ESTUDO SOBRE REVELAÇÃO PROGRESSIVA

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ESTUDO SOBRE REVELAÇÃO PROGRESSIVA

Romanos 1

18 Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.

19 Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

20 Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

21 Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.

22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.

23 E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

24 Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;

25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.

Salmos 19

1 Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.

2 Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite.

3 Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz.

4 A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,

5 O qual é como um noivo que sai do seu tálamo, e se alegra como um herói, a correr o seu caminho.

6 A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra extremidade, e nada se esconde ao seu calor.

7 A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices.

8 Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos.

9 O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.

10 Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos.

11 Também por eles é admoestado o teu servo; e em os guardar há grande recompensa.

12 Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.

13 Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim. Então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão.

14 Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha….

Deus se comunica com o homem e a estas comunicações damos nomes:

  1. Revelação
  2. Iluminação
  3. Inspiração

A revelação pode ser geral ou especial.

Revelação progressiva diz respeito a questão paulatina da revelação de Deus por causa da ignorância do homem e da necessidade de desenvolver pouco seu plano. Uma boa compreensão dele pode ajudar a entender textos difíceis e até a salvação.

  1. A) Pergunta: “O que é uma revelação progressiva no que se refere à salvação?”

Resposta: O termo “revelação progressiva” refere-se à ideia e ensino de que Deus revelou vários aspectos da Sua vontade e plano geral para a humanidade em diferentes períodos de tempo – conhecidos como “dispensações” por alguns teólogos. Para os dispensacionalistas, uma dispensação é uma economia distinguível (ou seja, uma condição ordenada das coisas) na realização do propósito de Deus. Embora os dispensacionalistas debatam o número de dispensações que ocorreram ao longo da história, todos acreditam que Deus revelou apenas certos aspectos de Si mesmo e Seu plano de salvação em cada dispensação, com cada uma se desenvolvendo sobre a anterior.

Embora os dispensacionalistas acreditem na revelação progressiva, é importante ressaltar que não é necessário ser um dispensacionalista para adotar a revelação progressiva. Quase todos os estudantes da Bíblia reconhecem o fato de que certas verdades contidas nas Escrituras não foram totalmente reveladas por Deus para as gerações anteriores. Qualquer pessoa hoje que não sacrifique um animal quando pretende aproximar-se de Deus ou que adore a Deus no primeiro dia da semana ao invés de no último entende que tais distinções na prática e conhecimento têm sido progressivamente reveladas e aplicadas ao longo da história.

Além disso, há questões mais importantes sobre o conceito da revelação progressiva. Um exemplo é o nascimento e a composição da Igreja, de que Paulo fala: “Por esta razão eu, Paulo, o prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vós gentios… Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como pela revelação me foi manifestado o mistério, conforme acima em poucas palavras vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou agora no Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, a saber, que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Efésios 3:1-6).

Paulo afirma quase a mesma coisa em Romanos: “Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos, mas agora manifesto e, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus, eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé” (Romanos 16:25-26).

Em discussões sobre a revelação progressiva, uma das primeiras perguntas que as pessoas têm é como se aplica à salvação. Foram aqueles que viveram antes do primeiro advento de Cristo salvos de uma maneira diferente do que as pessoas são salvas hoje? Na era do Novo Testamento, as pessoas devem colocar a sua fé na obra consumada de Jesus Cristo, crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos, e serão salvos (Romanos 10:9-10, Atos 16:31). No entanto, Allen Ross, um especialista do Antigo Testamento, observa: “É muito improvável que todos os que acreditavam para obter a salvação [no Antigo Testamento] conscientemente acreditavam na morte de Jesus Cristo, o Filho de Deus.” John Feinberg acrescenta: “As pessoas da era do Antigo Testamento não sabiam que Jesus era o Messias, que Jesus iria morrer, e que a sua morte seria a base da salvação.” Se Ross e Feinberg estão corretos, então o que exatamente Deus revelou aos que viveram antes de Cristo, e como eram os santos do Antigo Testamento salvos? O que, se alguma coisa, mudou na salvação do Antigo Testamento para a salvação do Novo Testamento?

  1. B) A revelação progressiva é importante para explicar certos momentos em que a Bíblia parece indicar certa aceitação a fenômenos como a morte de pessoas, e explicar a tolerância de Deus para erros e pecados.

