CONHECER A DEUS

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O Conhecimento de Deus, aprendendo com os erros

Envolvidos, como muitas vezes somos, em nossos problemas e dilemas, ou mesmo absorvidos por nossos afazeres, não nos damos conta da grande possibilidade a nossa volta: conhecer a Deus. Falar de Deus, dizer-se filho d’Ele, frequentar a casa d’Ele não nos faz, necessariamente, pessoas que O conheçam de verdade. A bem da verdade os templos lotados dos nossos tempos, aqui no Brasil, não revelam a realidade que tanto desejaríamos, ou seja, de que mais e mais pessoas têm aprendido a conviver com o Criador.

A Bíblia nos revela o Plano e o Empenho de Deus no sentido de fazer o homem sair do mar da ignorância no que diz respeito a Ele. Conta-nos às vezes em que Deus deixou sua glória para conviver com o Homem. No alto de Sua auto revelação nos fala de Jesus, que é Emanoel, ou seja, Deus Conosco (Isaías 7: 14; 8: 8). A própria definição de Jesus sobre o que seria Vida Eterna demonstra também isto que quero dizer: “… e a Vida Eterna é esta: que conheçam a Ti como o único Deus Verdadeiro e a Jesus, a quem enviaste” (João 17: 3).

Poderia afirmar sem medo de errar que Deus está extremamente próximo de nós querendo ser conhecido.  Afirmaria, também, que há uma urgência em que façamos isto porque os dias são maus e sempre temos em mente que o fim de todas as coisas se aproxima, além do fato, já sabido por todos nós que, ainda que vivamos muitos nesta terra, o nosso tempo aqui, de fato, será sempre muito curto.

Conhecer a Deus é sempre algo de princípio bilateral, ou seja, ambas as partes, Deus e o Homem, correlacionam-se no sentido de se conhecer.

A natureza, a constituição humana (como o homem é em si – corpo, alma e espírito, e tudo que advém disto), a história, a própria Bíblia e, a maior manifestação possível de Deus ao Homem: Jesus declara a forma como Deus se revela ao Homem, no sentido, obviamente, de se fazer conhecido.  De fato, só podemos cogitar a possibilidade de conhecê-lo pelo fato de que Ele se deu a conhecer. Ainda que todas estas manifestações sejam gloriosas, grandiosas em si, a cegueira humana ainda é capaz de obscurecer a vista humana no sentido de perceber o quanto Deus está próximo e o quanto podemos conhecer a respeito d’Ele. Mesmo tendo tantos elementos sob as lupas, microscópios, super telescópios, mesmo tantos cérebros empenhados no exame de tantos elementos (para mim probatório por si mesmo), pouco se reconhece a respeito de Quem esteja por trás de tudo isto. Mesmo o homem religioso foi capaz, na plenitude da Revelação, ver, tocar e conversar com Ele sem perceber diante de quem estava. Os quatro primeiros versículos da primeira carta de João falam a respeito disto, ou seja, do quanto a Revelação se tornou próxima e até palpável.  

Pelo Novo Testamento nos parece evidente que a busca pelo conhecimento de Deus redundará em fracasso quanto passar pelos ritualismos(inertes em si mesmos), pela religiosidade(geralmente vazia de graça, amor e misericórdia), quando embasada em meros sacrifícios (manifestações exacerbadas de um desespero sem fundamento e sem fruto), por uma busca de Deus em si mesmo como muitos sugerem, esquecendo-se que o que podemos enxergar em nós por nós mesmos nos levará sempre a nós mesmos, e não a Deus, é simplesmente andar em círculos. Ou mesmo por buscá-lo em lugares e objetos, esquecendo-se do grande ensinamento à mulher samaritana junto a Fonte de Jacó.

Parece sobrarem poucos elementos para esta busca, mas, de fato, isto não é verdade. Podemos até usar nossos erros como forma de acertar, ou seja, vendo o que fazemos de errado e olhando sob outro aspecto para acertar.

