UM PEDIDO DE FINAL DE ANO – PROFUNDIDADE!
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, quanto da ciência de Deus! Quão insondáveis são os teus juízos, e quão inescrutáveis são os Teus caminhos! – Romanos 11.33
Neste mês, como sempre, vamos ter algumas coisas comuns para fazer: eleger a diretoria, comemorar o Natal e também o Ano Novo. Olhamos mais uma vez para trás vendo como foi o ano e nos alegrando com as vitórias e nos lamentando de perdas e derrotas. A vida segue o seu rumo.
Tenho, no entanto, que o calendário de Deus funcione de modo diferente. Os ciclos da vida são observados e trabalhados por Ele de modo diferente. Para Deus, creio, não importa apenas um final de um ciclo para início de outro. Ele cuida de nós nos elevando a cada dia um estágio diferente.
Talvez a maior tristeza para um cristão não seja chegar ao final do ano desempregado, chegar ao final do ano sem dinheiro, chegar ao final do ano sem namorado ou namorada. A maior tristeza, talvez, seja não ter crescido espiritualmente. Ta aí uma coisa que a gente sempre diz querer – crescimento espiritual.
É muito comum em nossos cultos de oração ver irmão fazendo este pedido, ou mesmo durante a oração o fazendo – Senhor dá-me crescimento espiritual!
Não sei como você entende isto, mas quero aqui falar um pouco disto.
Crescer espiritualmente é, obviamente, crescer no Espírito. Logo é um crescimento diferente do financeiro, diferente do material, diferente do profissional. É curioso até mesmo usar a palavra crescer, que nos dá a ideia de agigantamento, quando na verdade o crescimento espiritual se dá é na profundidade.
Aquele que cresce espiritualmente parece se aprofundar em si mesmo, na compreensão de si. Veja Paulo em Romanos 7 falando do debate que travava consigo mesmo. Aquele que cresce espiritualmente parece se aprofundar em Deus e em sua Palavra. Perceba que os grandes expositores da Bíblia são exatamente aqueles que conseguem nos mostrar o que a Palavra diz, indo literalmente na profundidade dela para nos mostrar a verdade. Veja que quando falamos de amor, de sentir o outro, de ter misericórdia falamos exatamente de sentir o que sente o coração do outro, ou seja, transpor a barreira e ir à profundidade.
Parece-me que quer ir longe no caminho de Deus não compra um telescópio, mas uma lupa.
Vivemos o tempo da superficialidade, vivemos o tempo da aparência. O Natal deste ano mais uma vez ocultará as grandes verdade sobre este dia atrás de um vasto comércio. A virada do ano esconderá a inquietação do coração dos homens.
Até mesmo no meio evangélico parece que a falta de profundidade serva de escudo para o medo de realmente conhecermos a Deus e conhecermos o outro.
O recado de Deus anda oculto na profundidade, à solução de tua vida anda oculta na profundidade, o avivamento da igreja anda preso na profundidade, a salvação do pecador a nossa volta anda impedida na profundidade. É da profundidade que vamos encontrar o que nosso espírito anseia, ainda que nossa mente (superficial!), não contemple.
Este ano no Natal é isto que quero – Profundidade! O plano que tenho para o Ano que se inicia está bem claro – Profundidade!
Queiramos perceber o que outros não percebem. Ouvir o que poucos têm ouvido. Sentir o que outros não sentem. Vamos desmarcara toda e qualquer superficialidade.
PASTOR JOSE MARTINS JÚNIOR
DEZEMBRO DE 2005