Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
INTRODUÇÃO
- O texto escolhido parece contrariar o título da mensagem porque fala de pessoas maduras e experimentadas.
- Eu pensei em intitular a mensagem de Crianças? Sim. Infantis? Não. Com certeza o autor de Hebreus não está contrariando os aspectos positivos da infância, mas os negativos.
- Entretanto, não podemos esquecer que Mateus 18.2-6 diz que: Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe. Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar.
- Biblicamente não é difícil compreender que nossa maturidade não entra em contradição com nosso lado criança. Com a simplicidade de ouvir e de praticar o que ouvimos aprendemos.
- As crianças gostam de aprender e de encarar desafios.
O autor de Hebreus apresenta 2 queixas que, segundo ele, fazem daquele Hebreus meninos infantis:
- ERAM NEGLIGENTES PARA OUVIR – ele está se queixando porque parece estar lidando com um público desinteressado no que ele tem para ensinar. Isto lhe dói muito porque quer ver os leitores da carta crescendo e sendo capazes de aprender coisas novas. O interessante é que a carta aos Hebreus já é de grande complexidade. Alguns imaginam que ele estivesse se referindo a incapacidade do Hebreus de compreender o poder que Jesus tem de justificar e salvar o homem porque até aquele momento da carta falava da superioridade de Cristo quanto aos anjos, Moisés e a todos os Sumo-Sacerdotes até então e que Cristo é o cumprimento da Lei. Além disto, a unidade em Cristo de judeus e gentios, O fim de aspectos transitórios da lei (festas, sábado, sacrifícios porque tudo estava realizado em Cristo), e na verdade Hebreus já era um avanço grande na compreensão de muitas coisas difíceis. Tudo isto era fundamental para sua prática.
- AINDA PRESOS AOS RUDIMENTOS E SEM CONSEGUIR PROGREDIR PORQUE NÃO ERAM EXERCITADOS – aqui é importante relacionar a prática ao que já foi dito. Eles ouviam, mas não tinham o interesse imediato de pôr em prática o que estavam aprendendo. Uma coisa que é muito legal quando se trabalha com crianças é que a parte da aplicação sempre é feita na sequência de forma lúdica. Fico pensando como poderíamos fazer isto com adultos. A superioridade de Cristo – agora deviam olhar para ele e interpretar tudo a partir dele. A justificação – o sacrifício de Cristo e seu convite à salvação superam qualquer outro ritual. A unidade em Cristo de judeus e gentios – os judeus são o povo escolhido para as promessas e como povo que deu berço ao Salvador, mas não são exclusivos. O fim dos aspectos transitórios da lei – uma nova vida em Cristo para a glória de Deus.
CONCLUSÕES
- Ao contrário daqueles judeus presos ao passado e a nós que parecemos nunca realmente presentes, crianças vivem no presente – Hebreus nos ensina isto como algo que Cristo espera de seus servos! Ele é a nossa realidade, o nosso agora, o nosso já! Superior a tudo.
- Não mascaram e não escondem suas emoções, sentimentos e pensamentos! Isto revela uma entrega e destemor grandiosos. O autor de Hebreus está dizendo aos seus que aprendam a confiar no que estão aprendendo e ponham em prática imediatamente.
- Vivem o lúdico – Jesus era bom contador de histórias, observador, percebia a presença de Deus em tudo. Olhar as coisas e a vida com o olha de Cristo é fundamental. Quem não fica impressionado com a natureza? Quem não gosta de surpresas? Quem não ama uma igreja viva em comunhão? E quem fez tudo isto? Então, precisamos nos reencantar com a riqueza do Evangelho.
- O adulto maduro nada mais é um que uma criança que aprendeu com os pais e mais velhos a ser pai e mãe de si mesmo porque entendeu e praticou – a criança deve continuar lá, mas aprendeu a obedecer.
- A criança está segura da presença dos pais e, quando não os tem, sabe sentir vontade e clamar sua presença. As crianças maduras, adultos plenos no Evangelho. não tem medo de clamar a presença de Cristo.
