1. É uma doutrina pouco falada, mas crucial para nossa vida e relação com Deus
2. Nos concílios costumo fazer um bate bola com os candidatos porque acredito que devemos ser capazes de definir expressões bíblicas e teológicas com simplicidade: regeneração, propiciação (intervenção ou mediação), expiação (purificação), conversão, santificação, salvação, e justificação (declarar justo).
3. A palavra usada por Paulo era um termo legal, usada nos tribunais ao dar a sentença para alguém cuja culpa não fosse comprovada. Assim, o juiz expedia uma sentença declarando que alguém estava limpo de suas acusações.
4. Sabemos, no entanto, das dificuldades de um tribunal humano e de todas as falhas que podem acontecer: as provas podem ser insuficientes, o processo pode apresentar falhas e ser indeferido, os advogados de defesa podem ser suficientemente argutos (evito usar inteligente porque acho que só podemos usar termos virtuosos em casos que operam para o bem), o juiz pode ser comprado e a acusação pode ser incapaz.
5. No nosso caso diante de Deus as coisas são muito complicadas: nossa própria consciência nos acusa, nosso atos são todos claros e visíveis diante de Deus, o tribunal é justo e imparcial (culpado é culpado é inocente é culpado também – não há um justo sequer), o juiz é também nossa principal testemunha, nossa pena (o que é pior) é impagável – no Brasil são 30 anos, há países que possuem a pena de prisão perpétua e a pena de morte. Nossos pecados merecem punição eterna.
6. Esta é a premissa que nos coloca todos sob a condenação de Deus. E é aí que se manifesta a Graça, a misericórdia de Deus e seu amor que o leva a declarar nossa justificação – veja Romanos 8 – ainda éramos pecadores.
7. Apesar de começar com uma declaração, a nossa justificação tem implicações para toda a nossa vida, e isto é muito importante.
1. “Temos paz com Deus”: Primeiramente ela é uma limpeza da nossa barra, uma forma de zerar as nossas contas e nos dar crédito para começar tudo novamente. Quem já teve uma dívida, uma prestação longa para pagar ou uma pendência financeira e honrou o compromisso já teve aquele sentimento de alívio que vem. É caso de comemorar. Por outro lado, quem previa o pior em alguma situação e o pior não veio sabe do que a Bíblia está dizendo. A justificação é tudo isto: não devemos mais e o pior não vai acontecer. Como Deus nos chama para ser exclusivos dele nossa vida é consciência devem estar livres de culpa, de acusação para ser tomada de novas ideias, novo ânimo e alegria. Mesmo depois de crentes a justificação ainda é um ancoradouro seguro: precisamos pedir perdão a Deus constantemente, confirmar em seu amor plenamente, mantermos a nossa gratidão pelo que ele fez por nós e termos a vida e a mente limpa de todo o mal.
2. A NVT diz: “foi por meio da fé que Cristo nos concedeu esta graça que agora desfrutamos com segurança e alegria”: a questão envolvida aqui é que a justificação da qual Paulo fala é um sustentáculo alegre e seguro para todos. A segurança e a alegria são os suportes para a vida de um crente, para que ele viva e sirva de modo íntegro e constante. Aqui entra um aspecto muito interessante que os teólogos nos ajudam: a justificação é um ato de Deus que se estende do passado, passa pelo presente e chega no futuro. O crente justificado prova, por meio da sua vida, a justificação divina. Quem nos ajuda a entender isto é Tiago quando diz que a fé sem as obras é morta e ele lança um desafio: “mostra sua fé sem obras que mostrarei por meio das minha obras a minha fé”. Infelizmente muitos crentes entendem que pelo fato da salvação não ser pelas obras nos desobrigam a agir. Quando a verdade é que agora que estamos livres do pecado podemos viver uma vida plena e cheia de realizações para Deus. Entre os versos 3-5 vemos como Paulo lidava com as circunstâncias da vida agora que estava em Cristo. Quem é da psicologia conhece uma questão que é conhecida como sequência emocional, ele trata dos sentimentos e ações quando algo muito grave acontece: desejo, frustração, hostilidade, destruição, culpa, autopunição e reparação, mas é só um ciclo de emoções não guiada e não orientadas por Deus passando da tribulação, perseverança, experiência e esperança. Uma questão que sempre se questiona é porque existe o mal, mas para um crente mostra que Deus dirige tudo, que o pecado da humanidade ainda cobra sua conta, que ele molda nossa caráter, nos leva para mais próximos de Deus e, quando se sofre como cristão, nos faz parecidos com Jesus.
3. “Nos gloriamos na esperança da Glória de Deus” a NVT diz na “… na esperança de participar…” – como já dito, a justificação tem aspectos passados, presentes e futuros. Agora são os futuros. Paulo fala de participar da Glória de Deus, uma forma de dizer que viveremos no céu com ele, mas com implicações maiores para nossa vida. Lembra que no começo falamos e isenção de culpa e de penalidades? Pois bem, a justificação vai muito além. Saímos do posto de condenados para lugar de honra. Definir o que é a Glória de Deus é algo difícil, e nem podia ser diferente, mas vamos tentar: você já teve a clara sensação de estar cheio do Espírito Santo ou de ser usado por Deus? Como você explicaria? Você já teve experiências de contemplação da natureza, por exemplo, que te deixaram sem palavras? Já visitou um palácio ou uma cidade muito especial já habitada por Reis e Monarcas? Já viu algum milagre? Israel viu vários e a nuvem e a coluna de fogo era alguns deles. Moisés quis ver a glória de Deus e foi impedido por aquilo poderia matá-lo porque era um pecador. No monte da transfiguração os discípulos mostram certo atordoamento diante de algo tão grandioso (Mateus 17 – Moisés e Elias). Hoje o pastor Marcio leu Hebreus onde diz que ele é fogo consumidor. No entanto, Paulo mostra que em algum momento poderemos participar daquilo de forma abrangente. O que temos agora, passar de muito bom, são apenas gotas da presença de Deus. Esta é uma das possibilidades que nos é dada por meio da justificação. Há ainda outra: em nosso estado final ficará muito claro que Deus é justo e que aqueles que o seguiram tomaram a decisão certa.
1. Se você quer alívio de seus fardos, pecados e uma nova chance somente Cristo pode te dar.
2. Se você já foi aliviado por Cristo, perdoado, justificado, deve colocar sua salvação em desenvolvimento com temor é tremor.
3. Você mantém seu foco na finalidade da sua vida: glorificar a Deus?