FOFOCA: UMA PROPOSTA

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Efésios 4.3, Tiago 3.6, Tiago 4.11, 1 Pedro 2.1, 1 Pedro 4.15

Enquanto o mundo inteiro parece se debater com questões que ainda nos afligem muito pouco e que talvez nem nos atinjam, temos dentro de nossas igrejas atitudes que são destruidoras do bem-estar e da comunhão. Uma delas é a famigerada fofoca. Fofoca é maledicência, frivolidade, maldade, mentira. Mesmo quando se fala de verdades a respeito dos outros, mas carregando com aquela pitada de maldade e destruição, se metendo em negócios alheios.

Que se entenda bem o que digo a seguir. Sob certos aspectos, a comunicação dos problemas alheios é o que torna viável o ministério pastoral e a própria vida da igreja, simplesmente porque, ao contrário de Deus, não somos dotados de Onisciência (a capacidade que Ele tem de saber tudo). Muita gente não procura ajuda quando passa por necessidades ou problemas, acabam contando com a ajuda e o apoio de quem os rodeia e das pessoas convocadas por estes para este fim. Ou seja, parece que temos um dilema: falar ou não falar dos outros?

Primeiramente, precisamos diferenciar o que é fofoca de outras coisas que, sem dúvida alguma são boas e, porque não, desejáveis e saudáveis. A fofoca sempre vem acompanhada de covardia. Covardia no sentido de que as pessoas que são alvo de ataques sequer estão presentes para se defender, para se explicar. É covarde quem fofoca e quem recebe ou acata a fofoca. O fofoqueiro é covarde porque nunca está disposto a se mexer para ajudar quem precise. A fofoca não se propõe a uma verdadeira solução ou apoio àquele que é objeto dela. Mesmo temperada com o famoso: ¨Vamos orar!¨ Suspeitamos que isto nunca aconteça. É o falar por falar! Quem fofoca também assume, muitas vezes, uma postura de sarcasmo, ou seja, alegra-se com o infortúnio alheio. Parece que há uma torcida pela derrocada alheia. Neste sentido vemos inveja, ciúmes, despeito, desrespeito, arrogância e toda a sorte de sentimentos de desprezo que alguém possa ter em relação ao outro. Mas, como diferenciar uma coisa da outra? Ou seja, quando posso identificar alguém como fofoqueiro?

Bom, me parece que apenas tirando um negativo do que disse anteriormente, já podemos encontrar uma solução. Primeiramente precisamos ser corajosos. Corajosos para assumir o que dissemos e o que vamos dizer, corajosos para nos prontificarmos na ajuda e no apoio verdadeiro a quem necessita. Seja nas necessidades seja na luta contra o pecado. Coragem para assumir e encarar frente a frente quem queremos proteger, defender, ajudar e acolher. Temos ainda que abrir mão de tempo, recursos, orar de verdade, conversar com aquele que necessita, ser paciente para que a pessoa se volte do seu mal. Além disto, é preciso ter cuidado com o que se fala e da forma como se fala, por freio na língua, não exagerar em palavras e imaginações, focar naquilo que é essencial e não ir além daquilo que se sabe de verdade. Podemos ainda mais, ou seja, sermos tomados pelo desejo de ver o outro de pé, limpo, forte e recuperado. Parece bastante tudo isto? Acho que sim. Mas no dia a dia, como agir?

De fato, já sabemos quem são aqueles que se valem deste expediente, ou seja, quem são os fofoqueiros, destruidores da vida e da moral alheia. Temos o Espirito Santo como nosso auxiliador na identificação e discernimento destas situações, que sem dúvida são de natureza espiritual. As experiências da vida com seus erros e acertos, com os anos de trabalho, nos tornamos mais capazes de identificar por quais caminhos estamos andando, ou seja, se estamos envolvidos ou mesmo alimentando fofocas. De qualquer modo, algumas atitudes, aparentemente simples, podem nos ajudar de um modo mais simples a cada momento. Sempre que falar de alguém se pergunte: até que ponto isto é realmente um problema? Ou seja, será que não estão exagerando: ¨achando pelo em ovo¨, ¨dente em boca de galinha¨, ¨chifre em cabeça e cavalo¨? O que eu falaria, faria e como agiria se a pessoa estivesse frente a frente comigo? Estou falando de algo ou alguém com que eu me disporia para ajudar? Estou falando de alguém com quem estou comprometido de alguma forma: irmão, amigo, ovelha? E quando somos procurados por alguém ou em nossas conversas cotidianas e ouvimos falar de alguém? O que fazer?

É preciso coragem também. Diga ao outro: você já procurou a pessoa para falar a respeito disto? O que você já fez para resolver isto? Diga: eu vou procurar a pessoa e dizer que fiquei sabendo por seu intermédio. Convide a pessoa a participar da solução do problema. Qualquer negativa neste sentido te dará a dica de quem é o seu interlocutor naquele momento, ou seja, um fofoqueiro.

Tenho por certo de que algumas práticas ruins, como a fofoca por exemplo, jamais cessarão no nosso meio, por isto também, nossa insistência em combatê-las, e de sermos corajosos e criativos diante destas práticas e maus costumes, deve ser crescente, pujante, corajosa e perseverante.

Os prejuízos que tal prática traz são imensuráveis: igrejas que se desestabilizam, igrejas que se dividem, pessoas que são execradas, injustiças que são praticadas, sonhos que se dissipam, amizades que acabam, casamentos que terminam em divórcios, ministérios que também acabam, ou seja, não podemos ser inertes, lentos e ignorar os efeitos do mau uso da língua e das palavras.

Pastor Junior Martins

Setembro de 2013

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