Ritualismos são próprios de religiões que invocam espíritos (na verdade demônios). O ritual em si não agrada a Deus. Eles são meros substitutivos para algo que deveria sem muito mais verdadeiro e significativo e de resultados reais. Não “conquisto” a Deus pelo que simplesmente faço se porventura meu interior muitas vezes depõe contra o que faço. Pureza de coração, ou seja, pensamentos bons, ausência de mágoas, rancores, invejas, más intenções, coerência são muito mais aprazíveis a Deus do que sacrifícios. Podem e vão nos aproximar d’Ele muito mais do que podemos imaginar simplesmente porque nos assemelharemos ao que Ele também é.

Somos religiosos, não podemos negar. O problema é a religião pela religião. Por incrível que pareça, religião hoje, é status. Parece que muita gente anda por ai selecionando a religião pela oferecem o deus ou o sacerdote ou profeta mais poderoso. A gente ainda confunde a verdadeira religiosidade com a ligação que temos a um grupo específico mesmo que não tenhamos de fato absorvido qualquer coisa que seja do caráter dos mesmos. Por trás disto jaz uma enganação demoníaca das simples participação das benesses religiosas pela inclusão apenas nominal a um grupo especifico. A minha ligação com Deus (que é o significado da palavra Religião) está intimamente ligada a desejar e realizar o que Ele também faria. É uma identificação de natureza espiritual e de foro íntimo, ou seja, uma identificação de naturezas. No Novo Testamento vemos, por exemplo, em Atos 6 e no livro de Tiago 1: 27 uma exigência de natureza social por parte dos discípulos e apóstolos que, pasmem, é visto como a manifestação da verdadeira religião. Tiago ainda afirma que se guardar incontaminado do mundo faz-nos verdadeiros religiosos, ou seja, diferentes do mundo, mas, agradáveis e próximos de Deus. Jesus, também, em Mateus 23: 23 repreendeu os religiosos da época que estavam errando em muito o alvo focalizando coisas de menor importância.

Já faz tempo que a Bíblia nos ensinou o perigo de sacrifícios por sacrifícios no sentido de agradar a Deus (Salmos 51: 17). Sacrifícios eram formas de apaziguamento da ira divina, ofertas que se faziam ora voluntariamente ora como expiação (para perdão de pecados) ora como forma de gratidão. Algo, obviamente, sempre no intuito de aproximar o ofertante de Deus. Como em todas as coisas o homem perdeu o foco principal que o próprio Salmo nos revela: Deus quer espírito e coração quebrantados, ou seja, sacrifício de verdade é reconhecer de todo coração nossa natureza perdida e pecaminosa, buscar o perdão de Deus no nosso íntimo, reconhecer seu poder de purificar o homem, aceitar sua correção. Seria de fato fazermos uma oferta de nós mesmos a Deus e não de coisas. Fazermos uma oferta para que Ele seja nosso Rei e Senhor e não para conseguirmos quaisquer outras coisas que seja.

Ainda que em certo sentido Deus esteja em mim não podemos negar uma verdade crucial: Ele é totalmente diferente de mim. Maior de tal maneira que não posso, em mim, absorver toda sua natureza, o que seria uma contradição e uma impossibilidade. Vemo-nos envoltos por um sem número de técnicas de meditação, de mensagens no sentido de mostrar quanto somos poderosos, de um olhar interior no sentido de buscar a “Força” que nos falta e de fato ninguém está saindo do lugar deste jeito, quando não acaba por regredir. “Eu não sou Deus”, parece à frase que precisamos repetir algumas vezes por dia e junto dela também recitar “Deus que habita em mim revela-te a mim, pois quero te conhecer”.

Lugares e objetos santos ainda são uma inclinação humana. Precisamos afirmar novamente que Jesus derrubou tudo isto (“… nem neste monte nem em Jerusalém…” – João 4.21b). Sem dúvida, o homem se apega a lugares e a coisas porque tem dificuldade para se apegar ao próprio Deus. É mais fácil venerar o lugar ou objetos pelos quais algo um dia aconteceu, do que ao que de fato fez com que aquele algo acontecesse. Todas as pontes e ligações foram derrubadas, adentramos por meio da oração no salão do Trono Real. Por meio do louvor e adoração também chegamos diante dele.

Uma busca de todos nós tem que iniciar agora, já. Deus está presente e quer ser encontrado por nós. Sejam bem-sucedidos nesta que será a maior descoberta de nossas vidas.

Pastor José Martins Júnior

Fevereiro de 2008

 
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