DUAS VIDAS – COMENTÁRIO SOBRE O FILME DO BRUCE WYLLIS

Comentário sobre o filme Duas Vidas – Bruce Willis – Walt-Disney – A pedido da Prof. de Adolescentes Áuria Nunes – Exibido em 01 Maio de 2005 durante a Aula Dominical

Não vai deixar de ser uma resenha cristã do filme. Começo, antes de mais nada, afirmando que gostei demais do filme e que o assistiria de novo, além de recomendar. Vou comentar o filme de trás para frente, quero deixar o suspense, o mistério e a graça para o próprio filme, aqui quero apenas analisar. 

Ninguém me julgue pretensioso demais, considero apenas que entendi o filme, ou que pele menos extrai lições bem preciosas para mim. Vejamos então.

Vamos diretamente para uma das últimas cenas do filme. Ela é a mais importante, crucial! Começa quando nossos personagens estão no bar, quando, então, entra o cachorro dos sonhos do menino. Um homem de jaqueta e de costas chama o cachorro pelo nome escolhido há décadas e sai logo em seguida. Os dois prontamente se retiram do bar atrás do suposto “Eu do Futuro”, com o qual realmente se deparam. Ele é dono de um avião, tem não apenas uma esposa, mas uma família e um cachorro. Diante do fato, o passado e o presente se alegram pela Grande Vitória Final. Mas algo acontece.

No momento de entusiasmada alegria, ele adulto aos 40 anos vê seu futuro no avião sumindo nos ares. Quando olha para o lado já não vê mais o garotinho. A sua volta aquele pequeno aeroporto parece não ter mudado nada e, realmente não mudou. Suas roupas voltam ao normal. Seu carro está lá do mesmo modo. Seu presente está exatamente como era antes de toda a aventura começar. O que aconteceu? Eis aí a trama e a grande sacada do autor da história.

Durante sua longa conversa com o garotinho, nosso protagonista procurou desvendar o motivo do encontro de ambos. Ele julgou que todo o seu presente fracasso se devia a algo mal resolvido no passado. E que fato seria este? Fácil, deduziram os mesmos. A julgar pelas datas (a proximidade do aniversário), bastaria vencer aquela luta ali no pátio da escola, libertar o cachorro de três patas e tudo estaria certo. Tiro pela culatra! Venceu a briga, mas… Foi para a diretoria, sua mãe debilitada por uma doença que de qualquer maneira acabou matando-a, teve que ir a escola resolver problema. Seu pai que naturalmente o tratava mal, teve, a partir daquele momento mais motivos para maltratá-lo. Sinceramente, voltar ao passado piorou ainda mais as coisas.

Por outro lado, vemos também o menino o tempo todo tentando resolver seus problemas com 32 anos de antecedência sem sucesso algum. Lembra quando ele tenta pedir a mão da moça em casamento! O futuro está presente o tempo todo também, passando por cima da cabeça dele. Como ele quer ignorar seus sonhos de criança não consegue entender o recado que é mais do que claro – é visível!

A atitude que se segue é das mais interessantes. Ele compra um cachorro (que se você reparar bem, é a miniatura exata do cachorro que aparece no bar), compra um presente e corre para fazer as pazes com a moça que ele, tentando dar a entender que não em todo o tempo, amava de verdade.

Moral da história: ainda que nos fosse dada a oportunidade de mudar o passado talvez cometêssemos erros ainda maiores, no entanto, temos um bem valioso nas mãos: o presente, que pode ser mudado se vivido com simplicidade de criança e terá como resultado um futuro “dos sonhos”.

O filme, muito diferentemente de procurar nos dar uma receita de “Como Ser Feliz”, lança luz sobre a importância do “Agora”, da importância de uma vida mais simples com valores mais importantes como aparência e dinheiro. Segue um quadro sobre o perfil dos três personagens. 

Se alguma coisa na sua vida tem que ser mudada deve ser mudada a partir de agora. Não temos garantia de soluções realizadas no passado. Ele deve ser encarado com realismo e sinceridade, mas nunca como um ponto final, ou como nossa sempre presente influência. Seu futuro está agora mesmo passando por cima da sua cabeça. Erga a cabeça e veja que ele está sorrindo para você. Não se entristeça com aquilo que você não pôde ou não pode mudar, mas com o que é possível, e construir um futuro a partir de agora.

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas velhas já passaram; eis que se fizeram novas.” (II Coríntios 5: 17).

Pastor José Martins Júnior

05 de maio de 2005