Reconheço a ambiguidade e o paradoxo do uso dos três macacos sábios japoneses como ilustração deste texto abaixo que fala de pessoas igualmente mudas, cegas e surdas mas por causa da idolatria. Os Zarus (macacos e ao mesmo tempo um termo japonês para a negação) são sábios por evitar o mal o negando, um pressuposto comum de religiões orientais. Mas o mal não está apenas fora de nós e não pode ser vencido simplesmente pela negação. O mal está em nós e o vencemos falando com Deus, vendo a Deus e ouvindo a Deus. Desta forma, ilustram aquilo que propomos.
Mensagem de 13.08.2017
INTRODUÇÃO
1. Deveríamos ver Isaías 13-23 quando há juízos sobre outras nações.
2. Enfatizamos que Isaías questiona o fato de que o povo não conhece a Deus, enfatiza que o povo é incapaz de enxergar a própria miséria, a destruição de Israel está próxima.
3. O capítulo 6 traz duas situações importantes: o chamado de Isaias e a sua missão. Mas é na missão de Isaias que está um grande desafio de interpretação é que muito tem a nos ensinar.
Primeira parte
1. Uma visão no templo de Deus.
2. Anjos clamam Santo, santo, santo! Sua glória está em toda a terra. Não só no templo, porque toda terra pertence a Deus.
3. Isaías teme pela própria vida porque é um pecador.
4. As brasas o purificam do seu pecado.
Segunda parte
1. Há uma conversa celestial na qual Isaías se intromete se oferecendo para ir.
2. Sua tarefa está nos versos 9-10 que vemos com detalhes.
3. Isaías se inquieta quanto ao tempo. A resposta é: até que todos estejam destruídos. Nossa pergunta é: por que Deus quer endurecer e cegar seu povo? A resposta é simples, mas outros textos nos ajudam. São eles:
A. Salmos 106 – foram levados cativos porque negaram a Deus.
B. Oséias 4.7-10 – assim como eram os sacerdotes assim seria o povo.
C. Salmos 115.4-8: “Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. Semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam”.
E. Mateus 13.13-16: Jesus cita Isaías e acrescenta que a incompreensão. Vem da má vontade de ouvir.
A resposta para a compreensão de Isaías 6 é simples:
O povo, por causa da idolatria, seriam tão surdos, cegos, mudos e endurecidos quanto os ídolos que adoravam e construíram. Além disto, tornaram-se desinteressados na palavra e na vontade de Deus, ouvindo com preguiça e má vontade.
Ou seja, a gente se torna igual àquilo que adora ou prioriza e a má vontade de ouvir a Deus nos afasta dele.
Refletindo na prática
1. Primeiramente, antes de um encontro com Deus, ser perdoado e purificado e dar provas dos frutos da conversão, ninguém está pronto para servir a Deus. Talvez um super preparo anterior não seja tão necessário quanto uma conversão verdadeira. A igreja atual carece profundamente de pessoas convertidas, transformadas, perdoadas, reconciliadas com Deus. Sob a pena de reduzirmos o número de obreiros a nada, a igreja deve considerar isto importante. De fato, quando adiamos o ingresso de alguns lhes estamos fazendo um favor porque as pressões são muitas. O Diabo não relaxa. Nossos pecados são mais cobrados.
2. Os riscos de imitar e se amoldar aos padrões que estão à nossa volta são grandes, mas diferente de Israel, saímos da condição mundana em nossa conversão e nos mantemos em luta. Por isto, a igreja e os crentes não podem se incomodar com as reclamações e perseguições do mundo. A parábola do semeador em Mateus 13 diz que a semente é plantada em vários terrenos, em uma as aves levam a semente, noutra a pouca raiz a torna fraca, a outra é sufocada por espinhos. Uma delas é a luta contra o Diabo, outra a luta contra perseguições e outra o sufoco dos valores mundanos e do cuidado da vida. Agora a nota importante: a que dá muito fruto venceu o Diabo, as perseguições e os cuidados da vida.
3. Jesus disse em João 15.17 “não que os tires do mundo, mas que os livre do mal”. Os monges entenderam errado a fuga do pecado. Alguns mosteiros viraram centros de prostituição, mas mesmo os que se preservaram, estavam longe da vontade de Deus. No início do século XX um teórico importante, Max Weber falou de algo que chamou de “ascetismo intramundano”, ou seja, um isolamento dentro do olho do furacão. É muito comum ver crentes que querem sair do trabalho, de uma escola, fugir da família porque tem incompatibilidades, mas o recado de Jesus é o contrário. Fique e testemunhe, fique e faça a minha vontade.
4. Em João 8.47 disse que “aquele que é de Deus ouve as palavras de Deus”. Ouve porque é capaz, ouve porque fazem sentido, ouve porque lhe interessam, ouve porque lhes dão prazer. Quando falo em ouvir, primeiramente o bom ouvinte sabe identificar as voz de Deus de outras. Este ouvir vai além da atenção ao sermão no culto, mas durante todo o tempo o Espírito que habita em nós nos fala e guia. Cabe também para os encontros de EBD, pequenos grupos. Gente atenta, interessada!
5. Finalmente, nos tornamos parecidos com aquilo que adoramos. Se temos ídolos, somos cegos, surdos, mudos, endurecidos como eles. Se adoramos o Deus vivo seremos vivos saudáveis espiritualmente como ele é.