Pastores precisam cuidar bem de seus corações, tanto o músculo que bombeia o sangue, quanto aquele usado como metáfora para as emoções e sentimentos.
É fácil perceber que a natureza do ministério pastoral envolve fatos e relacionamentos, mas também a interpretação de como estes se dão. Ou seja, não é apenas o que acontece, mas também como as coisas são percebidas, processadas e sentidas pelo pastor afetando-o.
Muito envolvimento e hipersensibilidade podem enfartar o coração do pastor. A falta de envolvimento e sensibilidade podem causar parada cardíaca. A saúde, neste caso, está no equilíbrio, num certo distanciamento emocional e na muita sabedoria, que alguns insistem em chamar de “inteligência emocional”, um nome novo para uma tese útil, mas piorada, dos ensinos dos antigos homens que sondaram a vida detidamente, principalmente quando a partir do olhares divinos.
Ao contrário do que pensam as ovelhas maldizentes, as informações difamatórias chegam aos ouvidos pastorais, como também são percebidas pelo pastor. As pequenas e grandes traições também flecham mortalmente os corações pastorais.
Pastores, ainda que muitos não creiam, amam as ovelhas e desenvolvem relações paternais, de amizade e de cuidado com formas e intensidades diversas. Por isto, choram com as que choram e festejam quando estas se alegram. Nem por isto, é correto afirmar que ovelhas que dão muito trabalho também não seja verdadeiramente amadas. Invariavelmente, o contrário é verdade.
Pastores são crentes, amam a igreja e desejam servir. Conhecendo seu rebanho, preparam alimento sólido e nutritivo, mesmo sabendo que muitas ovelhas preferem desejar o verde pasto alheio.
Pastores equilibram questões cruciais da vida e do ministério sob a pressão de nunca falhar: família, finanças pessoais, igreja, púlpito, saúde física, emocional e espiritual. E esta é a natureza da vida que receberam de
Cristo, o único que os pode sustentar sob tamanha pressão. Por isto, falham, e suas falhas têm dimensão muito diversa daquela das outras pessoas.
Pastores sabem viver sem nenhum reconhecimento ou gratidão, mas quando os tem, principalmente quando chegam de forma verdadeira e equilibrada, são renovados em sua alegria e responsabilidade.
Pastores se alegram com o desenvolvimento espiritual de suas ovelhas notado pelo amor a Cristo, pela evangelização, pela oração, pela Palavra de Deus, pela igreja e pelo servir com humildade.
Pastores tem dons, virtudes e habilidades diversas e, além disto, gostam e fazem bem outras coisas. Alguns são músicos, outros teólogos, outros bons churrasqueiros, outros bons contadores de histórias, outros mais missionários, outros grandes mestres, mas todos colocam tudo o que tem e fazem à disposição do Reino em suas igrejas.