EM BUSCA DE SENTIDO: UM PSICÓLOGO NO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO – VIKTOR E. FRANKL

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FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. São Leopoldo: Sinodal, 1987.

VIKTOR FRANKL NOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO E SUAS PERCEPÇÕES

  1. Desespero = Sofrimento – sentido da vida.
  2. Frankl também tem aproximações com Freud por causa das neuroses.
  3. Há sentido na vida, na dor e na morte.
  4. É a terceira escola de psicoterapia vienense depois de Freud e Adler.
  5. Sobre como é possível dizer sim a vida.
  6. Sendo simples números, os prisioneiros lutavam pela vida.
  7. O bom trabalho de Frankl rendeu 12 cigarros que podia trocar por sopa.
  8. Os que sobreviveram resistiram falar sobre a experiência.
  9. Davam muito álcool aos prisioneiros que trabalhavam no campo matando outros.
  10. Nudez e tortura. Humor negro. No frio.
  11. O corpo rompe os padrões dos manuais médicos: é possível ficar muito tempo sem dormir. Dentes bons mesmo depois de muito tempo. Dormir com o ronco dos outros.
  12. Tinham que parecer estar muito bem para escapar da morte porque poderiam trabalhar: fazer a barba e andar com postura.
  13. O muito sofrimento alarga a força. É preciso cada vez mais força para aterrorizar quem está acostumado com o sofrimento. Um estado psicológico anormal.
  14. Numa condição daquelas as pequenas coisas ganham novos significados e importância.
  15. Havia trocas entre os soldados e prisioneiros.
  16. Sonhavam com comida e banheiros.
  17. Os desejos sexuais eram praticamente instintos assim como as perversões sexuais. Isto demonstra que o ser humano privado de bens e tendo menos do que o mínimo, pensa em outras coisas como com o que comer, o uso de um banheiro. As preocupações e debates sobre política e religião permaneceram fortes. Corriam riscos para poderem cultuar. Os que eram casados lembravam constantemente dos cônjuges idealizando como seria o dia do encontro que, na maioria dos casos, nunca aconteceria. 
  18. Doenças como febre tifóide atacaram os prisioneiros.
  19. Pessoas mais simples suportavam mais.
  20. O amor pouco tem a ver com a existência física de uma pessoa (sobre a lembrança da esposa).
  21. A vida lá fora era distante. Tinha-se que cultivar o interior.
  22. Havia arte no campo de concentração com teatro, poemas, piadas. Pessoas bom boas vozes eram invejadas. Havia recompensa para a arte e aplausos mais exaltados.
  23. Humor é uma arma de luta para a autopreservação.
  24. Pescar ervilhas e batatas.
  25. Passar na frente da casa da própria família transportado para um campo de concentração.
  26. Alguns comandos de trabalho eram mais violentos que outros.
  27. O livro é uma sistemática e vívida reconstrução do dia a dia nos campos de concentração ao mesmo tempo que é uma análise profunda da alma humana sujeita aos maiores terrores de uma guerra.
  28. O resto de uma vida sem futuro usada para servir os próprios algozes.
  29. Submergir nas multidões prisioneiras era um ato de autopreservação. A solidão era um privilégio.
  30. Os profundamente doentes eram descartados com os mortos.
  31. Alguém podia se declarar são para escapar da morte, mas tinha que trabalhar.
  32. Mandavam recados para as esposas caso houvesse a possibilidade de repassá-los.
  33. A possibilidade de fuga era rara e exigia uma decisão tão grandiosa, dado os riscos que envolvia, que se esperava que tais oportunidades não surgissem.
  34. Na sua tentativa de fuga veio a ajuda da Cruz Vermelha. Três anos tinham se passado.
  35. Apatia, irritabilidade e falta de capacidade de tomar decisões tomavam os prisioneiros. São tomados de sentimentos de inferioridade.
  36. A apatia de uns gerava irritabilidade em outros. Alguns escaparam heroicamente a estas condições.
  37. Não é possível impedir uma pessoa que tome uma decisão interior de não se render ao esquema dominante. É desta decisão que nasce o sentido da própria existência.
  38. Se a vida tem sentido o sofrimento também terá.
  39. É possível ser mais forte interiormente do que o próprio destino exterior.
  40. A mulher agradeceu que a vida tenha sido tão dura com ela porque sua vida anterior estava apegada a vazios.
  41. A certeza do próprio fim é um impulso para prorrogar a própria vida ao máximo.
  42. Muito se viam como cadáveres vivos. A vida tinha acabado. Nesta situação há uma visita profunda ao passado onde encontram seus valores.
  43. Acaba a ilusão de uma esperança futura porque a vida já passou.
  44. O desejo pelo futuro poderia ser negativa para o presente naquelas condições. A pessoa podia perder o desejo pelo hoje.
  45. Para muitos o futuro de liberdade não se concretizou. Houve quem morresse vendo a esperança ruir. Como resolve isto? Perguntando: o que a vida espera de nós e não o que esperamos da vida. É um giro de compressão radical.
  46. O sentido da vida não diz respeito às expectativas que temos da vida, mas o que estamos dispostos a entregar a ela.
  47. É responsabilidade do homem o sentido de sua vida.
  48. O suicídio era tratado como “entregar os pontos” no campo de concentração.
  49. O passado é uma circunstância segura do ser.
  50. Como explicar que pessoas fossem tão ruins com outras? Alguns era sádicos, alguns se tornaram insensíveis, outros eram sabotadores (ganhavam vendendo coisas), havia prisioneiros ruins. Só há duas pessoas no mundo: boas e torpes.

