REVISITANDO O PASSADO – ATOS 9.1-22, 2 CORÍNTIOS 12, GÁLATAS 6.17

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Sinceramente, há algumas afirmações que costumamos ouvir e que não parecem fazer muito sentido, uma delas diz respeito a esquecermos do nosso passado. Quem consegue? A não ser que tenha algum problema mais sério de memória, duvido que nos esqueçamos. Logicamente, se sofremos as influências do passado como se fossem agora, carecemos de cuidado e tratamento, para isto existem os psicólogos e médicos.

Particularmente me lembro do que aconteceu comigo no passado e das coisas que fiz, mas lembro-me como se não fosse eu, não sofro hoje como se acabara de ter feito. No entanto, as experiências, além de ficarem na lembrança, servem ainda no presente para diversas coisas: alerta, dar novas maneiras de resolver problemas que podem se repetir, ajudar no jeito de interpretar e crescer ao longo da vida, e tantas outras coisas que qualquer um possa alistar.

Na Bíblia temos o exemplo do Apóstolo Paulo. Ele se converteu e podemos ver isto em Atos dos Apóstolos 9. Mas, ao longo de suas cartas e outras narrativas, vemos claramente ele recorrendo ao seu passado, seja para vindicar sua apostolicidade, seja para vindicar sua relação servir e sacrificial com Cristo, seja para avaliar sua própria vida. Após sua conversão muitas coisas aconteceram, mas só foram possíveis a partir daquele momento.

Muitos anos se passaram, pelo menos 14 anos, até que ele finalmente saísse pregando e dando início as igrejas nas mais variadas cidades. Mas aquele fato, naquele dia, da maneira como aconteceu, ficou em sua memória. Vez ou outra ele revisitava aquele acontecimento, que lhe servia de confirmação de chamado, lhe servia de encorajamento, lhe dava segurança do caminho que estava trilhando e lhe dava a medida da razão de ter uma vida tão ligada a Cristo e sua Igreja.

Uma característica marcante desta revisitação e que ela pode ser reinterpretada e, elementos ocultos até então, podem ser desvendados e compreendidos por um mente, agora, mais madura e mais treinada. Não seria assim conosco? Creio que sim.

As experiências do passado, longe de serem esquecidas, devem passar por um crivo avaliatório, sob uma reinspeção, por uma reavaliação. Não temos a medida exata de tudo que cerca os acontecimentos da nossa vida e nem mesmo das forças envolvidas no que acontece conosco. O próprio fato de sermos guardados por Deus, tira de nós este controle e conhecimento que julgamos ter.

O que quero afirmar é que não temos conhecimento do ¨porquê¨, e às vezes nem mesmo do como as coisas acontecem.

Temos que ter a coragem de encarar e trilhar novamente o caminho que percorremos até chegarmos aqui, o caminho de acontecimentos e fatos que construíram nossa personalidade, nossa vida cristã, nossas forças e fraquezas. A experiência pode ser a princípio muito dolorida, mas ao final compensadora. Podemos chegar à conclusão do motivo que nos trouxe até aqui, encontrarmos o porquê de existirmos. Pode nos ajudar a focar nossos esforços e nos dar a dimensão de nossa existência.

Fugir do nosso passado e negá-lo pode ser fonte de um vazio sem tamanho.

Pastor Júnior Martins

27 de agosto de 2013

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