B.1) ignorância – Quando ele pregava aos adoradores de ídolos de Atenas, Paulo disse: “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam” (Atos 17:30). Este versículo é muitas vezes usado para sugerir que Deus não condenará aqueles que nunca ouviram o evangelho, e para desculpar as falhas dos cristãos em ensinar seus vizinhos ou levar o evangelho às áreas mais remotas.

Levítico – 4:2

Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando uma alma pecar, por ignorância, contra alguns dos mandamentos do SENHOR, acerca do que não se deve fazer, e proceder contra algum deles; Levítico – 4:13 Mas, se toda a congregação de Israel pecar por ignorância, e o erro for oculto aos olhos do povo, e se fizerem contra alguns dos mandamentos do SENHOR, aquilo que não se deve fazer, e forem culpados, Levítico – 4:22 Quando um príncipe pecar, e por ignorância proceder contra algum dos mandamentos do SENHOR seu Deus, naquilo que não se deve fazer, e assim for culpado; Levítico – 4:27 E, se qualquer pessoa do povo da terra pecar por ignorância, fazendo contra algum dos mandamentos do SENHOR, aquilo que não se deve fazer, e assim for culpada; Levítico – 5:15 Quando alguma pessoa cometer uma transgressão, e pecar por ignorância nas coisas sagradas do SENHOR, então trará ao SENHOR pela expiação, um carneiro sem defeito do rebanho, conforme à tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para Levítico – 5:18 Trará, poios ao sacerdote por expiação, segundo estimado, um carneiro sem mancha dos rebanhos, e o sacerdote fará expiação pelo seu pecado que cometeu por ignorância, e será perdoado. .

Números – 15:24

Será que, quando se fizer alguma coisa por ignorância, e for encoberto aos olhos da congregação, toda a congregação oferecerá um novilho para holocausto em cheiro suave ao SENHOR, com a sua oferta de alimentos e libação conforme ao estatuto, e um bode pa Números – 15:25 E o sacerdote fará expiação por toda a congregação dos filhos de Israel, e lhes será perdoado, porquanto foi por ignorância; e trouxeram a sua oferta, oferta queimada ao SENHOR, e a sua expiação do pecado perante o SENHOR, por causa da sua ignorância.

Números – 15:26

Será, pois, perdoado a toda a congregação dos filhos de Israel, e mais ao estrangeiro que peregrina no meio deles, porquanto por ignorância sobreveio a todo o povo.

Números – 15:27

E, se alguma alma pecar por ignorância, para expiação do pecado oferecerá uma cabra de um ano.

Números – 15:28

E o sacerdote fará expiação pela pessoa que pecou, quando pecar por ignorância, perante o SENHOR, fazendo expiação por ela, e lhe será perdoado.

Números – 15:29

Para o natural dos filhos de Israel, e para o estrangeiro que no meio deles peregrina, uma mesma lei vos será, para aquele que pecar por ignorância.

Provérbios – 9:13

A insensatez é pura exibição, sedução e ignorância.

Eclesiastes – 5:6

No sueltes tu boca para hacer pecar á tu carne; ni digas delante del ángel, que fué ignorancia. ¿Por qué harás que Dios se aire á causa de tu voz, y que destruya la obra de tus manos?

Ezequiel – 45:20

Você fará o mesmo no dia sete do mês em favor de qualquer pessoa que pecar sem intenção ou por ignorância; assim vocês deverão fazer propiciação em favor do templo.

Atos – 3:17

E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes.

Atos – 17:30

Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; I Corintios – 12:1 A respeito dos dons espirituais, irmãos, não quero que vivais na ignorância.

I Corintios – 15:34

Despertai, como convém, e não pequeis! Porque alguns vivem na total ignorância de Deus – para vergonha vossa o digo.

Efésios – 4:18

Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; I Timóteo – 1:13 Habiendo sido antes blasfemo y perseguidor é injuriador: mas fuí recibido á misericordia, porque lo hice con ignorancia en incredulidad.

Hebreus – 5:2

Sabe compadecer-se dos que estão na ignorância e no erro, porque também ele está cercado de fraqueza.

Hebreus – 9:7

No entanto, somente o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, apenas uma vez por ano, e nunca sem apresentar o sangue do sacrifício, que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados que o povo havia cometido por ignorância.

I Pedro – 1:14

Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; I Pedro – 2:15 Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos;

B.2) mandar matar

O ponto de partida é a certeza de que Deus nunca mandou matar. A violência é completamente estranha a Deus, que é suma bondade. Deus é amor, diz 1João 4,8.

