RECLAMANDO DE NOVO!

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No mesmo final de semana em que os batistas comemoram o dia do Pastor, estive em Hortolândia com minhas ovelhas para um final de semana muito bom, mas coração de pastor é sempre dividido entre alegrias e tristezas, entre certezas e inquietações. Isto não é fruto de um coração dividido e nem indeciso, nem temos tempo para indecisões, mas produto do ministério, da natureza do ministério.

Na verdade revivi dias que já experimentei na vida e dos quais me alegro e relembro saudosamente, ainda que espere vivê-los muitas vezes mais porque são possíveis, mas minha vida pertence a Deus, e já não tenho lutado tanto contra ele. Saímos da zona de conforto e fomos incomodados pelo jeito de um pessoal diferente, ou talvez muito igual ao que somos lá no fundo. Fizemos coisas diferentes, que não são nosso padrão e nem serão, mas fizemos coisas que devem se repetir: evangelizar, louvar com todo coração, visitar necessitados e levar um pouco daquilo que a gente tem de bom.  No dia a dia a gente tenta, mas há vezes que, por motivos desconhecidos o tempero muda e as coisas parecem ficar mais saborosas. Foi o que aconteceu.

Nem quero aqui falar dos detalhes do que vivemos nestes dois dias, mas falar do que não vivemos e do que não vimos. Não estou falando aqui do lado negativo das coisas, como aqueles que são pessimistas, até porque não faço parte deste grupo, sempre vejo o lado melhor, mas falo com pastor. Falo dos que poderiam ter ido e não foram, dos que poderiam ter experimentado e não experimentaram, e não somente disto, do estado de sono e torpor que vejo muitos vivendo e que parecem não querer acordar. Uma reflexão que vai além do que poderia ter acontecido no final de semana, mas do que a gente vê e sente no dia a dia.

Para alguns parece faltar a energia que a natureza da idade naturalmente fornece, porque falo de adolescentes e jovens, pessoas entre seus 13 e 30 anos de idade. Sei que a falta de energia no corpo é na verdade falta de energia da alma, psíquica e da vontade. Que pena que alguns sejam tão fatigados e cansados. Quando a Bíblia diz que a força dos crentes é renovada, com certeza não fala destes. Haverá um momento na vida em que, mesmo tendo força na alma, o corpo já não corresponderá e os mesmos serão aqueles que lamentarão não terem vivido e participado de coisas tão boas.

Outros são superiores, querem coisas mais consistentes. Até hoje não encontrei nada mais consistente do que se reunir com o povo de Deus para servi-lo. Nossa alma não se alimenta somente daquilo que entra pelos nossos ouvidos e pelos nossos olhos, mas por aquilo que todo nosso corpo pode sentir no contato com outros e no exercício do ministério. Daquilo que é prático da teoria que aprendemos. Porque é na pratica, no exercício dos nossos dons e serviço que ajustamos aquilo que sabemos. Já aprendi que há muitas coisas daquilo que damos como certo e exato na teoria, mas que simplesmente não cabem na realidade.

Outros simplesmente rejeitam a comunhão e para mim são os piores cegos que existem. Rejeitar o erro é louvável. Fugir do mal é necessário. Afastar-se do engano imperioso. Não se deixar levar pela aparência de muita maturidade. Mas negar-se a comunhão é de fato muito triste e destruidor. Como não percebem que na união está nossa força e alegria? Como não percebem que quanto mais deixamos de lado aquilo que somos em prol do todo, mas nos realizamos e descobrimos e, por mais incrível que pareça, somos cada vez mais nós mesmos? Quando falamos da igreja, e somente da igreja, somos absorvidos pelo todo o que nos leva a um encontro conosco mesmo. Paradoxo possível somente em Cristo.

Outros é claro, a própria vida acaba afastando e neste sentido nem julgo, nem penso. Tem que gente que realmente tem obrigações porque tem projetos em andamento, mas mesmo assim, ainda dá para se pensar, e como foi dito no final de semana, por melhor que seja ou esteja a vida, servir a Deus é muito melhor.  Sem querer estamos ensinando as pessoas o contrário, ou seja, ensinando que ter sucesso na vida é sinal da bênção de Deus por sua obediência, o que não é mentira de todo, mas como resultado, vemos as pessoas se afastando.

¨Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em comunhão¨, falado, cantado em verso e prosa, mas pouco efetivo para convencer o coração de muitos.

Nas igrejas que passei, e nas que conheci e conheço mais de perto, percebo que o grupo realmente aberto e disposto a tudo porque tem uma comunhão verdadeira com Cristo, e esta é a única explicação que tenho, é sempre muito pequena. E antes que pareça uma simples bronca ou chamada de atenção, fica o conselho de nos abrirmos para nossa igreja, para nossos irmãos, o que no fim é se abrir para Cristo e seu Reino.

Pr. Júnior Martins

18 de junho de 2015

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