JUNTOS CAÍMOS E JUNTOS NOS LEVANTAMOS, COMO DEUS NOS TRATA COMO UM POVO – ISAÍAS 13-14

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SERMÃO DE 10 DE SETEMBRO DE 2017 EM ISAÍAS 13-14

CULTOS MATUTINO E VESPERTINO IBVB

INTRODUÇÃO

  • É o início de um oráculo sobre várias nações e começa com Babilônia.
  • É o mesmo lugar da Torre de Babel.
  • Deus guerreará contra Babilônia e usará os medos-persas.
  • Deus governa as nações do mundo todo, mesmo as que não fazem sua vontade.
  • A destruição ainda acontecerá muitos anos depois e a Babilônia ainda experimentará muito poder e prosperidade e terá um Rei, Nabucodonozor, que nos dá a entender que terminou sua vida convencido do poder do Deus de Israel. Veremos isto em sua oração escrita em Daniel 4.
  • Sodoma e Gomorra são paradigmas de uma destruição vergonhosa que a Babilônica irá enfrentar.
  • A destruição de Ciro não foi um banho de sangue, mas novos ataques depois de 538, ou seja, em 518, a luta por Alexandre, o Grande, imperador Greco-macedônio, pelo local e outras atividades tornaram a terra uma terra arrasada.
  • Há uma clara indicação de que o Rei babilônico irá para o Seol.
  • Há uma referência dupla do Rei da Babilônia e Satanás no texto. Esta referência é clara em relação ao orgulho e vontade de ser igual a Deus – 14.12-15.
  • A descendência dele também sofrerá.
  • O Dia do Senhor é uma temática importante aqui.
  • O texto tem pelo menos 6 momentos: 1. a promessa do ataque contra Babilônia pelos medos (13.1-5); 2. a descrição da destruição da Babilônia (13.6-16); 3. a descrição da situação da Babilônia após o ataque (13.17-22); 4. a misericórdia de Deus para seu povo (14.1-2); 5. a zombaria de vingança contra a Babilônia e seu rei (14.3-21) 6. e o próprio Senhor mostrando que é ele quem fez todas estas coisas (14.22-23).

Leituras a realizar: 13.1-2; 13.6-8; 13.14-16; 13.19; 14.1-2; 14.12-17

Antes de lermos o texto e tecermos nossas considerações, quero chamar a atenção para o tema da mensagem de hoje: JUNTOS CAÍMOS E JUNTOS NOS LEVANTAMOS. O texto que trazemos hoje trata da queda da Babilônia e da restauração de Israel após o exilio.

Para nós que somos cristãos, é muito comum a ideia de que o que fazemos como pessoas e grupo tem um valor imenso para o povo de Deus, mas ainda temos dificuldades de nos enxergarmos como um povo e uma nação de Deus e explicarmos o quanto isto é importante e necessário.

É muito evidente quando um pastor cai e os prejuízos que isto traz para a igreja e para a denominação da qual o mesmo faz parte. Já contabilizamos vários líderes no passado recente que caíram e todas as consequências para suas vidas pessoais e para suas igrejas. Um dos pecados mais comuns que levam a queda são os casos de adultério.

É digno de nota que, para a maioria destes líderes, em função de sua capacidade de oratória, capacidade de serem usados por Deus para que as suas igrejas cresçam, seu poder na mídia, acabem se tornando, ou se considerando, pessoas intocáveis e acima da ética e da moralidade. O poder os cegou tanto os levando a achar que tinham o direito de pecar que não amargariam prejuízos e nem mesmo seriam descobertos, mas não foi assim.

Mesmo quando falamos de pessoas menos visíveis na igreja os prejuízos podem ser muito grandes. Trabalhei na recuperação de uma igreja dividida por causa de pessoas do ministério de música e que disputavam poder com o pastor. O resultado foi péssimo para todo mundo. Até hoje muitos ainda não se recuperaram.

Geralmente, principalmente para crentes mais antigos, era muito comum citar o pecado de Acã quando um pecado acontecia na igreja e que podia trazer consequência para toda a igreja.

O apóstolo Paulo trabalha a ideia da igreja como um corpo, ou seja, cada um de nós representa uma parte do corpo e quando falhamos ou estamos doentes todo o corpo sofre.