Por outro lado é inegável a presença de textos bíblicos onde fica evidente que mortes são ditas deliberadas por Deus. Por exemplo, um dos grandes pecados de Saul, segundo o autor bíblico, foi o de não ter cumprido a ordem de matar todos os inimigos, poupando o rei amalecita Agag (veja 1Samuel 15). E como esse fato, há inúmeros episódios violentos, protagonizados por personagens considerados sob uma luz positiva dentro da perspectiva bíblica. Essa violência, portanto, é ou não vontade de Deus? Como entender a contradição entre esses atos contrários à nossa moral e a doutrina de Cristo, que nos ensina a amar os nossos inimigos?

O ensinamento de Cristo é o ponto de chegada na linha da revelação divina. Os autores do Antigo Testamento não dispunham de tal iluminação e, por isso, não podiam entender perfeitamente qual era a vontade de Deus. Nesse sentido, dizemos que a revelação de Deus é progressiva: o povo da Bíblia, no decorrer da sua história, aprende o que Deus quer deles. E isso é plenamente visível somente em Cristo. Portanto as histórias do Antigo Testamento servem como percurso para a verdade, que será plenamente manisfestada somente em Cristo. Isso não significa que devemos excluir o Antigo Testamento, todos os textos que contradizem a nossa moral. Eles, como serviram para o povo de Deus entender quem é Deus, são úteis também para nós, para que consigamos acolher plenamente o Reino de Deus trazido por Jesus.

A Bíblia é Palavra de Deus, mas não é ditada por um anjo. É Palavra que passa através da mediação humana, de um autor ou de uma comunidade. Eles colocaram a própria experiência a serviço da revelação. Deus, portanto, serviu-se do ambiente humano para revelar-se. Foi necessário um percurso, um caminho que, aos poucos, iluminou a consciência das pessoas de fé, até chegar na plenitude dos tempos, em Jesus Cristo.

Quando lemos a Bíblia, é fundamental ter consciência desse percurso. Se não seguirmos essa lógica, a nossa leitura bíblica corre um grande risco de estar sendo feito de forma errada.

Revelação Progressiva – Dois Caminhos ou Um Caminho de Salvação?

Alguns afirmam que aqueles que defendem a revelação progressiva acreditam em dois métodos diferentes de salvação – um que estava em vigor antes da primeira vinda de Cristo, e outro que surgiu depois da sua morte e ressurreição. Tal afirmação é refutada por LS Chafer, que escreve: “Há duas maneiras pelas quais um pode ser salvo? Em resposta a esta pergunta pode-se afirmar que a salvação de qualquer criatura é sempre a obra de Deus em favor do homem e nunca uma obra do homem em nome de Deus. . . . Há, portanto, apenas uma maneira de ser salvo e isso é pelo poder de Deus tornado possível pelo sacrifício de Cristo. ”

Se isso for verdade, então como podem as revelações no Antigo e Novo Testamento a respeito da salvação se reconciliar? Charles Ryrie resume a questão de forma sucinta desta forma: “A base da salvação em qualquer época é a morte de Cristo; o requisito para a salvação em qualquer época é a fé; o objeto da fé em qualquer época é Deus; o conteúdo da fé muda nas diferentes épocas.” Em outras palavras, não importa quando uma pessoa tenha vivido, a sua salvação, em última análise, depende da obra de Cristo e de uma fé colocada em Deus, mas a quantidade de conhecimento que uma pessoa tinha sobre os detalhes do plano de Deus tem aumentado durante os séculos através da revelação progressiva de Deus.

Quanto aos santos do Antigo Testamento, Norman Geisler oferece o seguinte: “Em suma, parece que os requisitos para a salvação no Antigo Testamento no máximo (em termos de crença explícita) foram (1) a fé na unidade de Deus, (2) o reconhecimento da pecaminosidade humana, (3) aceitação da graça necessária de Deus e, possivelmente, (4) o entendimento de que o Messias estava por vir.”

Há evidência nas Escrituras para apoiar a reivindicação de Geisler? Considere esta passagem no Evangelho de Lucas, a qual contém os primeiros três requisitos:

“Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano. O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho. Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, o pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Lucas 18:10-14).

