A CONEXÃO MISSIONÁRIA E A DESCONEXÃO CRISTÃ NA EUROPA

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A Conexão Missionária e a Desconexão Cristã na Europa – de berço a sepulcro

Quem esteve hoje no culto missionário em Vila das Belezas promovido pela Junta de Missões Mundiais, viu nossos missionários na Itália. Bem humorados e com boas historias de seus seis anos de trabalho nos informaram e motivaram a continuar a tarefa.  Também ouvimos um sermão baseado em Atos 1: 8, que norteia o tema da campanha deste ano.

No entanto, quem ainda não sabe do vazio evangélico que a Europa está vivendo e que se aprofunda cada vez mais? Além disto, vemos países, outrora sólidos, vivendo ruínas econômicas e sociais e ninguém sabe o que fazer. O jogo virou, os tupiniquins, outrora não-civilizados, são agora a coluna em que se agarrar, a ¨bola da vez¨.

Mas, a minha reflexão com este breve texto vai noutro sentido, um sentido mais histórico e sociológico. Não sou perito neste assunto, mas quero arriscar meus palpites e observações de retrovisor, como todo cientista social faz.

O que mais ouvimos é que a Europa passa por um intenso processo de secularização. Entendemos por isto, grosso modo, uma total desespiritualização, uma descristianização (termo que tenho ouvido com alguma freqüência nos últimos tempos). O sentido é que é possível viver ser pensar espiritualmente, é possível viver sem Deus, basta à ciência, basta à medicina, basta à arte, a responsabilidade de explicar e resolver a vida (e a morte!). O que poucos pensam, sabem ou refletem, é que o processo de secularização tornou-se fato exatamente por uma ação cristã: A Reforma Protestante.

Conhecida como Era das Trevas, a Idade Média se caracterizou por um domínio total da Igreja em todos os assuntos: arte, ciência, medicina, religião, etc. Com o ¨sucesso acidental¨ das Teses de Lutero (leitura minha da situação, aliás tudo que está escrito aqui!), recebemos as grandes bênçãos: o livre acesso e exame das Escrituras, a condição de viver o sacerdócio universal dos crentes, e uma libertação geral de todas as expressões humanas do poder da Igreja. Estávamos ¨iluminados¨.  Pouco tempo depois passaríamos pela Revolução Industrial e a solidificação dos conceitos capitalistas. Começaríamos a falar em Democracia! Daí para ignorarmos a igreja e a reputarmos como retrógrada, irrelevante e desnecessária foi um passo. E neste sentido nosso passado nos condena, de fato nunca fomos muito bons em ¨relevância¨, salvo raros momentos.

Dar espaço para a religião e para a antiga igreja era retornar as Trevas. Mesmo assim, ainda se resistiu por muito tempo, tempo bem próximo de nosso. Hoje vemos o crescimento do ateísmo, ou mesmo da uma espiritualidade individualizada e sem conexão com a igreja. O berço virou um sepulcro.

O desafio, sem duvida alguma, é mostrar como Cristo é a solução para a alma, dissociando esta atitude, este ato, de uma institucionalização tacanha e fundamentalista, que facilmente se desmancha diante de mentes mais treinadas e modernas. Viver como Igreja de Cristo, de modo que a comunhão seja verdadeira e participativa, onde trabalhar com o povo signifique construir conhecimento por meio da vivencia. Fazer uma leitura cada vez mais vivencial das Escrituras, se é que existe outro modo que possa, ou deva, fazer isto. Testemunhar pelo poder do Espírito crendo que eles nos dará as palavras certas, no momento certo, com o tempero na medida certa. Ante a esta apatia o que precisamos é de coragem, e muita coragem.

O desafio é grande e cabe a nós agora a tarefa. Lembrando que desde sempre, como batistas, podemos cooperar com esta tarefa de vários modos: indo, orando, contribuindo financeiramente, divulgando, e quantos meios mais o Espírito nos der.

Fica uma reflexão minha do que ouvimos hoje.

Pastor José Martins Júnior

Vila das Belezas, 19 de abril de 2013.

 

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