Se você estiver andando em sua casa com os pés descalços e tropeçar batendo a ponta do dedo do pé geralmente sentirá um dor terrível, naquele momento você será apenas um dedão, se preocupará apenas com o dedão. Todo seu corpo e mente se voltarão para o seu dedo do pé. Quem tem a terrível experiência de ter pessoas adoentadas de modo mais crônico em casa também sabem do que estamos falando. Além do sofrimento trazido pela doença da pessoa, toda a casa se adapta: finanças, horários, alimentação, local de dormir, rotina dos médicos, horários de medicação e etc.   Temos também o lado positivo, quando juntos compartilhamos e coisas boas.

No próximo sábado temos a FESTA BRASILEIRA MISSIONÁRIA, além de comer e adorar ao Senhor, estaremos trabalhando para levantar uma boa oferta missionária. Alguém já disse que duas coisas mobilizam a igreja positivamente e unem a igreja: missões e evangelização (que podemos ver como uma coisa só) e a ação social. Ação social não diz respeito apenas à entrega de cestas básicas, mas visita a enfermos, encarcerados, apoio a adictos. Percebemos também, nas campanhas de construção que a igreja se mobiliza fortemente. Em outras palavras, a igreja deve estar unida em um propósito sólido e claro sempre. Isto une a igreja.

Os judeus foram para o exílio não apenas por causa de seus pecados pessoais como adultério, falsa religiosidade, desrespeito pelos pais, ou seja, pela inobservância dos mandamentos de Deus, mas foram para o exílio também pelos erros que cometeram como povo.

A injustiça social por causa da falta de cuidado de viúvas, órfãos, estrangeiros, por considerar o inocente culpado e o culpado inocente, por ter balanças enganosas, por aceitar a direção de líderes ímpios, por juntos cultuarem imagens de escultura e construir lugares de adoração pagã, etc.

Ao contrário do que uma leitura superficial da Bíblia possa indicar, Deus está no controle e no domínio de todas as nações do mundo e não apenas de Israel ou Judá. Desta forma, ela usa as nações conforme a sua vontade. A Babilônia, nação ímpia, foi usada como instrumento de Deus para punir o seu próprio povo, mas também foi julgada por Deus por causa de seus pecados. Pelos pecados dos seus líderes e do seu povo. Mesmo assim, ainda teve por muito tempo poder e prosperidade, chegando a ser uma dos primeiros impérios que a humanidade conheceu, mas não sem a ação do próprio Deus.

Hoje vamos tratar de um texto igualmente difícil do livro de Isaías. Falaremos apenas dos capítulos 13 e 14 que tratam da profecia de Isaías contra a Babilônia.

Os capítulos que vão do capítulo 13 até o 27 tratam de profecias contra diversas nações. Algumas são claras.  Babilônia, Filístia, Moabe, Damasco, Egito. Outras são chamadas por outros nomes como O DESERTO DO MAR (Babilônia); O SILENCIO (Edom); A NOITE (Arábia); O VALE DA VISÃO (Jerusalém) e Tiro.

No tempo de Isaías a Babilônia ainda não era a grade potência que se tornaria dentro de pouco tempo. Era uma cidade importante dentro do poderoso império assírio, mas logo o império Assírio iria se enfraquecer e os reis babilônicos iriam governar. O mais famoso deles é Nabucodonozor. Por incrível que pareça, apesar de todo o seu peso histórico como Rei Destruidor e terrível líder Militar, apesar de ter sido quem realmente destruiu Jerusalém e o templo do Senhor, levando cativos, levando todos os pertences de valor do templo, escravizando e matando muita gente e deixando a cidade de Jerusalém na mais completa desgraça, não é ele que será castigado conforme diz o texto de Isaías 13 e 14. Quando lemos o livro de Daniel, vemos claramente que Nabuconozor se converteu, e isto é claro por suas últimas palavras registradas no livro de Daniel 4.34-37:

Ao fim daquele período, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, e percebi que o meu entendimento tinha voltado. Então louvei o Altíssimo; honrei e glorifiquei aquele que vive para sempre. O seu domínio é um domínio eterno; o seu reino dura de geração em geração. Todos os povos da terra são como nada diante dele. Ele age como lhe agrada com os exércitos dos céus e com os habitantes da terra. Ninguém é capaz de resistir à sua mão nem de dizer-lhe: “O que fizeste?” Naquele momento voltou-me o entendimento, e eu recuperei a honra a majestade e a glória do meu reino. Meus conselheiros e nobres me procuraram, meu trono me foi restaurado, e minha grandeza veio a ser ainda maior. Agora eu, Nabucodonosor, louvo e exalto e glorifico o Rei dos céus, porque tudo o que ele faz é certo, e todos os seus caminhos são justos. E ele tem poder para humilhar aqueles que vivem com arrogância.

