“Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui alcançado por Cristo Jesus.” – Filipenses 3.12.
É mais ou menos assim que encaro a questão do quanto posso ser santo e fazer a vontade de Deus. Muitas vezes somos pegos de surpresa pensando no quanto é possível ser agradável a Deus e o mínimo de esforço necessário para que isto ocorra. Muitas vezes nos deparamos com nossa total incapacidade de fazer um mínimo de coisas acertadas. E ai? Quando estamos certos a respeito de nós e quando estamos errados?
Obviamente esta preocupação não é comum a todos porque, em uma sociedade humanizada e pragmática que avalia muito mais os resultados visíveis do que a qualidade interior, o que sou é menos importante do que o que tenho ou do que eu pareço ser. Mas não somos assim!
A perfeição total é impossibilitada pela nossa própria condição: habitamos uma casa mortal e sujeita ao pecado. Temos em nós, no entanto, as primícias da nova vida e o Espírito renovador. Duas forças contrárias lutando incessantemente para nos fazer cativos: somos escravos sempre…
Pequenas medidas para ir de um lado para o outro podem não surtir efeito alguns e sermos levados a força por uma ou outra tendência. Deus nos fez mutáveis, nos fez moldáveis e nos fez capazes de absorver o que está ao nosso redor. Não somos exatamente como esponjas que tudo absorvem porque podemos selecionar, recusar, esperar, mas, podemos ser influenciados. Onde quero chegar?
Quero chegar a algumas máximas (talvez mínimas) que não podemos ignorar nesta luta do quão longe posso ir a minha “perfeição”. Seguem algumas observações:
- Buscamos algo aparentemente impossível;
- Nossa derrota não está em não conseguir, mas em não tentar ou abandonar a empreitada no meio do caminho;
- Realmente convivo com duas naturezas que guerreiam ferozmente entre si;
- Nos é difícil não atender aos apelos do mundo em que vivemos porque nos dá a sensação de fracasso e de estar contrariando nossa natureza;
- Achar que consegui algo pode ser indício de derrota e não de vitória;
- Certo sentimento de tristeza nos acomete diante das impossibilidades;
- Certo sentimento de alegria nos acomete diante da aceitação de Deus;
- Deus não avalia apenas resultados, mas também a fé e as intenções;
- Ser plenamente bem sucedido é muito mais uma pressão mundana do que uma condição celestial;
- Não somos responsáveis por resultados, mas em semear e regar sempre;
- O aplauso do mundo e da igreja pode não representar a aceitação do céu porque o critério de Deus é diferente;
- Ser determinado e perseverante é mais importante do que ser apenas incansável e apenas inabalável;
- Muitas coisas nos estão vedadas ainda e nem sequer podemos buscá-las porque sequer cogitamos sua existência;
- Temos um limite estabelecido por nós e por Deus na forma de sermos, e que só não é respeitada por nós;
- Deus na sua sabedoria fez-nos todos diferentes e isto não diz respeito apenas a cor da pele, nacionalidade, etc., mas também no âmago do espírito;
- Deus nos fez para vivermos um momento a cada vez e um dia após o outro;
- Mais fácil dar um passo de verdade hoje do que planejar dez para o amanhã que nem sequer chegou.
Não sei de fato o quanto imperfeito pode ser perfeito e de quanta imperfeição pode ser tolerada pelo perfeito. Sei que somos bastante de cada um deles até que aquilo que somos de fato se manifeste: perfeitos ou imperfeitos.
Assim continuamos nesta luta nem tão fácil e nem tão difícil.
PASTOR JOSÉ MARTINS JÚNIOR
SETEMBRO DE 2007