COMO REAGIRAM OS RECÉM-LIBERTOS

  1. Psicologia do recém liberto: saem devagar, liberdade é um conceito gasto e distante, não há muito sentimento.
  2. O mundo não impressiona e não há alegria. Se é despersonalizado.
  3. Come-se e fala-se muito.
  4. A volta a paz da alma não foi fácil. A descompressão repentina é terrível como quem sobe de vez do fundo do mar. O coração demora a se desprender. Retomar a vida quando os seus morreram terrivelmente é difícil.
  5. Voltar a vida antiga podia ser ruim. Como se todo sofrimento não tivesse sido útil para algo. Fora também há sofrimento e por isto a esperança e alegria não surgiam. Muitos não tinham ninguém os aguardando.

CONCEITOS DA LOGOTERAPIA

  1. Na LOGOTERAPIA o paciente pode ouvir coisas que não gostaria.
  2. É fundamentada no sentido e seu confronto.
  3. Logos significa sentido. Busca pela superioridade.
  4. Ideias e valores são fundamentais a ponto de valer morrer por eles.
  5. Frustração de existência pode resultar em neuroses noogênicas. Não é resultado de pulsões, mas de sentido da vida.
  6. No caso profissional, a insatisfação pode não ser resultado de conflitos simbólicos (projeções do paciente), mas em como as escolhas conflitam com o sentido da vida percebido pelo paciente.
  7. Nem todo conflito é neurótico ou patológico.
  8. A análise não se fundamental no aspectos noogênicos, mas a LOGOTERAPIA sim.
  9. O sentido da vida não é uma simples satisfação dos impulsos humanos porque exige muito mais elaboração.
  10. Quem tem porque viver suporta todo como (Nietzsche).
  11. Os impulsos nunca indicam exatamente o que dizer para satisfazê-los.
  12. O sentido da vida é singular para cada um.
  13. Viva sempre pela segunda vez baseando-se na primeira que deu errado.
  14. O paciente deve interpretar sua responsabilidade diante do mundo.
  15. O sentido da vida está fora (no mundo) e não em si. Autorrealização é efeito colateral da transcendência.
  16. O que as pessoas perguntavam para pastores e padres, agora perguntam para o médico: qual o sentido da vida?
  17. A LOGOTERAPIA se apresenta como um ativismo diante da vida. Não há otimismo e nem pessimismo, ação. Por isto o estresse antecipatório não faz sentido.
  18. Medo produz medo. O paciente deve mudar o foco. Sair de um círculo virtuoso.
  19. Autodistanciamento é fundamental.
  20. Intenção paradoxal. Querer diferente do que se precisa. O medo do sono pode ser resolvido pelo desejo de ficar acordado.
  21. Fobia gera sintoma, e sintoma gera fobia. É um ciclo que deve ser quebrado com intenção paradoxal e ironia.
  22. Derreflexão.
  23. Fases diferentes possuem neuroses de massa diferentes e psicologias adequadas.
  24. O ser humano é capaz de se elevar além de si mesmo. Com grandeza.
  25. Porque o ser humano é mais do que psiquê.
  26. O ser humano não é uma máquina psiquiátrica que não pode ser consertada.

OTIMISMO TRÁGICO

  1. Permanecer otimista apesar de tudo porque a vida tem potencial em qualquer circunstância. Otimismo na tragédia.
  2. Não é produto de ordens e simples vontade. É sempre decorrência de algo: o sentido. Quer ver alguém rir? Deve-se contar uma piada.
  3. O princípio do prazer é um estraga prazeres.
  4. O desejo pelo prazer imediato vem do estreitamento da visão da vida.
  5. A depressão desapareceu em casos onde pessoas tinham algo valoroso para fazer.
  6. Agressão, depressão e a ideação suicida são resultado de falta de sentido de vida.
  7. Síndromes neuróticas de massa.
  8. O sentido da vida de cada um está no seu potencial também. Está em chão firme, na realidade. É tomada de consciência em cada ato e momento.
  9. Agir, em alguém e no amor, erguer-se acima de si mesmo.
  10. O sofrimento não é necessário para o sentido da vida.
  11. A total explicação da culpa faz de alguém uma máquina que pode ser consertada. De fato, em tudo que acontece há elementos que fogem as domínio humano.
  12. Tríade: culpar, sofrimento e morte.
  13. A falta de sentido foi ensinada pelo Niilismo.
  14. A LOGOTERAPIA é como um mercado: se oferece muito e cada um pega o que puder.
  15. “Desde Auschwitz nós sabemos do que o ser humano é capaz. E desde Hiroshima nós sabemos o que está em jogo” – Viktor Frankl.
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