ANDAI NELE – DR. RUSSSEL P. SHEDD

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SHEDD, Russel P. Andai nele: exposição bíblica de Colossenses. São Paulo: Vida Nova, 1979. 92p. 

O livro se propõe a analisar o conteúdo da carta aos colossenses que invoca um vida sob o pleno senhorio de Cristo. Vendo o final do milênio, o Dr. Shedd apresentou esta preocupação particular com a vida da igreja.

Apresentação: o Dr. Shedd reconheceu a progressiva deterioração da sociedade distanciando-se ainda mais da vontade de Deus. Estava se preparando para o congresso Geração 79 que reuniu quase 5.000 pessoas com jovens em sua maioria. A sede foi o Anhembi – São Paulo, organizada pela MPC, Mocidade para Cristo.

Em 1979, há exatos 38 anos, foi realizado em São Paulo, este que seria um dos maiores eventos cristão do segmento evangélico da época, o Congresso Geração 79, com a participação de quase todas as denominações evangélicas, com irmãos, pastores, missionários, obreiros vindos de todas as partes do Brasil, num conclave extremamente emocionante. Apesar de sua importância para o segmento evangélico que ainda não tinha a acessão midiática de hoje e, consequentemente, não contava com o mesmo reconhecimento, há pouquíssimo registro – praticamente nenhum – desse evento que marcou toda uma geração de jovens sedentos pela propagação transformadora Mensagem da cruz.[1]

Introdução

  1. Paulo está preso numa casa alugada em Roma e acompanhado de parceiros como Tíquico e o fugitivo Onésimo
  2. Ele não conhecia os colossenses, mas se preocupou com as heresias ali presentes e com a fraqueza doutrinária da igreja
  3. Envia um carta onde exorta a igreja, orienta doutrinariamente e apresenta a fraqueza da heresia que se tornaria em pouco tempo o gnosticismo
  4. Nesta heresia a soberania de Cristo era questionada e até a morte de Cristo na Cruz, que traz o perdão dos pecados, vista apenas como uma inaceitável infortúnio para ele
  5. Era atrativa por ser muito esotérica, voltada para visões, anjos e supostas experiências espirituais elevadas

Cap. 1 – O escritor, o destinatários e as saudações iniciais

  1. Paulo se apresenta como apóstolo, um mensageiro autorizado cuja mensagem é a base da igreja.
  2. A carta é escrita para aqueles que são designados santos, irmãos e fiéis.
  3. A base da saudação é a Graça e a Paz de Cristo.

Cap. 2 – A fé, o amor e o Evangelho

  1. Paulo não os conhecia, mas tinha notícias da sua fé e isto animava.
  2. A mensagem pregada por Paulo apresenta o Evangelho com as seguintes características: é a verdade, é universal, dá frutos, é a graça de Deus, busca o coração do homem e exige um mensageiro.

Cap. 3 – Intercessão em estilo apostólico

  1. Paulo ora para que os colossenses sejam plenos do conhecimento da vontade de Deus, cheios de sabedoria e entendimento.
  2. A sabedoria nada tem a ver com as questões intelectuais, mas com relacionamento humano e responsabilidade diante de Deus e dos outro.

Cap. 4 – Jesus Cristo, o Senhor de toda a criação

  1. Na carta é tratada da redenção efetuada no passado que transporta os que creem para o Reino de Cristo. Da mesma forma, agora Deus continua seu plano.
  2. A base para a inclusão é o perdão dos pecados que traz a paz com Deus.
  3. Colossenses faz afirmações contundentes sobre a pessoa de Cristo: a imagem do Deus vivo, o primogênito de toda a criação com todos os direitos de filho mais velho, que nele todas as coisas foram criadas (fonte que origina e quem preenche toda a criação), tudo criado por meio dele (através do seu poder) e para ele (tudo é para sua glória).
  4. Cristo tem a primazia da criação porque ele é antes de tudo, porque tudo se sustenta apenas pelo seu poder (nele tudo subsiste).
  5. No que diz respeito ao futuro ele é a cabeça do corpo, o princípio da nova criação, o primogênito entre os mortos, em quem reside toda a plenitude (neste sentido era uma forma de mostrar que as heresias pré-gnósticas e o gnosticismo estavam errados).
  6. Cristo é o a paz entre os pecados e o filho do amor de Deus que reconcilia os homens com o Criador. Através dele os homens se tornam santos, inculpáveis e irrepreensíveis.
  7. Através da obra de Cristo é que os homens podem ficar firmes na fé e alicerçados na rocha que é o próprio Cristo.
  8. Ele é a esperança do Evangelho para todo o mundo já que esta mensagem pode ser ouvida por todos.

Cap. 5 – O senhorio de Cristo no ministério de Paulo

  1. Paulo revela que tem um ministério alegre apesar dos sofrimentos.
  2. Um ministério caracterizado pelo sofrimento da perseguição espiritual, cansaço físico e muita oração.
  3. O propósito é exortar os crentes a uma vida santa, livre das mentiras, da unidade cristão pelo amor.
  4. Sua pregação tinha como foco revelar o mistério oculto desde a eternidade: a revelação de Cristo como Senhor e Messias.
  5. A busca pela unidade espiritual da igreja era a base do seu ministério.

