somos especialistas em tudo, ou talvez em nada. É preciso ouvir com atenção e com o coração. É preciso deixar que alguns partam. É preciso lembrar que há sempre joio misturado com trigo.

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