CEGUEIRA E VISTA – MARCOS 8.22-26

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Mensagem pregada no culto noturno da IBVB em 26 de dezembro de 2021

INTRODUÇÃO

  1. Oh! tão cego eu andei, e perdido vaguei, longe, longe do meu Salvador. Mas da glória desceu e seu sangue verteu para salvar um tão pobre pecador. Foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi, meu pecado castigado em Jesus. Foi ali pela fé, que meus olhos abri, e eu agora me alegro em sua luz.
  2. A história de hoje, mais uma vez, tem relação com as multiplicações dos pães e peixes e com o fato de que Jesus quer que seus discípulos e seguidores entendam bem o que está acontecendo a sua volta. Ou seja, vejam e entendam.
  3. É também o último domingo do ano e, estando no final do ano buscamos olhar o que aprendemos no passado e projetamos o futuro próximo. 2022 está aí!
  4. Analisar as obras de Deus e seu cuidado conosco é a melhor retrospectiva que podemos fazer. Ou seja, uma exercício de enxergar a poderosa mão de Deus agindo.
  5. Ao invés de falar dos nossos grandes atos de sabedoria vamos falar da condução de Cristo das nossas vidas, ao invés de falar dos nossos próprios cuidados vamos falar do cuidado de Cristo por nós, ao invés de nos gabarmos das nossas conquistas vamos nos alegrar com os presentes de Deus.
  6. O que pensar para o futuro? Olhos muito atentos em tudo o que Cristo faz! Orar para que saiamos da cegueira para uma visão completa.
  7. Enxergar bem aqui não é um atributo dos olhos, mas da alma, do coração e do espírito. Somente aqueles que são guiados por Cristo podem gozar desta visão especial que nos afasta do pecado, da vaidade, da soberba, da arrogância, dos falsos caminhos, das falsas decisões, dos medos, etc.
  8. Infelizmente, ainda somos fortemente conduzidos por ideias, sentimentos e conclusões distorcidas da vida e do Reino de Deus. Assim como Jesus, devemos desejar uma verdadeira visão da vida e do Reino. Esta questão é muito importante porque nos ajuda a tomar decisões no dia a dia, a avaliar o que ouvimos, a selecionar as pessoas que podemos ou não confiar, ajuda a gente a sair das falsas alegrias e medos da maioria das pessoas, acalma o nosso coração, nos dá a medida do que podemos fazer e do que não podemos fazer, etc.  

