CONTEXTUALIZANDO – ROMANOS 12.1-2

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Contextualização

Debate realizado com adolescentes no qual uns defenderam a necessidade de contextualizar a mensagem do Evangelho ou não

¨Rogo-vos pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que e o vosso culto raciona. E não vos conformei a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus..¨ – Romanos 12. 1-2

A mensagem do Evangelho tem atravessado gerações e mais gerações. Sob o ponto de vista de muitos há uma necessidade de se adaptar a mensagem do evangelho fazendo uso de coisas vigentes que tocam imediatamente o coração do homem. Uns veem nisto uma estratégia divina para alcançar o pecador, outros uma falácia demoníaca que mancha, deturpa e denigre a mensagem do Evangelho deixando o centro da questão da Salvação em Cristo e aproximando a Igreja do Mundo fazendo-a se conformar a ele.

Estamos falando em danças na igreja, o uso de instrumentos até pouco tempo considerados profanos como bateria, percussão e violão, o uso de aparatos tecnológicos como projetores, equipamentos sofisticados de som, a realização de grandes shows evangélicos, o uso de rádio e da televisão, o uso do rock, do reggae, do funk para comunicar o evangelho, a permissão para uso do cabelo longo dos homens, piercings etc, o uso de gíria para conversar com jovens, frequentar lugares mundanos como festas com propósitos evangelísticos, etc, etc, etc. Até mesmo escolas de carnaval evangélicas. Até mesmo com relação ao que um cristão deve ou não comer podemos pensar neste caso.

Este grupo deverá, independentemente do ponto de vista que tenha, defender as ideias abaixo para chegarmos ao final em uma conclusão sobre o que devemos fazer.

Proponho que cada grupo crie uma mini encenação (de 4 a 5 minutos no Máximo) na qual ilustre o seu ponto de vista.

Que se perceba que em um debate os pontos de vista poderão ser parciais e tendenciosos no sentido de confundir o adversário, portanto, o mesmo texto que sugiro para defender um ponto de vista uso, também, para defender o outro, cabendo a cada grupo definir-se dentro do seu ponto de vista.

Pró-contextualização

  1. Vivemos tempos diferentes em que as pessoas percebem as coisas de modos diferentes e devemos sim adaptar, não querendo dizer com isto manchar, a mensagem do Evangelho. Não podemos simplesmente pegar tudo ao pé da letra e, sem mastigar e processar, regurgitar sobre os outros.
  2. Hoje o mundo possui problemas e desafios diferentes de outros tempos e por isto nossa postura em certo sentido deve avançar diante destes problemas (há hoje diferentes problemas sociais que antes não existiam como sequestro, a existência da Internet, doenças como a Aids, Ebola, temos mega metrópoles, etc.). Assim com Jesus usou em sua época o mar, os barcos, as casas das pessoas, as montanhas (Veja Mateus 5, 6, 7), para comunicar o Evangelho, usaria hoje a internet, as praças públicas, carros, motocicletas, quem sabe os aviões, microfones para fazer o mesmo.
  3. A Bíblia parece bem clara no sentido de dizer que tudo foi criado por Deus para uso em seu louvor. Veja o Salmo 19.
  4. Quando falamos em contextualização do Evangelho não falamos em mudança na essência da verdade mas em uma forma diferente de comunicar a mesma coisa. Isto parece acompanhar o mesmo modus operandi de Deus, ou seja, vemos no Antigo Testamento diversas coisas que já caíram no nosso tempo porque eram apenas um reflexo do que viria depois (o Templo, os Sacerdotes, o Sacrifício de Animais). O livro de Hebreus foi escrito exatamente para explicar e contextualizar a mensagem de Deus aos judeus convertidos e não convertidos do primeiro século para que pudessem saber que era Jesus o que havia mudado desde seu ministério. Veja passagens como – 1. 1-2,  5.1-6, 7.1-10, 8. 1-7, 9. 1-11, 12. 14-29 em todas elas vemos uma excelência e crescimento no modo de apresentar o evangelho.
  5. Vemos mulheres com Miriã e homens com Davi fazendo uso de instrumentos variados e o uso de danças para adorar ao Senhor e sendo aceitos por eles. (Êxodo 15. 20-21, I Samuel 16. 14-23, 2 Samuel 6. 16-23)
  6. A proibição relativa ao uso de certos instrumentos, veículos de comunicação, do uso de certas expressões aparentemente mundanas, em oposição ao ininteligível teologuês, parte muito mais do medo de líderes religiosos, incapazes de orientar o povo corretamente do que necessariamente uma forma de entregar os crentes ao mundo.
  7. Jesus ao contar parábolas, ao pedir água a mulher samaritana no poço de Jacó, ao se referir aos cachorrinhos quando conversava com a mulher sírio-fenícia (uma referência pejorativa a quem não era judeu, ou seja, como alguém secundário dentro do plano de Deus), estava sem dúvida contextualizando a mensagem do Evangelho para melhor ser compreendida por aqueles que o ouviam. (Veja João 4 e Mateus 15. 21-28 e Marcos 7. 24-30).
  8. Jesus, por exemplo, escolheu uma determinada época da história humana para o seu primeiro advento. Percebe-se muito bem que ele era um homem adaptado ao seu tempo no que diz respeito a vestimentas, linguajar, trabalho, alimentação, etc. O próprio Deus se contextualiza.
  9. A forma de ser de um povo não pecado em si porque o contexto social pode determinar se algo está certo ou errado. Jesus, por exemplo, bebia vinho e certa vez em Cana da Galiléia até promoveu a distribuição de vinho de excelente qualidade (João 2. 1-12). Aqui no Brasil, sobretudo no nosso bairro, uma atitude como esta seria uma afronta imperdoável.
  10. Para nós, os crentes, toda a Bíblia e Palavra de Deus e devemos tomá-la de tal forma, ou seja, textos como o Salmo 150 valem para hoje também.
  11. Jesus frequentava festas e era tido como um fanfarrão pelos da sua época. (Mateus 11. 19).
  12. A questão da contextualização e tão obviamente necessária quando percebemos as diferenças culturais e como o Evangelho e vivido no mundo. Por exemplo, os crentes alemães tomam cerveja sem serem questionados pelo mundo. Os crentes africanos em certas tribos não entregam seus dízimos sem dançar a caminho do gazofilácio. Vemos igrejas bem adaptadas ao jeito dos jovens e que ao se converterem acabam se tornando pessoas cuja experiência com Cristo de conversão não pode ser questionada.
  13. O apostolo Paulo certa vez afirmou – fiz-me fraco para com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, para todos os meios chegar a salvar alguns. I Coríntios 9. 22. Isto mostra a necessidade de nos adaptarmos para ganhar os perdidos.

