Mensagem pregada no culto noturno IBVB em 20 de novembro de 2022 – culto não foi gravado
INTRODUÇÃO
- Jesus passou por diversas provas por nossa causa. Tornou-se homem. Enfrentou problemas espirituais graves na vida de muitas pessoas. Enfrentou o Diabo. Enfrentou todas as forças política, econômicas, militares e religiosas da sua época. Tudo isto mostra como a mensagem e a essência do Evangelho conflitam com toda a natureza deste mundo caído. Se Jesus é Nosso Senhor, Salvador e Mestre, não devemos esquecer que coisas parecidas podem nos estar reservadas. Se pensarmos bem, toda confrontação do mundo exemplifica isto. Estamos hoje cercados de uma série de assuntos socialmente sensíveis para os quais os cristãos, de modo geral, têm uma postura muito definida.
- Continuamos na série de grupos que questionaram Jesus tentando obter provas para acusa-lo e prendê-lo. Com os fariseus e escribas o problema era a autoridade que Jesus tinha. Com os herodianos um problema político e econômico sério que podia colocar Jesus em atrito com os Romanos. Agora, com os saduceus, há um sério problema de interpretação da própria Bíblia.
O TEXTO
- Qual o problema? Os saduceus não criam na ressureição porque, segundo eles, não está escrito na Lei de Moisés. Para eles, apenas os primeiros cinco livros do Antigo Testamento eram inspirados. É importante lembrar que os saduceus eram um grupo rico e influente e com muitos membros participando do Sinédrio: a Suprema Corte Judaica.
- A pergunta feita é uma pegadinha e uma piada que os saduceus aplicavam, por exemplo, contra os fariseus que não tinham uma resposta adequada. E onde está a piada? Uma situação como aqueles não teria solução viável na ressurreição já que todos os sete estariam vivos lá. Esta Lei é conhecida como Levirato, ou lei do cunhado, e tinha o propósito de manter a memória e descendência de homens hebreus que morressem sem deixar filhos. Em Deuteronômio 25.5-10 vemos isto de forma mais clara: Quando irmãos morarem juntos, e um deles morrer, e não tiver filho, então a mulher do falecido não se casará com homem estranho, de fora; seu cunhado estará com ela, e a receberá por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ela. E o primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o seu nome não se apague em Israel. Porém, se o homem não quiser tomar sua cunhada, esta subirá à porta dos anciãos, e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer cumprir para comigo o dever de cunhado. Então os anciãos da sua cidade o chamarão, e com ele falarão; e, se ele persistir, e disser: Não quero tomá-la. Então sua cunhada se chegará a ele na presença dos anciãos, e lhe descalçará o sapato do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará, e dirá: Assim se fará ao homem que não edificar a casa de seu irmão; E o seu nome se chamará em Israel: A casa do descalçado.
- A resposta de Jesus possui quatro partes muito importantes.
- Começa como uma séria afirmação na forma de uma pergunta: os saduceus não conhecem as Escrituras e nem o poder de Deus. Para Jesus, as duas coisas estão intimamente relacionadas. Os verdadeiros crentes sabem que ele é o Deus da Palavra.
- Em segundo lugar afirma que os que ressuscitarem serão como os anjos numa vida infinitamente superior.
- Em terceiro lugar mostra como a interpretação e a leitura dos saduceus é ruim porque em Êxodo 3.6 Deus afirma e é o Deus de seu pai, de Abraão, Isaque e Jacó: Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.
- E conclui com uma observação importante: os que morrem em Cristo estão vivos diante de Deus. Não desaparecem ou são esquecidos, mas estão na presença de Deus aguardando a ressureição.
- Mais uma vez Jesus calou os seus adversários incapazes de compreender as coisas espirituais.
O QUE APRENDEMOS COM ISTO TUDO?
- A primeira e óbvia é de que é uma loucura confrontar e duvidar da Palavra de Deus. Remover partes das Escrituras não muda nossa responsabilidade diante de Deus. Os saduceus ignoraram e desprezaram o ensino da ressurreição e do poder de Deus. Incompreensão da Bíblia e teologia fraca geram práticas ruins. O número de grupos religiosos no tempo de Jesus e hoje mais ainda mostram isto. O ensino da Bíblia não é confuso sobre o uso do dom de língua, sobre o papel de Maria, sobre a ressureição de justos e ímpios, sobre a divindade de Cristo, sobre a Bíblia como um documento final e suficiente para nossa fé, mas muitas vertentes de um suposto cristianismo o confundem ou negam doutrinas importantes para o culto, para a vida e para a fé.
- Crer no poder de Deus é fundamental para a vida e padra o relacionamento com Cristo. Cristo ressuscitaria três ou quatro dias depois desta conversa. Nesta conversa ele antecipava o elemento essencial da sua obra: sua ressurreição. Os saduceus, por falta de fé no poder de Deus já partiam em desvantagem neste ponto. Precisamos crer que Deus é poderoso para trazer à vida os que morreram crendo nele. Abraão, Isaque e Jacó morreram fisicamente, mas Deus os tem vivos diante de si. Por isto nos alegramos e somos consolados quando alguém parte no Senhor. Deus o recebe imediatamente.
O recado final é claro: não dá para ser crente sem conhecimento bíblico e sem fé no poder de Deus.