No limite da sanidade, a um passo da loucura
É difícil imaginar o limite da loucura em que podemos chegar. Temos tido acesso a notícias dos mais variados níveis de insanidade. Sequestradores, esquartejadores, homicidas, estelionatários cada vez mais sofisticados. Nem mesmo a igreja parece livre de tanta loucura: pastores, bispos, apóstolos e reverendos fazendo coisas simplesmente inacreditáveis, levando gente a viver realidades intangíveis em nome da fé, buscando com toda força coisas absolutamente desnecessárias e passageiras.
A insanidade está a nossa volta. Mentiras, enganos, demônios… A loucura está no olhar e no dia-a-dia das pessoas. Psicólogos e médicos chamam de transtornos disto e daquilo, religiosos chamam de problemas espirituais ou mesmo de pecado.
Parece incrível acreditar que nem sempre buscamos o melhor para nós mesmo, mas o pior. Parece incrível, mas que conhecer a verdade não nos faz, necessariamente, praticantes dela. Parece incrível que os testemunhos e experiências do passado não sejam suficientes para guiar nossas decisões.
Onde está o bom senso? Onde está o raciocínio? Onde andará a reflexão? Alguém tem notícias da fé e da paciência? O imponderável e imprevisível estão cada vez mais próximos de nós.
Podemos nomear alguns culpados: imediatismo, pós-modernidade, Diabo, humanismo, pecado, internet, diferenças sociais. Não podemos, no entanto, ignorar a possibilidade de vivermos alheio a esta possibilidade, a esta influência – o Senhor nos dê livramento!
Talvez lá no fundo a gente saiba como viver ao largo disto tudo, mas eu nomeio aqui o que pode nos ajudar.
Primeiramente, devemos refletir a respeito de tudo que vemos e vivemos. Sofremos pressões de todos os lados. Pressão para nos tornarmos bandidos no aproveitando de facilidades, pressão por nos tornarmos lascivos em nome da felicidade e honestidade e coerência com nossos instintos, por quebrarmos paradigmas sociais e religiosos (que na verdade são princípios universais da boa conduta mesmo não religiosa). A gente não pode se entregar a nenhuma idéia nova, não testada, não aprovada, não de bom senso. Primeiro passo – refletir!
Em segundo lugar, devemos lutar com força para não sermos absorvidos com todo mundo. É a velha história da ¨Maria vai com as outras¨ – conhece? Não é porque todos andam fazendo e para alguns tem dado certo que eu vou provar também. Poucos admitem de pronto suas insatisfações e a certeza de estarem ¨numa pior¨. Muitos vendem o peixe de ¨seja como eu¨ mas, este peixe geralmente já apodreceu só que ainda não está fedendo e a gente ainda não pode sentir o mau cheiro.
Em terceiro lugar, cuidado com nossos instintos. Quem é que pelo menos uma vez não quis vez a ¨casa cair¨, que não desejou o mau de alguém, que não cobiçou algo de alguém, que cometeu alguma insanidade. Nosso homem interior, corrompido, é capaz de conceber a maiores loucuras e nosso homem exterior de colocá-las em prática. Até mesmo aquilo que a princípio se mostra bom pode ser um primeiro passo para destruição.
Em quarto, não tenha medo de se arrepender e reconhecer que erro. Às vezes a gente se mantém no curso mau da vida por não ter coragem de voltar atrás. Aliás, admitir os próprios erros deve começar a ser visto como virtude e não como defeito. Quanto mal podia ser evitado se a gente simplesmente admitisse: Opa! Errei!
Em quinto lugar, e último, pelo menos por agora: cuidado com as dúvidas. Por que isto? Às vezes temos dificuldades para avaliar o que é certo errado e, não deveria ser assim. Gostaria muito que as coisas fossem bem mais simples do que são, mas não são. Nem tudo é tão claro ou de fácil juízo. Decisões exigem critérios, avaliações. Nem tudo no mundo é questão de certo e errado, direita e esquerda, pra frente ou pra trás. Há coisas de dependem de outras e vice-versa. Quase nunca somos obrigados a ter respostas imediatas para a vida, temos tempo para refletir e devemos aproveitá-lo.
Se você está como eu, vendo este mundo louco e enlouquecendo ainda mais, saiba que Deus vai guardar nossas mentes ilesas desta insanidade toda. Cuide-se e dê ouvidos a Ele que tudo vê e tudo sabe.
Pastor José Martins Júnior
Outubro de 2008