FERREIRA, Franklin. Avivamento para a igreja: o papel do Espírito Santo e da oração na renovação da Igreja. São Paulo: Vida Nova, 2015. 176 páginas.
Avivamento
Leituras de Salmos 119: 25, 37, 40, 50, 88, 107, 149, 154, 156 E 159
Em comum em todas estas leituras está o verbo vivificar. Portanto, uma oração do Salmista clamando para que Deus o vivifique nas mais diversas situações. A palavra AVIVAMENTO não existe na Bíblia, mas palavras como vivificar sim, como acontecem nos Salmos 119.
- Verso 25 – que o vivifique em meio a ligação terrena perigosa e quase inescapável da vida huamana;
- Verso 37 – que o vivifique para que não seja levado pelas vaidades da vida;
- Verso 40 – que dê vida a ele por meio do amor que ele demonstra pela Palavra de Deus;
- Verso 50 – que dê vida consolando em meio a aflição;
- Verso 88 – para que por meio desta vida ele possa confessar e pregar;
- Verso 107 – para livrá-lo da aflição;
- Verso 149 – apela para a bondade de Deus para lhe dar vida;
- Verso 154 – dar vida pleiteando a causa do salmista que pode ser perdida;
- Verso 156 – apela para a misericórdia do Senhor;
- Verso 159 – apela novamente pelo amor que tem pela Palavra de Deus contando com sua benignidade.
Esta não é uma resenha do livro do Franklin Ferreira, mas o esboço de um sermão baseado em muitas coisas na leitura do livro dele. Na sexta-feira dia 25 de março estarei pregando na Igreja Batista do Campo Limpo na Série de Conferências do Aniversário de 49 anos.
Por que nos preocupamos tanto com isto?
- Nos preocupamos com avivamento porque estamos mortos.
- Nos preocupamos porque ainda não experimentamos uma verdadeira vida eclesiástica.
- Nos preocupamos porque temos uma ideia do que possa ser e parece um estado de felicidade e realização, mas ignoramos que avivamento é não ter medo de encarar o fracasso, a vergonha e a morte.
- É uma experiência coletiva mediada trinitarianamente.
Franklin Ferreira diz que é: “Deus reanimando seu povo, renovando a aliança que estabeleceu com ele, tratando-o de forma familiar. Avivamento é a percepção e a experiência – mais do que a crença – de que Deus está presente no nosso meio e, por isto, algo diferente acontece é, nós.” PG 51, 52
Diz ainda: “Avivamento seria então um poderoso e soberano derramamento do Espírito Santo sobre a igreja local, em resposta às orações dos cristãos, no qual esta igreja é completamente transformada, passando por uma reforma doutrinária e de santificação que resulta em muitas conversões simultâneas e na transformação radical da cultura ao redor por meio das missões, da educação e das reformas sociais.” PGs 54, 55.
No manifesto lido por Jonas Madureira na Conferência Vida Nova, ele termina dizendo que precisamos clamar por avivamento e, o Franklin afirma que são momentos como estes que são propícios a isto.
No AT há pelo menos doze momentos onde há avivamentos e sabemos que esta palavra não aparece na Bíblia, ainda que os verbos vivificar e avivar apareçam bastante. Êxodo 32 do bezerro, Juizes, I Samuel, II Samuel, I Crônicas, II Crônicas onde há mais de uma, Joel. No exílio foram três avivamentos com Zorobabel, com Esdras e depois com Neemias.
No NT temos João 20.19-23 pequeno Pentescoste, Atos 2, Atos 4.24-30, Atos 8.14-17 com os samaritanos, Atos 10.44-48 um gentio e Atos 19.1-7 em Éfeso.
No AT o avivamento vem de fora para dentro geograficamente: deserto, Mizpá e Jerusalém.
No NT o contrário: Jerusalém, Judeia, Samaria e confins da terra.
Por que precisamos de Avivamento?
- Somos de um tempo de relativismo em tudo,
- Vivemos uma crise em nosso país,
- Apesar de sermos muitos nada temos feito,
- O pecado está instituído,
- Outros grupos têm lutado contra valores como família, sexualidade, trabalho,
- A própria igreja é mundana e vendida a valores mundanos se terrenos.
Mas não pode haver avivamento enquanto:
- Não tivermos uma leitura trinitariana da Bíblia, da história e da igreja,
- Não fizermos leituras profundas e sistemáticas das Escrituras individualmente e como igreja,
- Enquanto nossa vida de oração e nossas reuniões de oração forem vazias de pessoas e orações, mas cheias de música e avisos,
- Enquanto o ministério leigo for inerte ou podado pela liderança,
- Enquanto pessoas carnais que não tem um testemunho de vida transformada e cheia de boas obras liderar a igreja,
- Enquanto a igreja for voltada apenas para si mesma e não compreender seu papel missionário,
- Enquanto o politicamente correto prevalecer, e seu papel profético não for exercido,
- Enquanto os crentes preferirem festinhas, feriados, praia, férias e não entenderem que se for preciso, morrerão por Cristo.
- Enquanto alguns criticarem a igreja ao mesmo tempo em que são os piores exemplos possíveis de vida cristã, porque geralmente são estes que reclamam que a igreja é fria e nada faz.
- Os crentes não aprenderem a fazer as coisas, por mais simples que sejam, com toda excelência possível.
- Enquanto o barulho, métodos organizacionais de ser e crescer da igreja forem mais importantes que vida verdadeira.
- Enquanto os valores não forem aqueles aceitos como bons universalmente como respeito, ordem, preocupação com próximo e a igreja continuar se voltando para estripulias e maluquices como forma de chamar a atenção.
- Enquanto os crentes dicotomizarem sua vida fazendo distinção entre o que fazem quando reunidos com a igreja e fora, ou seja, sendo bons profissionais, bons patrões, bons alunos, bons cidadãos em plena sintonia com a vontade de Deus.
- Enquanto os crentes não tiverem certeza da vontade de Deus sempre, sem duvidar.
- Enquanto os crentes se preocuparem com a aparência enquanto são vazios e não migraram para uma vida de máxima simplicidade.
- Enquanto as perdas materiais doerem mais nos crentes que a dor do pecado, da ignorância bíblica e espiritual, da falta de zelo e cuidado e da inoperância.
Pastor Júnior Martins
Março de 2016