Este evento ocorreu antes da morte e ressurreição de Cristo, por isso envolve claramente uma pessoa que não tem conhecimento da mensagem do evangelho como articulada hoje no Novo Testamento. Na declaração simples do coletor de impostos (“Deus, sê propício a mim, o pecador!”), encontramos (1) uma fé em Deus, (2) um reconhecimento do pecado, e (3) uma aceitação da misericórdia. Então Jesus faz uma declaração muito interessante: Ele diz que o homem foi para casa “justificado.” Este é o termo exato usado por Paulo para descrever a posição de um santo do Novo Testamento que acreditou na mensagem do evangelho e colocou a sua confiança em Cristo: “Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1).

O quarto na lista de Geisler está em falta na narrativa de Lucas – a compreensão de um Messias que estava por vir. No entanto, outras passagens do Novo Testamento indicam que este pode ter sido um ensino comum. Por exemplo, no relato de João sobre Jesus e a mulher samaritana no poço, a mulher diz: “Eu sei que vem o Messias {que se chama o Cristo}; quando ele vier há de nos anunciar todas as coisas” (João 4:25). No entanto, como o próprio Geisler reconheceu, a fé no Messias não foi era algo que “tinham que ter” para a salvação no Antigo Testamento.

Revelação Progressiva – Mais Evidência das Escrituras

Uma rápida pesquisa das Escrituras revela os seguintes versículos tanto no Antigo quanto no Novo Testamento que suportam o fato de que a fé em Deus sempre foi o caminho da salvação:

  • “E creu Abrão no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça” (Gênesis 15:6).
  • “E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Joel 2:32).
  • “porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados” (Hebreus 10:4).
  • “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem. Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho” (Hebreus 11:1-2).
  • “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6).

As Escrituras dizem claramente que a fé é a chave para a salvação para todos os povos ao longo da história, mas como poderia Deus salvar as pessoas sem conhecimento do sacrifício de Cristo a seu favor? A resposta é que Deus as salvou com base em sua resposta ao conhecimento que tinham. Sua fé aguardava algo que não podiam ver, enquanto que hoje, os crentes olham para trás em eventos que podem ver. O gráfico a seguir ilustra esse entendimento:

A Bíblia ensina que Deus tem sempre dado às pessoas revelação suficiente para exercer fé. Agora que a obra de Cristo tem sido concretizada, a exigência mudou; os “tempos da ignorância” acabaram:

  • “o qual nos tempos passados permitiu que todas as nações andassem nos seus próprios caminhos. Contudo não deixou de dar testemunho de si mesmo” (Atos 14:16)
  • “Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam” (Atos 17:30)
  • “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos” (Romanos 3:25).

Antes da vinda de Cristo, Deus estava prenunciando a morte de Jesus através do sistema de sacrifício e condicionando o Seu povo a compreender que o pecado leva à morte. A Lei foi dada para ser um tutor e levar as pessoas ao entendimento de que eram pecadoras necessitadas da graça de Deus (Gálatas 3:24). Mas a lei não revogou a anterior aliança com Abraão, a qual era baseada na fé; é a aliança de Abraão que é o padrão para a salvação hoje (Romanos 4). Mas, como Ryrie afirmou acima, o conteúdo detalhado da nossa fé – o tanto de revelação dada – tem aumentado ao longo dos tempos ao ponto que as pessoas hoje têm uma compreensão mais direta do que Deus requer deles.

Revelação Progressiva – Conclusões

Referindo-se à revelação progressiva de Deus, João Calvino escreve: “O Senhor susteve esta economia e esta ordem na administração do pacto de sua misericórdia, de sorte que, quanto mais com o correr do tempo se aproximava o dia da plena revelação, com tanto maior clareza o quis anunciar. Assim, no início, quando a primeira promessa de salvação foi dada a Adão (Gênesis 3:15), ela brilhou como uma faísca fraca. Então, ao ser a ela adicionada, a luz cresceu em plenitude, rompendo cada vez mais e derramando o seu brilho mais amplamente. Finalmente – quando todas as nuvens se dispersaram – Cristo, o Sol da Justiça, plenamente iluminou toda a Terra” (Institutas, 2.10.20).

A revelação progressiva não significa que o povo de Deus no Antigo Testamento não tinha qualquer revelação ou compreensão. Aqueles que viveram antes de Cristo, diz Calvino, não estavam “sem a pregação que contém a esperança de salvação e de vida eterna, mas. . . eles só tinham um vislumbre de longe e em um esboço sombrio aquilo que vemos hoje em plena luz do dia” (Institutas, 2.7.16; 2.9.1; comentário sobre Gálatas 3:23).

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