Contra a Contextualização

  1. Adaptar a mensagem do Evangelho ao homem moderno significa abandonar a essência simples da mensagem evangélica da Salvação em Cristo. (I Coríntios 15. 3-4)
  2. Quando contextualizamos trazendo para a igreja a linguagem mundana de se comunicar com os homens, acabamos camuflando a essência da vida cristã e enganando quem a ouve. (2 Coríntios 5. 11-21, 2 Coríntios 4. 2)
  3. Na verdade o Evangelho contextualizado seria um outro evangelho. (Gálatas 1. 6-7)
  4. A Bíblia parece deixar bem claro que as mudanças no mundo ocorreriam rapidamente, mas nunca disse que a mensagem do Evangelho seguiria o mesmo rumo, muito pelo contrário, a mensagem do Evangelho esta ancorada em princípios eternos e imutáveis. (Daniel 12:4; I Coríntios 8:1, I Timóteo 4: 1-5)
  5. A Bíblia parece indicar o caminho contrário, ou seja, Deus vem da permissão para a proibição e não o contrário. Veja por exemplo o caso da poligamia. Davi, homem segundo o coração de Deus era polígamo. Sabemos hoje que Deus institui desde o princípio a monogamia, ou seja, um homem casado com uma mulher apenas.
  6. Apesar de vários textos na Bíblia nos derem indicação no Antigo Testamento que podemos fazer uso de tudo para adorar ao Senhor, na dispensação do Evangelho não vemos nenhuma indicação de que isto seja sequer aceitável. (Não há no Novo Testamento alguma passagem similar, por exemplo, ao Salmo 150).
  7. A permissão de adaptar a mensagem evangélica ao nosso tempo será sem dúvida alguma uma forma decisiva de entrega das ovelhas de Deus as seduções mundanas. Um perigo que não vale a pena.
  8. Vemos homens com Davi e mulheres com Miriã fazendo uso de danças e instrumentos variados em suas vidas, mas provocando escândalo nas pessoas a sua volta. (Veja a reação de Mical esposa de Davi após vê-lo dançando em II Samuel 6. 16-23)
  9. Todas as coisas são licitas, ou seja, da Lei, mas nem todas as coisas convêm. Seria muito perigoso nos engendrarmos pelas vias da mera contextualização e nos perdermos por elas, porque, ainda que, em tese, tudo ou quase tudo seja permissivo, precisamos notar que não podemos nos ver envolvidos com coisas que nos darão certo status mundano ou nos farão parecidos com que há de comum no mundo. (I Coríntios 6: 12 e 10: 23)
  10. A questão da contextualização está muito mais ligada a uma necessidade inexplicável de crescimento numérico rápido da igreja do a qualquer outro imperativo bíblico como santidade, por exemplo. Que se note que não há explicitamente nenhuma ordem de crescimento numérico a qualquer custo no Novo Testamento. Vemos em textos como Atos 2 que o crescimento numérico e fruto da pregação nua e crua da verdade sobre Cristo sem acréscimos de nenhuma natureza.
  11. A questão da contextualização da mensagem do Evangelho está muito mais ligada a correntes filosóficas como o Pragmatismo, o Existencialismo, o Humanismo a Pós-modernidade que põe e homens no centro de tudo do que na Bíblia que tem a Cristo como centro.
  12. Usar a dança, por exemplo, como meio de evangelização pode ser meio: ruim, duvidoso, carnal, mundano, pecaminoso, associado ao paganismo e ao pecado (Isto tudo pelo fato que seria uma forma de culto ao corpo e que nos induziria a sensualidade e ao pecado da lascívia condenado em Gálatas 5: 19).
  13. Muitas tentativas já foram feitas sem nenhum sucesso, pelo contrário, fazendo denegrir a imagem do evangelho, sem, contudo oferecer a Verdade a quem estava presente. Exemplos – água benta, oração em fotografias e carteiras de trabalho, peças ungidas, banhos de descarrego, dentes de ouro, unções especiais (do riso, do sono, do tigre, do leão, etc.)

Pastor José Martins Júnior

04 de fevereiro de 2008

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