INTRODUÇÃO
- Jesus e os pecadores são dois nomes que podem aparecer na mesma sentença? Claro, mas sob cuidados muito específicos.
- Estamos em mais uma passagem de Marcos e os elementos que temos observado até aqui permanecem: a multidão, os ensinos de Jesus, sua relação com seus discípulos, queixas de líderes religiosos e um final sempre surpreendente em cada situação.
- Jesus já havia afirmado que tem poder para perdoar pecados e provou curando um homem paralítico.
- Hoje estamos diante de um texto que propõe desafios de compreensão da obra de Cristo, da nosso papel como pregadores e testemunhas dele, e do poder que o Evangelho tem de curar um mundo doente por causa do pecado.
- A melhor descrição da condição humana ainda é o pecado. É de fato a única explicação que contempla a morte, as doenças físicas, mentais e espirituais, é a única que realmente explica a miséria humana, a ganância, os vícios, as guerras, os divórcios, e toda violência que o ser humano é capaz. O homem nasce mal e sem Cristo morre assim.
- Por isto não adianta causar grandes mudanças na vida, apegar-se a um partido político, filosofia de vida ou de meditação que o problema vai continuar lá. Nem mesmo o apego a uma religião, mas sem relacionamento com Cristo, pode te ajudar.
- Se a natureza humana é caída, não dentro de si mesma que encontrará sua cura e sua salvação. Ela vem de fora e do alto, de Cristo.
O TEXTO
- Jesus foi para o mar – há muitos que interpretam esta atitude de Jesus como uma forma de melhorar a sua comunicação: estava em campo aberto, num lugar de trabalho e onde pessoas podiam acompanhá-lo. Jesus não tinha os recursos que temos hoje, por isto, utilizava os recursos da própria natureza, como vento vindo do mar que conduzia sua voz.
- Tudo indica que aqueles encontros eram longos, que havia muita inteiração com a multidão e que sempre eram momentos especiais.
- Enquanto voltava, é o que parece indicar, viu Levi, Mateus sentado na coletoria e o chamou para o seguir. E Levi foi. Naquele mesmo dia Levi recebeu Jesus em sua casa para jantar assim como um grande número de pessoas:
- Discípulos – que sempre andavam com Jesus),
- Publicanos – como Levi. Seus amigos? Seus convidados? Por que se sentiram à vontade de aproximar-se de Jesus porque viram que recebera Levi com seus discípulo? Todas as alternativas anteriores? Eu diria que todas as alternativas anteriores.
- Muitos pecadores – Marcos generaliza porque estão inclusos ali pessoas que não faziam parte da religiosidade formal de Israel, adúlteros, mulheres, etc.
- Mas escribas e fariseus também estavam lá e não deixaram de se incomodar com a situação: por que ele come com pecadores? O que estava por trás da pergunta?
- Será que ele não sabe que são pecadores? Mas Jesus sabia.
- Será que ele é um pecador também? E Jesus não era.
- Será que está desobedecendo a lei de propósito? Não, estava, com aquela e outras atitudes, fazendo a vontade de Deus.
- Será que ele está tentando estabelecer algum movimento composto de pecadores e ameaçar a santidade de escribas e fariseus?
- Neste sentido, chama a atenção a presença destes num banquete que condenavam, mas já buscando ocasião para perseguir e julgar Jesus.
- Perguntou aos discípulos, mas o próprio Jesus respondeu. E sua resposta merece uma boa análise. Ele respondeu: Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.
- Num primeiro momento Jesus afirma que os são, ou justos, não precisam dele. Aquilo seria uma conclusão a respeito dos escribas e fariseus que poderiam ir para o Céu por suas obras sem a necessidade da intervenção e cuidado de Jesus? A resposta óbvia é que não. Não há a mínima possibilidade de que alguém chegue ao céu sem a salvação de Cristo. Sobram três possibilidades: era uma ironia de Jesus, era uma dura crítica, ou, finalmente, uma terrível constatação.
- Ironia: é difícil afirmar que Jesus fosse irônico, ou usasse da ironia, principalmente em momento como estes que eram tão intensos e de grande seriedade. O fato é que nós é que vibramos com respostas e enigmas propostos por ele. Por exemplo: quando ele perguntou se o batismo de João era dos homens ou do Céu (Marcos 11.30). Ou como no caso da mulher pega em adultério que o pressionaram a cumprir a lei e apedrejar a mulher, mas mostrou todos ali tinham feito algo digno de apedrejamento.
- Dura crítica: os líderes religiosos eram conhecidos por sua hipocrisia e por colocar difíceis fardos sobre o povo que não queriam carregar. Ou seja, não eram conhecidos por sua misericórdia e empatia com o próprio povo. Por isto, não trabalhavam para orientar e conduzir ao arrependimento, apenas julgavam, condenavam e isolavam as pessoas. Assim, o que Jesus estaria fazendo era dizer que esteava fazendo o trabalho que aqueles homens não estavam realizado, de guiar o povo ao arrependimento e ao compromisso com Deus.
- Terrível constatação: é que Jesus estaria afirmando que para aqueles que julgam que não precisam de médico, mesmo estando doentes, nada pode ser feito, enquanto aqueles que, por mais doentes que estejam, podem ser curados do pecado porque buscam o médico dos médicos. Aqueles homens, tão perto da verdade da lei, estavam longe da salvação porque não reconheciam que eram pecadores. Além disto, revelam que a verdade do Evangelho nunca chegaria àqueles corações se dependesse daqueles homens.
APLICAÇÕES
- Ensinos, curas, domínio da natureza, embates religiosos, mas sobretudo a morte e ressureição de Cristo, mostram que o propósito dele é salvar pecadores.
- Jesus não andava com pecadores porque gostava da sua condição caída, de seus vícios e maus hábitos, da sua distância de Deus, mas porque reconheciam sua miséria e podiam receber aquilo que Jesus mais desejava dar: perdão!
- Ao lado do pecado, o orgulho humano que rejeita a oferta de perdão de Cristo, constituem-se barreiras intransponíveis no coração humano. De fato, esta atitude é uma manifestação severa do pecado. Este orgulho é o sintoma do avanço da doença chamado pecado.
- Jesus é a prova cabal de que não é preciso agir como os outros para se fazer ouvir, mas que basta ser verdadeiro na forma como como vive e prega. É uma prova, também, de que aqueles que buscam a cura verdadeira, serão conduzidos a verdade.
CONCLUSÕES
- Temos que manter na memória que somos pecadores salvos por Cristo.
- Estamos cercados de pessoas que realmente precisam do Evangelho e lhe darão ouvidos se pregarmos.
- Infelizmente, alguns rejeitarão e temos que conviver com esta realidade.
- Não podemos impedir e fazer tropeçar qualquer um que se achegue ao Evangelho, mas dar-lhe oportunidade para ouvir e ser transformado.
1 comentário
Infelizmente anda hoje é certo que muitos Líderes religiosos continuam a mesma hipocrisia. Jesus cura todos os males mas o líder religioso faz questão de dirigir se ao médico. Falta fé? Conta se nós testemunhos que Jesus era símbolo inimigo da escravidão. E não uma ferramenta de controle social, Mas mostrar isso não dá lucro e nem poder.