AGRADANDO A CRISTO – ROMANOS 15.1-13

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 Mensagem pregada no culto noturno IBVB de 25 de outubro de 2020

INTRODUÇÃO

  1. Ser agradável significa agir de modo favorável em relação a alguém lhe presenteando, honrando, dando a entender que sente alegria e prazer com sua existência e presença.
  2. Ser agradável a Deus foi o desejo de Davi expresso no Salmo 19, quando disse que desejava que as palavras dos seus lábios e o meditar do coração fossem agradáveis a Deus.
  3. Em Mateus 3.17, Deus referiu-se a Jesus como um filho agradável no seu batismo.
  4. Em Lucas 9.35, na transfiguração, além de dizer que era um filho amado, ainda pede que todos lhe deem ouvidos.
  5. Não vamos nos ocupar com o que é desagradável, mas podemos dizer que é contrário: quem não encontra e não gera alegria, quem não tem motivos de louvor e satisfação, quem só se queixa, reclama, é amargo, azedo, sem graça e sem a Graça.
  6. Paulo está escrevendo isto ao Romanos pelo que aparece no capítulo 14. Ali discute as diferenças entre a fé e o comportamento dos irmãos e como aquilo estava gerando confusão na igreja: distinção por comida, entre dias e dias, e convida o mais forte a serem tolerantes com que age assim porque, segundo ele mesmo: O REINO DE DEUS NÃO É COMIDA E NEM BEBIDA, MAS JUSTIÇA, E PAZ, E ALEGRIA NO ESPÍRITO SANTO (14.17).

AGRADAR OS OUTROS AGRADA A CRISTO

  1. Paulo começa dizendo: NÓS QUE SOMOS FORTES! Sinceramente, em alguns momentos parece uma ironia de Paulo, mas aqui, muito provavelmente, é um convite aos que tem esta percepção e se vem capazes destes pequenos sacrifícios. É um sacrifício porque poderiam viver mais livres e resolvem não fazer pela consciência dos outros. Isto é muita maturidade. Isto hoje pode significar a paciência com que tem dificuldades para entender de verdade o Evangelho, com aqueles que no momento ainda confundem o Evangelho com preferências evangélicas, com alguns que ainda acham que todo programa de TV, rádio, canal de YouTube, realmente representam o Evangelho. Até com alguns que ainda se perturbam com o sábado como naquele tempo.
  2. Mas Paulo também diz: NAQUILO QUE FOR BOM PARA A EDIFICAÇÃO! Portanto, não é um silêncio e nem um desistência. Pelo contrário, é um trabalho de percepção e cuidado. Jesus mesmo deixou claro que o cuidado uns dos outros era sua vontade. Em Mateus 28 ele falou sobre ensinar e guardar tudo que foi ordenado até a consumação dos séculos. Portanto, Cristo se agrada disto. Isto, inclusive, é o que justifica a existência da igreja e a necessidade de permanecermos nela sempre. Sempre temos a aprender e, tendo aprendido, temos sempre alguém para ensinar. A igreja é uma escola na qual ninguém nunca se forma.
  3. O que é bom para a edificação? Ensinar e incentivar o conhecimento bíblico, ensinar e incentivar a servir melhor, ensinar e incentivar as pessoas a orar, ensinar e incentivar as pessoas a terem paciência com as outras, fazer sacrifícios pelo outro…

CRISTO É UM EXEMPLO AGRADÁVEL

  1. Paulo invoca o exemplo de Cristo e o registro das Escrituras para isto.
  2. O subtítulo da ARC chama de ABNEGAÇÃO – o que é?
  3. Curiosamente, pensando no exemplo de Jesus, e nos muitos que se seguiram, é comum que as pessoas pensem que ser cristão é sempre abrir mão de tudo pelos outros sem fundamento e sem propósito. Até em Atos 2, um texto que mostra a abnegação da Igreja Primitiva, é com notar que Lucas diz o seguinte: nada do que tinham era propriamente seu, mas repartiam a cada um conforme a necessidade.
  4. A abnegação de Jesus não o impediu de pregar aos samaritanos, aos publicanos, aos pecadores.
  5. Jesus era um homem que participou de festas e banquetes e isto lhe rendeu muitas críticas.
  6. Mas ao mesmo tempo não escapou de um só propósito dado por Deus e suportou uma vergonha terrível, que foi a Cruz.
  7. O exemplo de Jesus mostra que alegria e seriedade, abnegação e prazer, trabalho duro e descanso, palavras duras e doces, não são incompatíveis.

QUEM AGRADA A CRISTO ATAI OUTROS

  1. Paulo parece enxergar motivação e propósito em tudo. Biblicamente é assim mesmo. Nada está fora de um propósito maior.
  2. Neste caso, Paulo faz uma conexão impensável até o momento entre a circuncisão e a salvação dos gentios.
  3. A afirmação de Paulo pode ser traduzida da seguinte forma: Jesus foi um judeus perfeito que cumpriu todas as leis e tradições, e todas estas leis e tradições vividas perfeitamente por ele tinham um propósito certo: a salvação de judeus e de gentios. Jesus, ao cumprir toda a lei, isenta judeus que viviam simbolicamente o que viria a ser realidade, e não exige as mesmas coisas de gentios, porque agora são todas realidade. Os sacrifícios não são mais necessários, os dias santos não são mais necessários etc.
  4. Por isto ele diz no verso 7: PORTANTO, RECEBEIS UNS AOS OUTROS, COMO TAMBÉM CRISTO NOS RECEBEU PARA A GLÓRIA DE DEUS!
  5. E como Cristo nos recebeu? Exigindo de nós a fé que salva, exigindo de nós que sejamos perseverantes no caminho, exigindo de nós que transmitamos a mesma mensagem que recebemos e não nos metendo em assuntos de menor importância. Isto atrairá todos? Certamente que não! Mas este é o exemplo e o modelo de Cristo.
  6. Nas coisas essenciais, unidade, nas não-essenciais, liberdade; em todas as coisas, amor [ditado] comumente atribuído a Santo Agostinho, mas, na verdade, dito pela primeira vez pelo Luterano do 17o século, Rupertus Meldenius. Não é um convite à libertinagem. Falo a crentes!

CONCLUSÕES

  1. Sim, faz parte da vida do cristão ser agradável para com o outros em tudo aquilo que traga edificação. É cada vez mais importante percebermos como nossas microrrelações são importantes para toda a igreja. E que todos esforcem-se para isto. Uma pessoa não crente quando visita nossa igreja, ou que agora participa de nossos cultos online, todos devemos dar relevância e importância e não apenas alguns. Um irmão novo na fé é responsabilidade de toda igreja. O problema de um é de todos, mesmo quando não estamos diretamente ligados ao problema, podemos orar. Isto agrada uns aos outros e agrada a Jesus.
  2. Ter discernimento para trabalharmos por aquilo que é mais importante também agrada a Deus. Como é fácil nos dispersarmos em coisas sem importância na vida e na igreja. Olhar para Cristo e sua vontade é o mais importante.
  3. Alguns classificam a igreja como hospital, outros querem que seja uma grande agência social. Mas o que é mais próximo da bíblia é de uma grande agência missionária onde todos devem estar empenhados na salvação e edificação dos homens. Isto parece muito agradável a Jesus!
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