SHEDD, Russel P. Criação e Graça: uma reflexão sobre as revelações de Deus. São Paulo: Shedd Publicações, 2003. 109 p.
Quais são os papéis e relações entre a revelação especial de Deus e a suas revelações através da natureza e outros meios naturais? Sejam quais forem, não podem apontar em direções diferentes.
Introdução
- A Revelação é base do cristianismo porque o que sabemos de Deus e pela criação só é possível porque foi revelado
- Todas as coisas criadas em pares trabalham em harmonia e complementariedade: homem e mulher, dia e noite, dois olhos, duas pernas, etc., assim também a revelação especial e natural
Cap. 1 – Deus se revela pela criação
- Deus se revela pela natureza: Salmo 19, Atos 14.17
- A natureza é um teatro ofuscado, um vestido e um espelho do criador
- A ciência mostra que matéria não se cria sozinha e nem se sustenta sozinha
- A própria ciência mostra que o universo teve um princípio e tem se decomposto paulatinamente
- A teoria da evolução ainda persiste mesmo que não saiba explicar a origem do material que gerou a explosão. Contrapõem-se hoje a ela o Evoteísmo (Deus guiando o processo da evolução) e o Design Inteligente
- A evolução fracassa ao explicar a complexidade do universo sem encontrar os elos de transição, não consegue explicar a baixíssima entropia do universo. A entropia é uma grandeza na termodinâmica, representada nas formulações da física pela letra S. De acordo com a Lei da Termodinâmica, quanto maior for a desordem de um sistema, maior será a sua entropia.
- A complexidade da natureza não pode ser explicada pelo evolucionismo
- O homem é responsável pela natureza e mordomo dela, mas ele também exige que ele contemple e louve o Criador como uma manifestação dele mesmo e do cuidado com o homem
- Todas as tentativas de provar que tudo veio do nada ou do caos falham, porque a natureza revela que há leis bem estabelecidas que a regem e, por isto, uma mente por trás delas, (nota: é uma distorção da natureza humana perder o encanto e o assombro por algo que conseguiu explicar. Um milagre compreendido ainda é um milagre!),
- A lei moral se manifesta não apenas pela consciência que cada um tem do que é errado, mas porque o mundo foi criado de modo a também manifestar os frutos do bem e do mal, e que o homem deverá prestar contas a Deus de toda a sua vida
Cap. 2 – A Revelação da Graça
- Graça é tomar cinco palmadas e tomar sorvete quando merecia dez palmadas
- Várias passagens bíblicas demonstram graça: Deus não nos pune de acordo como os nosso pecados, passagens sobre a justificação, o pecado de Davi, o caso de Ezequias
Cap. 3 – A revelação da Graça na encarnação de Cristo
- O nascimento de Jesus foi anunciado em temor e grande alegria, seu nascimento se deu em condições de humildade e ao longo da vida foi revelado como o cordeiro substituto perfeito para o cordeiros e bois imperfeitos
- Jesus não precisava ser batizado, mas foi para exemplo e para ali representar todos que precisam ser batizados representando a purificação que ele mesmo oferece
- Tratou seu discípulos com graça porque teve paciência com sua lentidão, respeitou suas origens, os ensinou e tolerou mesmo quando eram resistentes e contrários a sua vontade quando, por exemplo, Pedro quis resistir à sua entrega e crucificação
Cap. 4 – Nem todos aproveitam a graça
- A Graça é de graça, mas não é barata porque exige fé, que se venda tudo, que haja compromisso, discipulado, entrar por porta estreita e andar em caminhos difíceis e a justificação
- O abandono de qualquer um deste conceitos entrega o homem ao pecado, ao vazio e a sim mesmo, mas o homem não pode se salvar e nem se livrar sozinho dos próprios pecados
Cap. 5 – O equilíbrio entre as duas revelações
- A parábola do filho pródigo é notória. O filho mais velho não aceita o que retornou, não compreende o amor e a graça do Pai, só enxerga as coisas pela lei, e não reconhece que é bem cuidado e especial
- O filho mais novo também estava fora da sintonia da graça verdadeira porque enxergava a coisa apenas do ponto de vista do pecado e não percebeu como foi conduzido ao arrependimento e para voltar para casa
- Ambos viram a situação apenas do ponto de vista humano, natural, e não conseguiram atingir a Graça Divina em toda a condução da situação
- A graça é um presente que deve ser bem utilizado.
- É perigoso não temperar a Graça com a Lei que transforma o coração do homem
- Caso contrário, o homem pode apostatar da fé, mostra-se ingrato, tornar-se o credor que não perdoa
- Na igreja primitiva a graça se manifestou pelo derramamento do Espírito Santo e de arrependimento que gerou vida comunitária, desprendimento material, dedicação ao ensino apostólico, oração etc.
Conclusão
- Deus se manifesta na natureza e é misericordioso
- A certeza da salvação é um destes elementos
- Caso contrário, há arrependimento raso, autodefesa e manutenção dos hábitos pecaminosos
- O excesso ou exclusividade da lei gera o farisaísmo (legalismo) que não enxerga a Graça como acontecia com os fariseus que não entenderam nada do ministério de Jesus