Mensagem pregada no culto noturno IBVB em 02 de outubro de 2022
INTRODUÇÃO
- A mensagem do Evangelho de Marcos é grandiosa: Jesus é o servo de Deus enviado para salvar todo que crê. Ele faz milagres, sua mensagem transforma e ele tem autoridade como ninguém jamais teve. O trecho que lemos agora trata de algo muito grande: um juízo de Cristo sobre o seu próprio povo representado pela figueira que secou porque não dava frutos e dos cambistas que foram expulsos porque impediam que o Tempo fosse a Casa de Oração para todos os povos.
- Aquela geração, com a nossa muitas vezes, esqueceu a sua conexão com os planos e a vontade de Deus. Deixaram sua vontade e se perderam nas próprias ideias e pensamentos. Isto teve reflexo na vida de todo o povo naquela geração. Jesus é misericordioso, mas não pode deixar de punir o mal e ensinar a verdade. Um texto que nos informa que nós, como povo de Deus, devemos saber o propósito da igreja e sua missão. Muitos perguntam sobre isto e as respostas são variadas.
- Dá para aplicar o texto pessoalmente? Claro que sim. Por exemplo, em algum momento você já duvidou da sua fé e se sentiu uma figueira sem frutos? Já teve um sentimento de dívida para com Cristo e até para com a igreja? Em algum momento você já teve dificuldade para orar e para perdoar alguém? Você já sentiu Cristo fazendo uma limpeza brusca na sua vida e no seu coração ou te dando um prova muito difícil na qual você seria muito humilhado ou envergonhado? Tudo isto está no texto de alguma forma.
- As duas situações, figueira e o templo, estão no mesmo momento porque Marcos tem uma intenção: mostrar como Jesus desejava uma mudança da religião fria e sem frutos dos judeus para uma relação verdadeira com Deus de judeus e de todas as nações. Ao contrário do que pensamos, não eram apenas os fariseus que estavam fora da vontade de Deus, mas o povo em geral. E não foi a primeira vez que isto aconteceu. Aconteceu durante o Êxodo, durante o tempo dos Juízes e também nos tempos de vários Reis.
- Aquele dia inaugurou algo importante da fé e da vida cristã. Ou seja, a passagem mostra o que Jesus valoriza na vida do seu povo e de um seguidor verdadeiro.
O TEXTO
- JESUS BUSCA FRUTOS EM NÓS MESMO FORA DO TEMPO: 12 E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. 13 Vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. 14 E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isso. – Ao longe a figueira tinha folhas e mesmo sendo antes do tempo, poderia ter algum fruto, mas não tinha. A situação pode ser considerada uma Parábola Viva do que Jesus tinha para ensinar. A figueira é um símbolo importante da própria nação e o início da sua produção coincidia com uma data fundamental para o povo: a Páscoa. Não era tempo exato de dar frutos, mas as figueiras mais robustas já mostravam sua força dando frutos além de apenas folhas. Aqui temos, na verdade, dois ensinos. 1. Aqueles que parecem ter frutos, mas tem apenas folhas. Neste caso é apenas aparência e muito barulho, mas sem nenhum resultado. 2. Crente bom dá fruto em qualquer lugar e até fora da temporada, quando nada lhe é favorável. Era um sinal para os seus discípulos: espero vê-los dando fruto em qualquer lugar ou situação.
- ELE ESTÁ PRONTO A PURIFICAR O QUE ESTÁ IMPURO E CORROMPIDO E ISTO NÃO PODE SER FEITO SEM ALGUMA FORÇA: 15 E vieram a Jerusalém; e Jesus, entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. 16 E não consentia que ninguém levasse algum vaso pelo templo. 17 E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões. 18 E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isso, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam porque toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina. 19 E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. – A situação do Templo é importante demais para a passagem. O Templo era o centro da adoração e do plano de Deus para redenção de toda a humanidade. Ao contrário do que parece, o comércio era permitido naquele lugar e favorecia o culto no templo, mas os cambistas cobravam valores exorbitantes e humilhavam os que não podiam pagar os sacrifícios e ofereciam pequenas apenas pequenas aves, mas algo que estava previsto na Lei. Os gentios, por sua vez, eram impedidos de acessar o Templo mesmo tendo um acesso para eles, mas que ficava obstruído por judeus. A maneira como usavam o templo mostrava o quanto o povo estava longe de Deus e sua vontade: cultuando por dinheiro, humilhando os mais simples e impedindo o acesso das demais nações como prometido desde Abraão. Com esta purificação, Jesus restaurava a vontade de Deus. O Templo deveria ser o lugar de oração para todas as nações. Esta purificação de Jesus é muito importante porque aponta em duas direções: 1. A primeira é que o povo realmente estava errado em sua forma de agira. 2. A segunda é que o povo tinha abandonado a sua vocação para ser Luz para todas as Nações. A atitude de Jesus é forte porque é proporcional à gravidade do que está acontecendo. Quando o erro é grave, a força para corrigi-lo é igualmente grave.
- HÁ SINAIS QUE EVIDENCIAM OS QUE ESTÃO SOB SUA VONTADE: 20 E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. 21 E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira que tu amaldiçoaste se secou. 22 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus, 23 porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. 24 Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis. 25 E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. 26 Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas. – No dia seguinte, uma série de ensinos para os seus discípulos jamais esquecerem. Primeiramente, a fé verdadeira – nenhum resquício de dúvida no coração. Os apóstolos souberem e experimentaram este poder espiritual dado por Jesus. O próprio Pedro, por exemplo, foi usado para curar um homem que estava na entrada daquele templo algumas poucas semanas depois. Muitos se perguntam se deveríamos esperar tais milagres nos nossos dias e não há base para afirmar que estes são absolutamente impossíveis. Mas o ensino central não deixa nenhuma dúvida: devemos crer em Cristo sem nenhuma dúvida no coração. Em segundo lugar, Jesus ensinou como o perdão é um fundamento da fé cristã. Devemos perdoar prontamente todos os que nos ofenderam para que o Pai celestial ouça nossas orações – não há graça barata e nem hipergraça (aquela de um Deus que aceita tudo). Este ensino é tão importante que Jesus se referiu a ele noutra vezes. MATEUS 18:23-35 – Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; 24 e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. 25 E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. 26 Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. 27 Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. 28 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem dinheiros e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. 29 Então, o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. 30 Ele, porém, não quis; antes, foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. 31 Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. 32 Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. 33 Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? 34 E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. 35 Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.
APLICAÇÕES
- A verdadeira fé dá muitos frutos.
- A verdadeira fé dá frutos mesmo em toda oposição e contrariedade.
- A verdadeira fé é cheia de orações e de perdão.