Nabucodonozor diz estas palavras ao lembrar o tempo em que viveu praticamente como um animal por não ter glorificado a Deus e ter se tornado arrogante.

Quando lemos esta profecia do capítulo 13 de Isaías, a referência direta que temos do fim do Império Babilônico está no capítulo 5 quando trata do banquete de Belsazar e da inscrição na parede. Para quem não conhece a história vai um breve resumo. Belsazar era filho ou neto de Nabucodonozor. O coração dele era ruim e, estando à frente da Babilônia, sendo poderoso e naquele momento vivendo certa tranquilidade no seu Reino resolveu dar uma grande festa. Além da bebedeira era uma festa com orgias. Muito provavelmente Belsazar era um ¨menino mimado¨ que nunca viu dificuldades, nunca recebeu um não como respostas e achava que podia fazer o que quisesse. Não bastasse isto tudo, ele resolveu usar os utensílios do templo do Senhor em sua festa. No meio da festa ele teve uma visão. A visão era uma mão que escrevia na parede: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM. Daniel foi quem interpretou aquelas palavras, eles queriam dizer: Deus contou os seus e determinou o fim do seu reinado, você foi pesado na balança e não atingiu o peso necessário, seu reino será dividido e entregue aos medos e persas. E, em Daniel 5.30 lemos: ¨Naquela mesma noite, Belsazar, rei da Babilônia, foi morto. Fica muito claro para nós também que este Rei era negligente e que no momento em que festejava os muros de sua cidade já estavam cercados pelo medo-persas.

Pessoas ímpias e que não temem a Deus e as consequências sobre todo um grupo. Nações que não se rendem a Deus e o fim trágico que recebem merecidamente.

Hoje mesmo temos diversas nações que se rebelam contra Cristo e contra o seu povo e de se esperar que haja juízo sobre elas. Mas também devemos nos preocupar com aqueles que brincam com as verdades de Deus e não consideram o próprio julgamento. O texto tem pelo menos 6 momentos:

  • A promessa do ataque contra Babilônia pelos medos (13.1-5);
  • A descrição da destruição da Babilônia (13.6-16);
  • A descrição da situação da Babilônia após o ataque (13.17-22);
  • A misericórdia de Deus para seu povo (14.1-2);
  • A zombaria de vingança contra a Babilônia e seu rei (14.3-21)
  • O próprio Senhor mostrando que é ele quem fez todas estas coisas (14.22-23).

De tudo isto, podemos fazer um resumo: Deus usa as nações conforme a sua vontade. Quando elas o obedecem e atendem, crescem, prosperam e tem domínio. Quando desobedecem são castigadas. O pecado pessoal de cada um, seja qual for, pode ter consequências sobre o povo como um todo. Ou seja, como povo de Deus, juntos estamos de pé e juntos caímos.

É-nos muito difícil explicar esta ligação que há entre o povo de Deus hoje realizada por meio do seu Espirito Santo. Mas lembramos das palavras de Jesus que disse em João 17.22-23:

E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.

Nosso egoísmo e as correntes de pensamento de hoje nos levam para muito longe destas ideias. Você pode perguntar ou dizer:

  • Mas o que eu faço da minha vida não interessa só a mim?
  • Deixa que eu erre, eu é que vou pagar se der errado!

Isto é algo que se aplica diretamente a igreja.

Primeiramente para todos os líderes: temos que cuidar de nossa vida e priorizar nossa relação com a igreja e seu povo!

