O CULTO E SEUS PERSONAGENS – SALMO 150.1

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Visando orientar quem cultua

No melhor dos sentidos o culto possui diversos “personagens”, ou seja, aqueles de durante o culto agem, tem atuação. O momento do culto é um momento espiritual no qual o povo de Deus busca através da oração, do louvor, da exposição da Palavra, do testemunho e da Comunhão, a Presença, o Favor, a Direção e a Bênção de Deus. Longe de querer formular um “ritual” certeiro no sentido de auto prover a cada um de nós toda esta riqueza, até porque nosso “esforço” poderá ser em vão, uma vez que um mero ritualismo é totalmente inaceitável para Deus, quero procurar, pelo menos, investigar a natureza do papel de cada um.

Todas as igrejas, mesmo entre as igrejas batistas, possuem formas diferentes de culto e elementos que o compõe também mas, certos “personagens” são sempre os mesmos e com objetivos bem claros ainda que, na forma, acabem agindo de modos diferentes. O Personagem principal do culto sempre será o Nosso Deus a quem deverá ser sempre louvado, adorado e invocado. Além dele, teremos sempre um Dirigente de culto, teremos os Ministros de Louvor, teremos o Pregador, teremos a Congregação cultuando e, teremos uma série de outros personagens periféricos, mas de suma importância também, como por exemplo, os Diáconos e Introdutores, aqueles de cuidam do som, etc. Todos devem entender bem o seu papel e executar bem suas tarefas. Serei muito objetivo porque uma simples pastoral não me permitirá alongar-me.

O dirigente de culto é aquele que em muitos lugares se diz: “aquele que abre o culto”.  A função dele é em primeiro lugar despertar o sentimento de que “estamos na presença de Deus”.  É ele quem dará forma ao culto. O dirigente deve sempre entrar “quente” no culto, aquecido, centrado e objetivo”. Orar, dirigir cânticos de abertura (ainda que apoiado por outros ou pelo Grupo de Louvor) e convencer o povo a se entregar a Deus, além é claro, e o mais importante, Invocar a Presença de Deus no nosso meio através de todos estes outros meios, é o papel deste personagem. Dirigente não prega e não faz meditação, dirigente “põe o povo pra cultuar”, dirige os atos dos outros “atores”. A própria escolha de uma leitura Bíblica deve passar pelo crivo do “estamos na presença de Deus”. Não é só o pregador que deve ser usado por Deus, se o dirigente não se deixar usar por Deus também, pode comprometer o culto de todos. Ele não pode se alongar em nenhum comentário porque está ali para ajudar os outros a entender que “estamos na presença de Deus”. O dirigente de culto exerce o Papel de Sacerdote.

Os Ministros de Louvor são aqueles de quem se diz: “Vamos juntos a Presença de Deus”. Ao mesmo tempo em que o momento de Louvor é extremamente coletivo é também um momento extremamente individual. É a hora em que fechamos os olhos e dizemos assim: “Deus me aceite!” Os ministros de louvor devem ser perceptivos ao rumo que o Espírito Santo está dando ao culto e “surfar nas ondas criadas pelo Espírito”, ser sensível é tudo. Não devem ter medo de mexer com o povo, pelo contrário, provocá-los a perder todo o medo de se entregar completamente a Deus. Ministro de Louvor não prega. Suas principais ferramentas são a música com sua mensagem e a oração. Cantar e tocar bem, usar recursos tecnológicos de ponta são os últimos elementos necessários de uma adoração verdadeira, antes de tudo “levar o povo à presença de Deus”. O Ministro de louvor o Papel de Levita.

O Pregador é o Profeta de Deus. É aquele que faz o caminho contrário do dirigente e do ministro de louvor, ou seja, traz Deus a presença do Povo. Pregar o texto bíblico no seu contexto e aplicar ao coração do povo é seu objetivo. É quem diz: “Assim diz o Senhor…”, “A vontade de Deus para sua vida é…” A melhor mensagem de todas sempre será a mensagem expositiva, ou seja, aquela em que você aprofunda-se no texto da Bíblia e traz a Revelação ao Povo. O pregador tem que usar a Bíblia com autoridade e conhecimento e sem medo nenhum. Autoridade é tudo. A voz do pregador deve acordar quem está dormindo, incomodar o desinteressado, provocar o caráter de quem o ouve. O pregador deve ter olhos de Águia tanto no sentido de ver o que ninguém vê na Bíblia (sem invenções – é claro!) e ver no povo o que ninguém viu e ligar as duas coisas. O momento da mensagem não é momento de comentários simples da Bíblia, mas a “hora de consolar os aflitos e afligir os consolados”.

Em um ou outro momento do culto sempre estaremos com sendo a congregação. O culto é de todos. Aliás, depois de Deus, o principal personagem do culto são aqueles que compõe a congregação. Gosto muito de ver a igreja reagindo e participando ao que acontece. Algumas interferências fora de hora são prejudiciais, eu sei, mas o culto é do povo. As igrejas agem de um jeito que parece dar pouca relevância a grande maioria presente, tanto é que, muitos ao invés de dizer “vamos participar do culto” ou “vamos cultuar” dizem, vamos “assistir ao culto” como se estivessem em frente à televisão. Quando a igreja se envolve o Espírito trabalha mais no coração de todos. Na nossa igreja esta experiência acontece até com certa frequência, mas deveria ser uma regra: gente que vai para a igreja para adorar. Visitei uma igreja no ano passado em um domingo à noite pra ver como era. Quatrocentas pessoas sentadas como se estivessem em uma reunião de colégio ou na apresentação de um novo produto para cabelo. Envolvimento quase zero ou zero. Não me lembro nem mesmo de alguém nos bancos ter sido convidado a fazer uma “oração silenciosa”. A congregação é quem diz: “Deus está aqui! Aleluia! Portanto: Age igreja, faz teu papel! Dê seu testemunho (de poucos minutos não de 20 ou 30minutos), aproveite as oportunidades abertas para orar em voz alta, reaja ao que diz o pregador, o dirigente e o ministro de louvor, seja se alegrando, seja glorificando a Deus no coração ou com os lábios. Deixa a lágrima escorrer, peça a Deus e interceda junto a Ele pelo culto durante todo o tempo, como quem diz: “não saio daqui sem Tua presença e Companhia”. Traz tuas dores, problemas, conflitos, vitórias, desejos para o culto e entregue a Deus.

Os outros personagens mais periféricos devem entender que são secundários e apenas para servir e obedecer. São os que colaboram para o bom transcorrer do culto. O diácono e o introdutor devem ajudar a manter a ordem, acomodar as pessoas quando chegam dando sempre prioridade aos visitantes, pessoas com maiores dificuldades, manter os arredores do templo em completo silêncio e, evitar ao máximo as interferências internas, como gente conversando coisas alheias ao culto, adolescentes e crianças lendo revistas, e pôr para dentro irmãos que gostam de ficar do lado de fora conversando principalmente na hora da Palavra. Tudo isto para que dentro do templo as pessoas que querem algo com Deus não sofram interferências na sua Comunhão.

O Culto tem que acontecer, não podemos relegá-lo ao status de mera reunião: Estamos na presença de Deus. Todos somos convidados a esta grande celebração semanalmente, quando não diariamente. Nenhum de nós é sem importância e quero que você entenda isto. Não misturando os papeis e fazendo nossa parte para que o culto seja sempre completo abençoaremos a todos a começar de nós mesmo.

Pastor José Martins Júnior

Janeiro de 2008

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