Veja os seguintes textos antes: 2 Crônicas 7.11-14; Jeremias 29.13-14, Romanos 3.23; Romanos 6.23.
Hoje estão culpando muito os eletrônicos e nosso tempo na Internet como causador do nosso distanciamento de Deus, e sabemos que é verdade, pelo menos em parte. Em parte porque não é o único motivo, nem mesmo a causa. Tenho certeza que se não existissem os eletrônicos e nem mesmo a Internet, teríamos outros motivos para nos queixar.
O evento da Rede Mundial de computadores, em termos históricos, é muito recente, ainda que tenha se popularizado muito mais rapidamente do que outras formas de comunicação. A própria comunicação a distância é evento novo. Pouco mais de 100 anos atrás e nem o telefone existia. O mundo, na verdade, chegou até o século XVIII, sem grandes modificações sociais e estruturais, ou seja, pequenas populações, subsistência agrícola, guerras por territórios, etc. Com o advento da Revolução Industrial, que segundo a análise de muitos, teve a Reforma Protestante como uma de suas causas, que o mundo passou por mudanças nunca vistas anteriormente. Mais uma coisa sempre permaneceu da mesma forma, seja no passado, seja no presente, seja com ou sem industrialização, seja com ou sem Internet: a distância de Deus, a desconexão de Deus, como resultado do nosso pecado: ¨porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus¨.
É bem verdade que o processo de industrialização e de melhoria na qualidade geral de vida de uma família, cidade ou nação parece, invariavelmente, causar um sentimento de que não precisamos mais de Deus, até nos leva a pensar que a ideia de necessidade de Deus esteja intimamente ligada a nossa necessidade de outras coisas, fazendo dele um simples provedor de necessidades.
Parece também nos desanimar as projeções que se faz de uma vida espiritual sadia e que seja possível. Vozes audíveis, montes fumegantes, anjos, sonhos, revelações por meio de arrebatamentos até o terceiro céu, curas, milagres, visões, etc, etc, etc. A gente fica se sentindo muito pobrezinho na vida espiritual quando ouve certas coisas por aí. Resultado: nos sentimos longe de Deus. Fora estes grandes acontecimentos ainda temos as super pessoas, gente que entrega a vida toda, faz coisas aparentemente malucas, doam tudo o que tem. Nos vem também a velha e viciada visão do campo missionário de pessoas 100% conectadas com Deus em um missão super celestial contra as potestades do ar e do inferno. E ficamos nós aqui, relés mortais, longe de Deus, longe de tudo. Fique claro que não estou desprezando os missionários e irmãos visionários, mas questionando a forma como olhamos para isto e o que achamos que deve ser. Será que é assim mesmo? Quem tem razão.
Mas fica uma pergunta: como posso estar ligado (conectado) em Deus de modo agradável, equilibrado, possível e constante?
Ou ainda: os eletrônicos e a Internet são instrumentos diabólicos para me afastar de Deus?
Vamos responder juntos perguntas com todas as suas consequências e detalhes?
- Toda relação precisa de ser alimentada pelas duas partes. Veja
- A oração do Pai Nosso e a vida de oração de Jesus. Ele sempre
- Orava e sempre falava e buscava a presença de Deus.
- Distanciamento gera esfriamento e dúvidas. Elias quando fugiu de Jezabel julgou que estivesse sozinho no mundo, que seria o único fiel a Deus, acabou descobrindo que ainda existiam alguns milhares.
- Sempre devemos estar prontos a dar e a nos entregar sem cobrar nada em troca. Melhor coisa é dar do que receber. Acredito que este texto seja não só no sentido material, mas espiritual e emocional também, ou seja, quer atenção e amizade, dê atenção e amizade também.
- Relações possuem sempre seus momentos de altos e baixos que fazem parte do conhecimento e do desenvolvimento natural. Esta inconstância está em nós e não em Deus, que permanece sempre o mesmo.
- Não podemos confundir fases difíceis com falta de cuidado de Deus ou que ele tenha nos esquecido, elas fazem parte da vida de qualquer um. Jesus, que tinha perfeita união e conexão, passou pela angustia mais cruel: foi assassinado injustamente.
- Ninguém está sempre pleno da presença de Deus e de seu Espirito, com o rosto brilhando como o de Moisés, nem por isto estamos longe deles quando parecemos brilhar menos. Lembrando do próprio Moises, ele escondia o rosto à medida que o brilho ia apagando. E ele era conhecido com alguém que falava cara a cara com Deus, ou seja: conexão perfeita.
- Fases desérticas, ou seja, improdutivas, fazem parte da vida de qualquer pessoa. Por incrível que pareça, do mesmo modo que não suportamos dores e insucessos por muito tempo, situações muito prolongadas de êxtase e sucesso, causam tanto prejuízo e stress quando tempo ruins. Veja o caso de Davi, quando ele cometeu o pecado contra Urias e Beteseba ele estava em um período de plena realização, tinha conquistado muitos reinos e vivia um período de paz. Ou seja, ficou com a cabeça flutuando demais e pecou.
- Apesar de não mais dominados pelo pecado, ainda somos pecadores e pecamos. O pecado nos sabota em qualquer relação por vários móvitos: cega nossa capacidade de avaliação, cria falsos pensamentos em nós, somos tomados por frieza, ciúme, inveja, indiferença, somos tomados por situações mal compreendidas. Enfim, ele estraga, deturpa e mancha nosso relacionamento com Deus. Nossos pecados é que fazem separação entre nós e nosso Deus.
Pastor Junior Martins
Pensando para a EBF
Julho de 2013
