“Mas tu ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. Combate o bom combate da fé, toma posse da vida eterna, para a qual foste chamado, tendo já feito boa confissão diante muitas testemunhas”.
Cristo faz em nós uma mudança de natureza. Cria em nós um desejo ardente de querer ser totalmente diferente de tudo que está a nossa volta. Não pelo simples prazer da diferença pela diferença, mas uma espécie de guerra contra tudo que realmente desmerece a condição tão maravilhosa para a qual Deus nos criou. Sou bem sincero em afirmar que até mesmo os “projetos de crentes” apresentados nos dias de hoje não me causam qualquer admiração. Parece que tudo o que a Bíblia aponta como caminho avesso a vontade de Deus, hoje buscamos como “ideal de vida”.
A Bíblia diz que amar o dinheiro traz grandes males, no entanto, vemos pessoas ensinando aos crentes que a vontade de Deus é a prosperidade material e social. A Bíblia diz que quem se faz amigo do mundo se torna inimigo de Deus e, não nos conformamos por fazermos inimigos no mundo, porque confessamos Jesus como nosso Salvador. A Bíblia mostra que os Dons Espirituais são as coisas mais utilitárias da vida da igreja para o bem e edificação de todos e, somos ensinados a buscar alguns dons como sinal de status espiritual e de uma vantagem benevolente de Deus para conosco. Somos ensinados pela Bíblia a dar a outra face e perdoar tudo a qualquer tempo e situação mas, fazemos ‘batalha espiritual”, lutando contra a carne e o espírito para defender o reino como se ele precisasse de guardas como nós.
Tenho conversado com muitos irmãos e insistido como Pastor em uma tese que me parece bem óbvia: Cristo nos chamou para o amor, a santidade e as boas-obras. Deste modo, devemos nos posicionar de modo crítico em relação a tudo. Veja bem.
Nem tudo que funciona e está dando certo é da vontade de Deus. Eu quando olho o ministério de Jesus com os apóstolos enxergo mais dificuldades do que “sucesso”. A própria imagem de Cristo nos lembra o “Servo Sofredor”. A justiça, a vontade de Deus, o amor e a verdade foram, para Jesus, muito mais importantes do que qualquer coisa.
Carisma é importante, mas não é tudo. A rejeição parece fazer parte do Reino também. Aliás, há muitas passagens bíblicas que demonstram que a rejeição por Deus será muito grande a medida que o tempo passa. Não devemos andar em busca de aceitação, mas em busca da verdade sobre nós mesmos, quem somos, porque somos, para onde vamos e o que faremos.
O papel da igreja é maior do que podemos imaginar. Ela não está no mundo apenas para abrigar os salvos, mas para lutar contra o inferno. Ajudar na justiça social, desmascarar toda e qualquer mentira. A igreja não deve ter uma papel pacato no bairro mas de força com foco e competência. Creio que a total ordem do mundo está nos planos de Deus e ele está trabalhando para isto através de igreja.
Viver é mais do que sobreviver: pagar contas, ter família, resolver problemas, comprar bens, comer e dormir. Fomos chamados para conhecer uma realidade maravilhosa em Cristo Jesus sobre a Vida tal qual Deus sonhou para nós. Cristo quer por em nosso coração sede e fome de vida. Nenhum de nós, por mais feliz e bem resolvido que seja é uma obra acabada – nós todos estamos em construção diariamente.
A expressividade da vida de um crente excede em muito os limites templo-culto-domingo-clero. Ou seja, há uma novidade de vida a ser vivida no seu trabalho, na sua noite de sono, em sua vida como estudante, em sua vida familiar, em suas horas de descanso, em seus “hobbies”, etc. Ele nos olha como um todo para mudar no todo.
Quero enxergar a vida a cada dia com a Grandeza que, creio eu, o próprio Deus a vê. E mais do que isso quero não apenas contemplar uma possibilidade mas, viver uma realidade. Vislumbro uma realidade maravilhosa e não sou cego para perceber o quanto dela está presente já no meio de nós agora.
Você deve fazer uma escolha entre o modo rasteiro de ver a vida de um crente apresentado por aí ou ver algo maior no projeto de Deus dentro da Palavra. Apesar de tanta pobreza da vista e da “fé” nosso Deus continua Grande e não irá mudar.
Pastor José Martins Júnior
Agosto de 2005