  • Isto não se aplica apenas aos pastores, ministros de música e diáconos, mas a professores de EBD, líderes de departamento, mas a todos os demais. Eu te perguntaria: Você tem noção da relevância do seu trabalho para a vida da igreja? Você tem noção da importância de sempre realizar um trabalho bem feito para a Glória de Deus e edificação da Igreja?
  • Tive uma experiência terrível quando era líder de jovens da associação. Fizemos um evento grande em uma tarde de sábado na igreja das Imbuias sobre ESGOTAMENTO ESPIRITUAL. Levantamos os recursos para a compra de lanche e responsabilizamos uma pessoa para isto. Uma hora depois de iniciado o evento o responsável não tinha realizado sua parte. Deus, que é sempre bom, mandou um grupo de irmãs do nada que em menos de uma hora comprou e ajeitou tudo.
  • Hoje a igreja tem dificuldades com trabalhadores, com voluntários e com líderes. Precisamos acordar!

Temos que cuidar de nossa santidade de vida porque isto traz consequências diretas para a vida da igreja:

  • Quando falamos de santidade não estamos falando de uma forma de ganhar o favor de Deus, mas muito mais em uma forma de viver como um verdadeiro Filho de Deus. Esta é a questão.
  • Uma das coisas com as quais mais lidamos, mas muitas vezes sem perceber, é com gente cansada da vida cristã, cansada de lutar para ser um vencedor ou um bem-sucedido, com gente que não encontra razão para a vida cristã, ou pessoas que já se deram por satisfeitas com o que fizeram e com o que conquistaram, ou seja, gente viva, mas vivendo do passado.
  • Manter constante a nosso desejo e busca por santidade é um desafio. E o segredo para mim parece que já foi revelado: viver a vida de Cristo.
  • Paulo em Gálatas 2.20 traz um dos textos mais lindo e mais fortes de suas cartas: ¨Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.¨ Ninguém se torna santo se internando em um convento, ninguém se torna santo pela imposição das mãos de ninguém. Tornamos-nos santos quando consagramos nossas vidas a Deus e isto pouco se faz hoje. É cada vez menor o número de pessoas que diz: quero viver para Cristo!
  • A igreja precisa de santos. Pessoas que sinalizem que Deus está presente entre nós e que há uma maneira correta de viver a vida cristã e há muitas maneiras falsas e errôneas.

Deus é um justo juiz

  • E, conforme diz Romanos 2.15-16: ¨Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.¨
  • O Dia do Senhor em Isaías e no Antigo Testamento é apresentado como um dia de vingança contra a impiedade das nações e o fim delas por meio de uma grande Guerra. O Dia do Senhor, agora para sua igreja, é representado pela Segunda Vinda de Cristo em poder e grande Glória. Associado a este tema temos algumas coisas importantes.
  • Jesus diz em Mateus 24.36 que ninguém sabe o dia e nem a hora que o Filho do Homem vem. Neste mesmo texto ele afirma que muitos estarão descuidados, outros festejando sem pensar na vida e que uns irão e outros ficarão.
  • Em 1 Coríntios 10.12 Paulo adverte que ¨aqueles que pensam estar de pé, cuidem para que não caiam.¨
  • A queda de alguém é sempre precedida de muitos sinais assim como muitas doenças que temos são resultados de descuidos, falta de boa alimentação, de exercícios físicos, de seguir orientações médicas, etc.
  • Lembro sempre de um diácono que constantemente pedia oração por estar passando por lutas muito grandes. Orávamos, mas sem nos dar contar de que era algo realmente sério. Em pouco tempo ele estava preso. Cometeu um crime e foi descoberto.
  • Deus adverte a igreja por meio da pregação. É o principal meio, mas também por meio de estudos, de conversas com o pastor e outros irmãos. O Espirito fala ao nosso coração. Nossa consciência também nos acusa. E, a queda de um pode ser a queda de muitos!

Conclusão importante

Nosso cuidado pessoal deve vir acompanhado de inteligência e muita observação. Fomos chamados para ser santos e viver no meio de um povo santo.

O tempo todo, no entanto, nossa santidade pessoal e da igreja é confrontada e ameaçada. Conhecer a Palavra de Deus, orar firmemente em nome de Jesus Cristo e tem antenas muito atentas a tudo é fundamental. Não queremos juízo sobre nós e nem sobre o povo de Deus. A queda de um é a queda de todos. A doença de um é a doença de todos, mas a bençãos e vitórias também serão compartilhadas.

Acima de tudo precisamos estar conscientes daquilo que nos une como igreja: Cristo, por meio do qual vivemos e pregamos o Evangelho para a salvação do homem pecado!

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