AMOR LÍQUIDO – ZYGMUNT BAUMAN – NÃO IDEIAS A PARTIR DE UMA NÃO LEITURA

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BAUMAN, Zugmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 87 páginas.

1. Indo do nível micro ao macro das possibilidades relacionais, ou seja, do namoro ao problema dos refugiados de guerra e catástrofes naturais.

2. Esta existência, que é sabidamente transitória, como pode ser amenizada é melhor vivida.

3. Bauman também é apenas descritivo.

4. Grande questão da inclusividade paira no todo da humanidade.

5. Quem bom que tenhamos descoberto que a verdade não está e nunca esteve conosco. A modernidade líquida tem esta vantagem, ver frases finais página 81.

A)  APAIXONAR-SE E DESAPAIXONAR-SE

1. Ninguém se apega para sempre porque deixa as possibilidades de que novas e melhores sensações podem sempre vir no próximo relacionamento.

2. O desejo, outrora condenado, passa a ser desejável, porque na liquidez e celeridade do tempo, não é possível postergar as escolhas pelo desenvolvimento do desejo. Desejar requer elaboração. PG 14.

3. Não dá para tratar os relacionamentos como negócios.

4. Zwei é dois, Zweifel é dúvida. Onde há dois não pode haver certeza. PG 17 5. Como tocar a vida das pessoas com aquilo que é de valor subjetivo em uma sociedade cujo valor e sucesso (validade) de algo é percebido em números?

6. O ser humano já parece infeliz, cansado e sobrecarregado de sua própria existência: mal-estar generalizado. Não deseja suas relações imputadas pela genética (família, para muitos uma convenção social capitalista e fundamentalista) e nem é capaz de “eleger afinidades”. Nega o que é, seja biologicamente seja socialmente.

7. O movimento é o mais importante, não estar preso, não deixar-se parar nunca. Faz lembrar o professor de psicanálise que disse que ninguém consegue pensar profundamente em sua própria vida por mais de 15 minutos sem aprofundar-se em uma crise.

8. A vida sexual vive a tensão da Descartabilidade, da necessidade do até que a morte os separe e das necessidades orgânicas do homem líquido. Há quem preveja um retorno às estruturas enclausuradoras vitorianas, dada à volatilidade inquietante e angustiante que vivemos.

B)   DENTRO E FORA DA CAIXA DE FERRAMENTAS DA SOCIABILIDADE

1. Consumir está ligado a sensação do novo, e mesmo produtos que sobrevivam aos seus consumidores, perdem seu valor tão logo coisas novas surjam. Os riscos implícitos das relações são amenizados pelos vendedores que prometem devolução do dinheiro caso não agradem ou diminuição de riscos com expressões como sexo seguro.

2. O que se faz cada vez mais é encurtar o tempo do desejo e sua satisfação, legalizando e criando regras para isto, diminuindo a culpa por meio do comprometimento de todas as partes. É o caso da troca de casais.

3. O homo sexualis atual é diferente do que sublimava nas ações sociais sua força libidinal no modelo freudiano. Hoje, apenas os impulsos da pedofilia e a pornografia infantil ainda mantém este status, mas pelo que vemos logo cai.

4. Na falta da qualidade, a quantidade e a possibilidade de trocar o que for o mais rápido possível.

5. O mundo virtual oferece a possibilidade da devolução por insatisfação e mantém sempre aberto o poder de compra.

6. A liquidez convive com os paradoxos: propaganda de fast food, indústria de dietéticos faturando muito e o governo pregando contra a obesidade. Dinheiro tem que circular.

7. As relações no mundo de hoje só são possíveis ao homo oeconomicus e qualquer  que esteja fora do consumo está impedido de ter relações.

8. A anarquia, ou seja, viver com estado do tamanho zero, implicaria em tal dimensão de responsabilidade pessoal que seria impossível ao homem de hoje.

9. Página 45 “a solidariedade humana é a primeira baixa causada pelo triunfo do mercado consumidor” – uma análise da influência do consumo nas relações humanas.

C) SOBRE A DIFICULDADE DE AMAR O PRÓXIMO

1. Amar quem te ama apenas e quem lhe é comum é amar a si mesmo apenas.

2. Amar vai contra a natureza humana, mas é também a única coisa que nos diferencia dos animais.

3. Quem luta para sobreviver não precisa amar, mas apenas quem pretende viver é que precisa.

4. Não podemos esperar dignidade em um mundo de sobrevivências, mas sim a vitória do mais forte, que ataca primeiro.

5. A tendência de que os laços/relacionamentos sejam cada vez mais fracos e baseados no prazer que o outro pode proporcionar.

6. A vida verdadeira só ocorre em meio ao caos de possibilidades.

7. Os antigos tinham tudo à vista para decidir, hoje vivemos uma extraterritoriedade que nos afugenta e da qual nós queremos nos proteger.

8. A globalização diluiu o mundo trazendo ainda mais os estranhos para perto dos outros.

9. O efeito disto é a mixfobia: muros altos, sistema de segurança, uma sociedade territorial excluída da sociedade supraterritorial.

10. Temos também a mixofilia, ou seja, um desajeitado desejo de fusão social.

11. Bairros homogêneos, nada de fusão de horizontes, apenas breves relacionamentos que aliviem a culpa. Segurança, segurança, segurança!

D)  CONVÍVIO DESTRUÍDO

1. Fenômenos da migração e imigração gerou o fenômeno de que o outro é quem traz a violência.

2. O terrorismo trouxe instabilidade ao mundo todo.

3. O progresso de alguns países atrai estrangeiros que se tornam mão de obra, mas também um problema. O livro foi escrito antes da grande crise na Síria, no Haiti (para nos sul-americanos) e o Estado Islâmico.

4. Lixo industrial e familiar e pessoas como lixo humano.

5. Kant e o mundo redondo: a forma do mundo implica em que a humanidade necessariamente se avizinhara, disse isto 200 anos atrás.

6. A soberania dos países exige que os novos chegados nasçam novamente na nação.

7. Um paralelo entre o lixo e a humanidade: que se reciclem. Os refugiados podem se tornar cidadãos?

8. Há vidas que não valham a pena serem vividas?

9. A posse do território da as nações a posse das vidas e sua determinação?

10. Os refugiados ou estrangeiros podem ser espremidos ou expulsos.

11. Campos de refugiados tem aumentado. Seus países não os podem receber de volta e o novo não os quer.

12. O horizonte é ruim, mas devemos aprender a ouvir os outros.

13. O problema não são as contrariedades nas relações, mas nossa convicção de que nosso ponto de vista é o correto. Sem as diferenças a humanidade já teria existido, mas a simples imposição das vontades unilaterais é o que a impede de ir em frente. Ver terceiro parágrafo página 81.

14. O desafio da humanidade é compartilhar. O ponto de partida não poderia ser o atual mundo, mas de fato não temos outro.

15. A verdade está a tal ponto diluída que sempre consideramos tudo como sendo apenas mais um ponto de vista, ou seja, uma mera opinião. De fato, apenas opinião é o que temos, deveríamos confiar a verdade a Deus – Arendt.

16. O resultado inviável desta posição é a tentativa de desqualificação do outro, sua despotencialização e humilhação.

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