Cap. 6 – Em Cristo, o Senhor

  1. Agora surge o imperativo em 2.6: andai nele!
  2. Isto significa um alerta aos perigos das tradições e ideias humanas.
  3. Radicados, edificados e conformados em Cristo. Isto tem relação com Atos 2.42 também.
  4. O falso ensino estava recheado de exageros, mentiras e falsa espiritualidade.
  5. Os ensino pré-gnósticos diziam que Cristo emanavam irradiações da divindade, mas Paulo afirma que ele é a plenitude da divindade.
  6. A natureza da salvação procurada pelo colossenses era: mística, intelectual, especulativa com o propósito de obter poder espiritual.
  7. Paulo enfatiza a presença de Cristo em carne, o cumprimento da vontade de Deus, a severidade da lei e da carne em não a cumprir, mostrando como Cristo cumpre a lei e concede salvação as que creem livrando-os do pecado, mudando o coração e santificando. Não há nada que o homem possa alcançar fora dele e uma vez alcançando algo isto é para sua glória e continuará sendo sustentado por ele. O homem livre da culpa não em compromisso com falsa religiosidade.

Cap. 7 – Consequências de estar em Cristo, o Senhor

  1. O cerimonialismo pregado em Colossos nada tem a ver com a fé cristã.
  2. Porém o corpo é de Cristo (2.17) pode ser: a igreja, a realidade, a encarnação (Salmo 40.7).
  3. A suposta superioridade dos líderes de Colossos era falsa e a doutrina de Cristo superior porque suas práticas eram inúteis para purificar o homem e o ajudar na relação com Cristo.
  4. A ressurreição de Cristo, pelo contrário, produz vida do alto porque Cristo nos perdoou, nos guarda protegidos e nos abre as possibilidades de acesso ao que é espiritual.

Cap. 8 – O senhorio de Cristo na vida prática

  1. Dado que Cristo é Senhor e os crentes estão edificados, enraizados e confirmados, resta uma vida que o agrade nos termos seguintes.
  2. Mortificar a carne: uma referência a carne mortal, mas acima disto de um vida que anule o poder da carne sujeitando o crente a Cristo abandonando a prostituição, impureza, idolatria, lascívia, etc. As questões da impureza sexual estão envolvidas nestas restrições. Avareza como idolatria vem do fato que latréia é sinônimo de serviços religiosos prestados a alguma divindade.
  3. Também devem abandonar a ira, indignação, maledicência, maldade, mentira, etc.
  4. O cristão passa a ser puro conforme a vontade de Cristo e um novo homem distinto por seu caráter de santo, amado e eleito. A distinção não é religiosa, mas espiritual.
  5. O crente passa a ter ternos afetos de misericórdia, generosidade ou bondade, humildade (paradoxal no ambiente grego), mansidão, longanimidade, suportando uns aos outros (não no sentido de dar suporte, mas de tolerar), perdoando a estabelecendo vínculos (elemento unificador) de amor.
  6. O crente produz isto a partir do conhecimento que tem de Cristo e das Escrituras  permitindo e vivendo a paz de Cristo, instruindo e sendo instruídos, aceitando aconselhamento, louvando a Deus com hinos e cânticos espirituais.

Cap. 9 – O senhorio de Cristo no lar e no serviço

  1. Os novos convertido daquele tempo deveriam atentar para o cuidado dos seus porque no paganismo de que procediam as coisas eram diferentes. Paulo, como faz na carta de Filemon, espera um nova forma de comportamento dos senhores crentes e seus escravos.
  2. “A esposa deve fazer a vontade do marido quando esta coincidir com a vontade de Deus”.  – página 79.
  3. O marido deve amar a esposa seguindo o exemplo e o padrão de Cristo.
  4. Os filhos de devem ser obedientes.
  5. Os pais não devem irritar filhos e nem negligenciar seu cuidado.
  6. A proposta para os escravos é revolucionária naquele ambiente porque Paulo propõe uma relação de irmandade, cooperação, amor, diligência e respeito entres os senhores e escravos. Os que recebem dos senhores humanos devem ser convencidos de que no final das contas seu patrão pagador é o próprio Deus.
  7. Os patrões assumem, a partir de Paulo, deveres com os escravos de tratar cada um deles com justiça e equidade.
  8. As orações orientadas por Paulo na carta visam manter vigilância, o avanço de pregação do Evangelho, oração pelo próprio apóstolo e demais pregadores, pelos que ouviriam a mensagem para que tivessem os olhos desvendados.
  9. Vivem entre os pagãos é um desafio: não buscar confrontos desnecessários, valorizar a convivência aproveitando cada oportunidade, falando de forma agradável a todos com palavras temperadas com sal (evitando monotonia, assuntos desnecessários, contribuindo com ideias boas, etc.).

Cap. 10 – Vidas sob o senhorio de Cristo

  1. Paulo termina com tom especial citando pessoas específicas.
  2. Tíquico: companheiro especial e portador da carta.
  3. Onésimo: escravo convertido que é mandado de volta a Filemon na mesma situação. Eles levam as duas cartas: colossenses e Filemon.
  4. Aristarco: era de Tessalônica e estava com Paulo. Não voltou para casa.
  5. Marcos: útil para Paulo.
  6. Jesus: um judeu convertido.
  7. Epafras: conhecido como escravo de Cristo, obediente e dedicado.
  8. Lucas: o médico amado.
  9. Demas: provável evangelista que abandonou a fé amando o mundo.
  10. No final da carta fica evidente que Colossos é uma região mais ampla e a carta deve ser lida em vários pontos diferentes: Laodiceia, Hierápolis e Colossos no vale do Lico. Reuniam-se em casas e somente muito mais tarde construíram templos (página 90). A carta aos laodicenses pode ser Efésios.
  11. Arquipo: provavelmente era filho de Filemon e Paulo o adverte quando a sua indiferença ao que acontece em Colossos.
  12. O próprio Paulo assina a carta e deseja a graça de Cristo à igreja.

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