COMPREENDENDO AS COISAS DE DEUS – MARCOS 8.31-33

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Mensagem pregada no culto matutino da IBVB em 23 de janeiro de 2022

INTRODUÇÃO

  1. Quando falamos das coisas de Deus temos vários pressupostos: coisas grandiosas, coisas incompreensíveis e profundas, coisas que apenas os espirituais podem discernir, coisas que exigem compromissos intensos e mortais, coisas que exigem senso de urgência.
  2. A mensagem de hoje mostra o contraste entre a grandeza dos homens do Reino e a pequenez de outros; o contraste entre a grandeza das obras de Deus e as obras humanas; o contraste de quem conhece bem sua missão e que ela cobra sacrifícios e de quem pensa apenas em si mesmo. O foco do reino de Deus hoje está desfocado: números, recursos financeiros, espaço nas mídias, likes, views. Até na igreja muitos lutam apenas para ter um lugar de destaque sem a real preocupação de servir a Cristo e ao seu Reino.   
  3. Outros desafios são o grande desapego que toma conta da igreja, do comprometimento apenas superficial e que o Evangelho deve ser uma resposta socialmente aceitável e viável.

O TEXTO

  1. O ENSINO COMPLETO DO EVANGELHO E DAS COISAS DO REINO DE DEUS NÃO ESCONDE SUAS DIFICULDADES: 31 E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do Homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos, e pelos príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que, depois de três dias, ressuscitaria –  A) Jesus começou a falar abertamente com seus discípulos sobre seu sacrifício: era algo totalmente novo e incompreensível. Como que o Cristo, conforme Pedro confessara, passaria por tudo aquilo se viera para reinar? Jesus tem de forma muito clara na mente qual é cada parte do seu ministério e que ele não seria só de glórias, amizades, almoços, jantares, curas, mas incluiria debates, acusações, abandono de pessoas, julgamentos e a própria morte de forma dolorosa. B) Mas ele também falou naquela conversa da própria ressureição. Ou seja, na mesma mensagem de dor e desesperança ele afirma que vai voltar a vida, mas parece que os discípulos não deram atenção a esta parte, ou não compreenderam ou não foram capazes de acreditar. A glória de Cristo é do seu Reino é bem diferente do que cogitam os homens. Os discípulos do Caminho de Emaús, por exemplo, só se deram conta de que tudo que Jesus dissera era verdade quando o próprio Jesus reforçou a história depois que tudo já tinha acontecido. C) Outra dificuldade é que Jesus também tinha de forma clara quem eram os seus adversários: o Sinédrio, os chefes dos Sacerdotes e os Escribas. Com o Sinédrio ele teria problemas sendo acusado de agitador social, com os sacerdotes de se colocar como o Messias e Filho de Deus, e os escribas também o acusariam de blasfemar e ensinar heresias.
  2. O ENSINO DO REINO DE DEUS É PARA AQUELES CHAMADOS POR CRISTO E DIRETO PARA MOSTRAR QUEM ELE REALMENTE É: 32 E dizia abertamente estas palavras –  Jesus ensinou por meio de parábolas, mas as explicou aos discípulos quando estes não compreendiam. Ele fez isto por alguns motivos: A) Corrigir os ensinos e esperanças distorcidas do Messias (um Rei Humano num trono humano, um líder Militar que esmagaria os Romanos, um restaurador de toda a religiosidade judaica em torno das tradições humanas). B) Desfazer o falso encantamento do discípulos que até agora só tinham visto vitórias e milagres. C) O que Jesus estava dizendo não era difícil de entender, ainda que fosse difícil de aceitar e, ainda mais, de colocar em prática. Este é problema. Quantas vezes nos vemos dizendo: eu sei, mas não é fácil.
  3. EM MUITOS CASOS, QUEM NÃO ENTENDE OU NÃO SUPORTA O ENSINO DE CRISTO QUER MUDÁ-LO, MAS NÃO MUDAR A SI MESMO – E Pedro o tomou à parte e começou a repreendê-lo –  A) Do ponto de vista humano, Pedro realmente é tomado pela amizade e desejo de que Jesus não sofresse, mas este sentimento humano estava contra os planos de Deus que incluíam coisas que os homens rejeitam. B) Também é provável que Pedro e os outros discípulos não quisessem seguir alguém que passaria por tamanho fracasso. Sabemos pela história dos judeus que muitos falsos Messias já tinham surgido e que todos tinham tido um fim trágico e seus grupos tinham desaparecido. Atos 5.34-39 relata as palavra de Gamaliel que disse assim: 

34 Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que, por um pouco, levassem para fora os apóstolos; 35 e disse-lhes: Varões israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes Homens. 36 Porque, antes destes dias, levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. 37 Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos. 38 E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, 39 mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.

C) Pedro, sem saber, ainda comete outros erro, imaginar que pode parar o Reino de Deus de avançar porque algumas coisas estão contra a sua vontade. 

4. O CONSELHO DE MUITOS, MAS QUE NÃO SÃO GUADOS POR DEUS, NÃO REPRESENTA A VONTADE DIVINA – 33 Mas ele, virando-se e olhando para os seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens – A) Pedro era o porta-voz e provavelmente a palavra de Jesus foi para todos porque ele disse aquilo para todos. Ou os outros discípulos pensavam da mesma forma, ou Jesus já quis ensinar a todos de uma só vez para que não acontecesse de novo. A voz da maioria nem sempre é a voz de Deus. B) É difícil imaginar que Pedro estivesse endemoniado ou trabalhando para satanás porque talvez ainda não fosse um crente. Há intérpretes que realmente afirmam que houve ali uma espécie de possessão. A solução está na compreensão da palavra satanás: adversário. Ou seja, aquela ideia só podia ser associada a satanás. Naquele momento a ideia de Pedro e dos outros discípulos estava contra a vontade de Deus como faz satanás o tempo todo. C) E o ponto alto: não compreende as coisas que são de Deus, mas apenas as que são dos homens. Vamos dar um salto para Paulo em Coríntios para entender algo interessante. Paulo afirma que existem três tipos de homens: naturais (vendidos ao pecado e sem Cristo), os crentes carnais (que não crescem e vivem, às vezes, uma vida muito próxima dos ímpios) e os espirituais (que pelo exercício da fé crescem em tudo para a Glória de Deus). O homem natural é vítima de satanás porque está vendido e imerso no pecado. O crente carnal pode defender ideias e práticas que satanás defende: carnalidade, buscar a própria glória, criar confusão e escândalos, criar heresias, dividir grupos, partidarizar pessoas na igreja, etc. Somente o homem espiritual é capaz, como diz Paulo, de discernir as coisas espirituais porque elas se discernem espiritualmente. Naquele caso, os discípulos deviam saber que o Cristo devia padecer.   

APLICAÇÕES E APELO

  1. Há muita glória na vida cristã, mas dificuldades também. Nós somos antecipadamente consolador por Cristo em nossa dificuldades porque, assim como ele ressuscitou, nós também ressuscitaremos, assim como ele venceu nós também venceremos.
  2. O que aprendemos de Deus sempre é direto e claro e as coisas são exatamente conforme foram ensinadas. Não há o famoso “veja bem”, não há outras formas de ajeitar as coisas. Sempre devemos ter cuidado com isto.
  3. Nós é que devemos mudar, a começar pela nossa forma de pensar.
  4. Para pensar espiritualmente precisamos sermos seres espirituais.
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