Os principais alicerces da vida de um Homem – Começando a viver – Preparando-se para coisas grandiosas
Talvez as considerações desta Pastoral sejam muito mais sociológicas do que espirituais, no entanto, as considerem válidas para sua vida. Talvez, também, sejam um tanto quanto parciais ou incompletas porque poderiam ser mais profundas e abrangentes, mas considere do mesmo modo. Não deixe de considerá-las também simplistas demais e quase infantis, mas reflita. Talvez sejam muito mais o fruto da observação de olhos nem tanto atentos e perspicazes, mas com certeza tem sua validade.
Esta Pastoral é muito mais para os homens do que para as mulheres. O fato de serem mais calados quanto aos seus sentimentos mais profundos, terem um senso de competitividade muito mais elevado do que o das mulheres, que os leva a esconder ainda mais suas fragilidades e exaltar suas forças, mesmo quando não as são de fato, vivendo em uma sociedade machista onde até chorar é vergonhoso, é muito difícil perceber a desestruturação da vida de um homem, descobrir sua infelicidade, descobrir que algo lhe falta. É difícil até mesmo apontar uma direção para quem parece já tê-la encontrado.
Tudo que precisamos é de Cristo e, esta verdade, é irredutível. E tal afirmação só faz sentido exatamente porque Ele é o único capaz de nos completar de verdade, dar plenitude e sentido de vida, fazer de nossas vidas “uma árvore frutífera”. Quatro me parecem os aspectos mais importantes da vida de um homem a serem cuidados: família, trabalho, saúde e espiritualidade.
A família é o chão de vida de qualquer um, o que lhe dá senso de estabilidade. Muitos ainda sonham em viver em paz nos seus lares. Sonho este que parece distante. Problemas financeiros, mágoas e ressentimentos, desajustes na área da disciplina e até mesmo na área sexual parecem realidades mais presentes. Se tivermos que lutar por algo que lutemos com todas as forças pelas nossas famílias. Imagino o que seja trabalhar diariamente sem o sossego da certeza do bem-estar em casa. Até mesmo para o homem obreiro na casa de Deus sua família é, não apenas uma referência, mas até mesmo um requisito fundamental para sacramentar sua capacidade de liderar e servir na Casa de Deus. Mesmo antes de prescrever os Dez Mandamentos e instituir uma vida religiosa, Deus em sua Palavra instituiu a família. O homem tem paz de verdade no meio em que vive e autoridade de fato apenas quando se revela o bem-estar de sua família em todos os aspectos.
O trabalho de um homem é o que lhe dá senso de utilidade. Deus criou o trabalho – que isto fique bem claro. Não criou, é verdade, o sofrimento e o cansaço como subproduto natural do mesmo, eles, de fato, vieram como peso de castigo por causa do pecado. Quem já viveu o desemprego ou já esteve por algum tempo sem ocupação sabe do sentimento de inutilidade e fraqueza que abate o homem. Creio na afirmação que diz que o trabalho enobrece o homem e que seja a melhor ocupação que existe. Não importa se você tem um trabalho formal ou informal, se seja empregado ou patrão de si mesmo, se trabalhe em equipe ou sozinho, se ganhe muito ou pouco. O importante é perceber que Deus criou o trabalho para nos ocupar, nos exercitar na vida, para nos fazer gerar o fruto do qual nos alimentamos e para a partir dele abençoarmos não apenas nossa família, mas nossos semelhantes.
A saúde é um bem precioso que nos dá senso de capacidade e bênção de Deus. Dei-me conta a pouco tempo de um problema sério e que espero ter percebido e começado a corrigir a tempo. É bem verdade que colhemos o que plantamos. Quando se fala de saúde esta verdade é absoluta. As doenças não aparecem simplesmente da noite para o dia. É bem verdade que talvez algumas até sejam assim, mas no geral não. Pressão alta, diabete, colesterol alto, problemas musculares etc. parecem problemas evitáveis. De fato a doença é produto do pecado também, assim como da desobediência. Como Templos do Espírito Santo precisamos cuidar mais dos nossos próprios corpos. A longevidade e a saúde são uma bênção de Deus aos obedientes. Devemos orar pela cura das pessoas, mas muito mais ensiná-las a como ter saúde ou, em outras palavras, ensiná-las a como cuidar do corpo que pertence também a Deus. Fazer exercícios físicos e se alimentar melhor são duas receitas presentes na boca de qualquer médico ou pessoa consciente. Pense em viver bem e viver por muito tempo.
A espiritualidade é o que nos dá senso da presença de Deus nas nossas vidas. Por espiritualidade não digo apenas ter uma vida de práticas religiosas, que é que muita gente anda fazendo, achando estar no caminho certo. É óbvio que o que cremos desembocará, irremediavelmente, em algo prático – falo de outra coisa. Mais do que isto, falo de um real encontro diário com Deus, a certeza de sua presença, poder conversar com Ele (tanto falar como ouvir). Observo os homens, e de uma forma geral, admiro a retidão e correção da vida que alguns levam. Também percebo certo vazio. Parece haver uma lacuna, uma falta, um brilho diferente nos olhos, um apego a algo mais sólido e mais real. Quero que você reflita seriamente – é exatamente o que não vemos o algo mais real que existe. A beleza de um homem está em sua espiritualidade – um brilho inimitável por qualquer meio terreno.
Creio que nossas consciências serão bem melhores se atentarmos para estes detalhes. Estou certo de que nossa passagem por esta vida será muito mais valorizada se nos cuidarmos melhor nestes aspectos. Teremos uma liberdade muito maior para alçar voos mais altos quando nossas vidas estão em ordem diante de Deus e do mundo. Perceba-se que tudo antes citado são apenas alicerces, não necessariamente a vida em si mesma, são as bases para experimentarmos coisas maiores que não podemos ainda imaginar.
PASTOR JOSÉ MARTINS JÚNIOR
MARÇO DE 2008