TEXTO

  1. Hoje encerramos a exata primeira metade do Evangelho de Marcos quando narra o início do ministério de Jesus e seu período de grande aceitação. A segunda parte tem ênfase nos discípulos e relação com os demais religiosos até sua semana final em Jerusalém. Uma curiosidade a respeito dos Evangelhos é que eles podem ser resumidos em 4 partes: a parte inicial da vida e ministério de Jesus, seus anos de popularidade e grande aceitação, o período de grande perseguição e embates e, finalmente, sua última semana em Jerusalém que é bem detalhada em todos os Evangelhos. 
  2. 22 E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego e rogaram-lhe que lhe tocasse. 23a E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia – novamente as pessoas conduzem outros a Jesus, mas agora em Betsaida (A casa de Pesca – cidade às margens do Mar da Galileia). Ser levado pelas mãos mostra o quanto era frágil, dependente e como se acostumara a ser conduzido passivamente pelos outros. No caso deste homem é algo bom porque seus amigos estão interessados na sua cura. O texto diz que rogaram a Jesus, ou seja, pediram com ênfase, com força, com disposição. Jesus também o tomou pela mão e levou para fora da cidade para longe de barulho e da vista de outras testemunhas. Como foram aqueles momentos da caminhada até fora da cidade ou aldeia, quanto tempo durou, se conversaram no caminho, a Bíblia não diz. O cego simplesmente confiou na condução de Jesus tranquilamente e não mostrou nenhum estranhamento com o que aconteceria depois. Este é um exemplo muito interessante: 1. Todos precisamos, pelo menos por algum tempo, sermos conduzidos. 2. Temos que aceitar a ideia de que a vida com Cristo é algo totalmente diferente do que nossa mente conduzida pelo pecado, orgulho, medo e avareza podem conceber. 3. É preciso ficar longe do mal e da vida anterior para ser curado e mesmo depois de curado é bom se cuidar já que vemos que Jesus ordenou que não entrasse na cidade e fosse direto para casa. O Evangelho de Marcos, como temos visto, tem sempre esta característica interessante: o Evangelho da Ação e do Serviço também mostra Jesus muitas vezes sozinho orando e também chamado pessoas e discípulos a parte para conversar, curar e aprender. Muita gente não reserva este tempo a sós com Deus e isto pode ser o motivo de tanta fraqueza e falta de profundidade.           
  3. 23be, cuspindo-lhe nos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa. 24 E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam. 25Depois, tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e ele, olhando firmemente, ficou restabelecido e já via ao longe e distintamente a todos. 26 E mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia. – As curas de Jesus são diferentes. Numas ele toca, noutras não toca, outras são a distância, etc. Para o endemoniado de Cafarnaum deu uma ordem direta de calar e sair, a sogra de Pedro tomou pela mão e ajudou a levantar, para o leproso apenas disse que queria que fosse limpo, o paralítico de Cafarnaum perdoou os pecados e depois curou, o homem da mão mirrada curou no meio da sinagoga na frente dos fariseus, conversou com os demônios do Gadareno e precipitou os porcos no abismo, a mulher com fluxo de sangue curou quando ela a tocou, multiplicou os pães e peixes duas vezes, andou sobre o mar, acalmou os ventos, o surdo e gago de Decápolis ele curou elevando os olhos aos céus e suspirando disse para que olhos e ouvidos se abrissem. Este caso possui quatro diferenças importantes em relação aos outros.
  4. Jesus pergunta se ele estava vendo alguma coisa – em nenhum lugar ele faz isto porque sempre garantiu a cura na primeira oportunidade. Esta pergunta é muito interessante porque Jesus quer que ele perceba que está sendo curado e transformado pelo poder dele. Há particularidades na vida deste homem que não conhecemos, mas aqui ele está sendo ensinado a depender de verdade de Cristo e confiar até o fim.
  5. A cura é parcial no primeiro momento e o homem está vendo as coisas ainda nubladas e confusas, homens como árvores – aqui é muito provável que ele queria que o homem se desse conta de a cura era completa e sem reservas. A gente só sabe se está realmente bem ou mal quando tem uma base segura de comparação. Este homem não seria grato apenas por enxergar, mas por enxergar muito bem!
  6. Jesus toca pela segunda vez e a visão é totalmente restaurada – Jesus não se mostra menos poderoso, mas também mais cuidadoso e atento com aquele homem. Jesus realmente dedicou mais tempo a ele. Tudo aquilo levou um certo tempo. Nada de pressa.  
  7. Ele manda o homem para casa, mas sem passar por dentro da cidade – o texto não diz exatamente porque Jesus pediu isto, mas como ele ainda estava resguardando sua identidade pode ter sido por isto. Também era o caso de que aqueles que eram curados por Jesus começavam a ter problemas com os fariseus e outros judeus. De qualquer modo, ir para a casa é encontrar conforto e alegrar-se com os familiares. 

APLICAÇÕES

  1. Era um milagre para aquele homem, mas também um sinal para os discípulos e para nós de que somente Cristo pode abrir os nossos olhos espirituais para o que é o bem e o mal, o que vem de Deus e o que não vem de Deus. Você já orou para que Deus te desse o verdadeiro entendimento da sua própria vida e o que está a sua volta? É fato que Deus espera nossa confiança nele e que saibamos aguardar sua direção em tudo.  
  2. Era um sinal da chegada do Reino conforme prometido e um apelo aos seus discípulos para que enxergassem esta realidade – o Reino de Deus já está entre nós. Ou seja, é um desafio para que entendamos e vivamos de acordo com o Reino de Deus, como cidadãos dos céus com valores como a verdadeira fé, a oração, o amor pela Palavra de Deus, amor pelo seu povo, e fugirmos das muitas seduções que nos rodeiam. O dia que realmente aprendermos a olhar para a
    Bíblia como a Palavra de Deus, o dia em que nos dermos conta de que todas as nossa orações são ouvidas e respondidas por Deus, o dia em que enxergarmos de verdade que a igreja é nossa família em Cristo, o dia em que nos tornamos realmente servos tudo será muito diferente a nossa volta. 
  3. Era uma metáfora também de que a percepção do Reino é gradativa, vem em níveis e todos eles dependem da ação de Jesus – Jesus é quem determina o ritmo de nosso crescimento e a nossa parte é aceitar e não resistir – somos resistentes fugindo das oportunidades, nos magoando com os nãos, nos queixando e nos acovardando diante das dificuldades. Se as coisa estão difíceis para você que caminha com Cristo como, por exemplo, ser confrontado com seus erros, receber tarefas difíceis e que não sabe bem como fazer, se mesmo com dificuldades ainda preserva algo da vida espiritual, se se sente incomodado pelo mundo e infeliz com o que o mundo oferece, é provável que o Reino esteja em você. É hora de se entregar de vez!
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